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Zema defende modelo de segurança inspirado em El Salvador


O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), demonstrou forte apoio ao modelo de segurança pública adotado por Nayib Bukele em El Salvador, durante uma entrevista à Folha de S.Paulo. Após visitar o país da América Central recentemente, Zema classificou o governo salvadorenho como exemplo de combate eficaz ao crime organizado e defendeu a adoção de políticas semelhantes no Brasil.

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“El Salvador, que era o país mais violento da América Latina, hoje é o mais seguro das Américas. Superou até o Canadá”, afirmou o governador, citando uma suposta redução de 99% nos homicídios. Zema contou que percorreu comunidades antes dominadas por facções criminosas, como Las Palmas e La Campanera, onde conversou com moradores, comerciantes e estudantes. Segundo ele, todos relataram uma “melhoria enorme” na vida cotidiana após o endurecimento das políticas de segurança.

O governador destacou como ponto central da estratégia salvadorenha a classificação de facções como grupos terroristas, o que permitiu a prisão em massa de suspeitos ligados ao crime organizado. “O que falta ao Brasil não são forças policiais ou armadas. O que falta é coragem de fazer e colocar criminoso atrás das grades”, disse.

O caso de El Salvador reacendeu um debate antigo dentro da segurança pública. De um lado, a esquerda, que vitimiza os bandidos e acredita que o encarceramento deve visar à ressocialização dos detentos. De outro, a direita, que acredita que o sistema prisional deve somente garantir a segurança dos cidadãos de bem.

Zema minimizou as acusações de autoritarismo e violações de direitos humanos contra Bukele, feitas por diversas organizações internacionais. Para ele, “se havia desrespeito aos direitos humanos, era antes”, quando a população vivia sob constante ameaça das gangues. Ele criticou entidades de direitos humanos por, segundo ele, não ouvirem as vítimas da violência: “Não vão escutar as pessoas”.

Apesar das polêmicas em torno do regime salvadorenho, Zema classificou o modelo como “plenamente viável” para o Brasil, considerando o porte das forças de segurança brasileiras. “O Brasil tem estrutura. O que falta é vontade política.”

A defesa de um modelo de segurança mais rígido aproxima ainda mais Zema do discurso da nova direita latino-americana, que tem ganhado força com lideranças como Bukele em El Salvador e Javier Milei na Argentina.



Fonte: Revista Oeste

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