Na última década, Bruno Montaleone se destacou em projetos desafiadores e de projeção internacional, tanto nos cinemas quanto na TV e no streaming. Após se despedir do papel de Cristiano em Mania de Você, última novela das nove da Globo, o ator retorna às telonas com Homem com H, filme sobre a vida e carreira de Ney Matogrosso.
Com produção da Paris Entretenimento, distribuição da Paris Filmes e direção de Esmir Filho (Boca a Boca), a cinebiografia, que já está em cartaz, traz o artista na pele do médico Marco de Maria, companheiro de Ney. “Homem com H é oposto a tudo que significa uma masculinidade frágil baseada em seguir padrões comportamentais na busca de status, poder ou aceitação”, disse Montaleone em entrevista à Rolling Stone Brasil, parceira de CineBuzz.
É muito bonito ver celebrada uma pessoa de tamanha personalidade, que mesmo em tempos difíceis não se curvou às aparentes imposições da vida e não foi moldada pelas expectativas de uma sociedade, em grande parte, preconceituosa. Ney é mais que um ícone da nossa música, é um símbolo de liberdade e resistência. Uma pessoa inspiradora e, mais que um artista de ofício, um artista de alma”.
O ator sentiu a responsabilidade de retratar alguém que existiu sem tantos registros e o processo de construção do personagem foi diferente de tudo o que já havia feito até então. “Lembro de ter visto o nome de Marco e feito uma breve pesquisa, mas não encontrei muita coisa sobre ele na internet. Nessa espécie de sinopse inicial, dizia que ele foi um grande amor na vida de Ney, mas como não havia encontrado nada sobre online, fiquei curioso e correndo atrás de tudo que pudesse me ajudar a desvendar como ele era”, explicou.
O longa-metragem mostra todo o relacionamento do casal até a morte de Marco após receber o diagnóstico de AIDS. “O próprio Ney foi fonte essencial para que pudéssemos saber mais sobre esse cara tão especial com quem ele se relacionou por 13 anos”.
À Rolling Stone Brasil, o ator falou sobre a experiência de ter Ney Matogrosso no set de filmagens, o que os fãs podem esperar da sequência de Perdidae o desejo de trabalhar em projetos autorais. Confira:
Como foi sua preparação para interpretar o Marco?
Bruno Montaleone:Junto com Esmir, [o preparador de elenco] Roberto Áudio e até mesmo o Jesuíta, fui construindo Marco. Conversávamos sobre memórias valiosas que Ney havia compartilhado com Esmir para recriar essas situações e fazer acontecer a química dos dois. Esmir foi como um “totem”, que nos fornecia informações importantes sobre as nossas personagens. Ao mesmo tempo, ele me estimulou também a poder criar em cima, para que eu não ficasse apenas apegado aos fatos reais, dando a minha cara para o personagem. Foi ótimo, pois me deu confiança e liberdade artística para trabalhar em cima do roteiro, fui me sentindo super à vontade.
O Ney Matogrosso fez algumas visitas ao set durante as filmagens. Como foi a experiência de tê-lo acompanhando as diárias?
B. M.:Foi incrível! Foi a primeira vez que o vi assim tão de perto. Conhecer Ney dessa maneira foi muito legal. Claro que a gente aproveitava pra fazer perguntas de tudo que a gente podia, e ele, super desprendido e generoso, compartilhou suas histórias conosco. Acredito que, a princípio, ele tinha ido só para ver uma cena ou outra, ter ideia do todo, mas acabou ficando até o fim. A gente se emocionou junto, eu nunca pensei que um dia de trabalho poderia ser assim. Vou guardar para sempre na memória.
Hom
Fonte: rollingstone.com.br