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Marcelo Câmara nega que monitoramentos visassem matar autoridades


Em uma acareação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (13), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, apresentou esclarecimentos em seu depoimento sobre o envolvimento do coronel Marcelo Costa Câmara na suposta “trama golpista” e em monitoramentos de autoridades.

Cid havia afirmado que Marcelo Câmara teve acesso a minutas supostamente apresentadas em reuniões no Palácio da Alvorada e que tinha ciência da tramitação de uma minuta de decreto. No entanto, ele esclareceu nesta quarta-feira que não afirmou que essa minuta, cujo conhecimento atribuía a Câmara, era a mesma que ele vincula em seus depoimentos a outro réu do processo, Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Outro ponto discutido durante a acareação foi o suposto monitoramento de autoridades. Cid havia indicado que Câmara era o encarregado de realizar levantamentos para Bolsonaro, incluindo análises sobre possíveis reuniões envolvendo o Ministro Alexandre de Moraes. Mas Câmara negou qualquer participação em planejamento para neutralizar autoridades ou em operações como a “Punhal Verde e Amarelo,” alegando ter tomado conhecimento delas pela imprensa.

Câmara afirmou que seus “monitoramentos” eram apenas o fornecimento de informações pontuais para “acertar agendas,” dentro de suas atribuições e reuniões do Gabinete Adjunto de Informação, sem finalidade ilícita. Ele confirmou que o codinome “professora” para o ministro era uma “brincadeira” iniciada por Cid, parte do linguajar militar.

Cid, por sua vez, reafirmou que não tinha conhecimento de que Câmara soubesse do monitoramento realizado especificamente para a “Operação Punhal Verde e Amarelo”, que, segundo a acusação, visaria o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes. “Não fiquei sabendo que o coronel Marcelo Câmara tivesse qualquer conhecimento”, reiterou.

Câmara confirmou que o monitoramento pontual para verificação de agenda de Moraes em dezembro de 2022 foi solicitado diretamente pelo ex-presidente e não tinha relação com a “Operação Punhal Verde e Amarelo”.

Cid, por sua vez, indicou que a segunda solicitação de informações sobre Moraes tinha “a ver diretamente com o presidente” e que “possivelmente, o coronel Câmara estava sabendo” o propósito. Cid também mencionou que havia um juiz do Tribunal Superior Eleitoral que se comunicava com Câmara e passava informações.

Ao final da audiência, Eduardo Kuntz, advogado de Câmara disse esperar que os esclarecimentos contribuam para a absolvição de seu cliente. “Ficou muito claro que não existia monitoramento com objetivo de atacar Moraes, Lula e Alckmin”, afirmou.

Câmara pede liberdade provisória

O coronel Marcelo Costa Câmara reforçou seu pedido de liberdade provisória ao final de uma acareação.

Marcelo Câmara, que está sob prisão preventiva, pediu novamente sua liberdade após a acareação, ocorrida a portas fechadas e com duração de 50 minutos. O ministro Moraes informou que aguardará o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) para decidir sobre o pedido.



Fonte: Revista Oeste

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