Torcida organizada do Santos repudia ação policial na Vila e cobra esclarecimentos

As torcidas organizadas do Santos tornaram pública, neste domingo, uma nota conjunta em que repudiam a atuação da Polícia Militar durante o clássico contra o Palmeiras, disputado no sábado na Vila Belmiro. Os grupos afirmam que houve truculência tanto no intervalo da partida quanto nos arredores do estádio, relatam agressões a torcedores e pedem providências das autoridades competentes.

Segundo as organizadas, o episódio mais grave ocorreu no camarote térreo, nas imediações do banco de reservas do Palmeiras. De acordo com o relato, um grupo de santistas ocupava aquele setor sem atrapalhar o andamento da partida e acabou sendo retirado à força por policiais. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver confronto entre torcedores organizados e a Polícia Militar. As torcidas apontam que torcedores caídos foram agredidos com cassetetes e chutes e que o tumulto atingiu crianças, mulheres e gestantes que estavam próximas.

As organizadas também citaram episódios registrados antes da entrada do time no estádio. Na chegada da delegação, afirmam que uma viatura da escolta atropelou torcedores na Rua Princesa Isabel. Durante o tradicional corredor de fogo, dizem que policiais teriam agredido torcedores que não seguiam o ritmo imposto pela escolta. Após o jogo, do lado de fora da Vila, houve novo confronto entre a polícia e os torcedores que comemoravam.

Ao mesmo tempo em que criticam a ação policial, as organizadas destacaram a festa da torcida dentro do estádio. Torcida Jovem, Sangue Jovem e Força Jovem afirmam que cantaram em uníssono e ajudaram a criar o ambiente que impulsionou o resultado a favor do Santos na Vila Belmiro. As três forças torcedoras reforçam o compromisso com a festa popular do Alvinegro e defendem o direito do torcedor de apoiar o clube em segurança.

As organizadas pedem que os responsáveis prestem esclarecimentos e que medidas sejam tomadas para evitar a repetição de ações que, na avaliação delas, colocaram em risco a integridade física de famílias que foram ao estádio.

Nota completa das torcidas organizadas do Santos

Vila Belmiro, aqui só Santista é bem vindo!

Na noite de sábado, a Torcida do Santos protagonizou mais uma noite de Alçapão.

Os 3 maiores e mais antigos movimentos torcedores alvinegros firmaram em uma só voz o incentivo à instituição Santos Futebol Clube, e contaram com o apoio da massa santista em todos os setores do estádio para fervermos o nosso caldeirão e conquistarmos a vitória.

Em contraponto com a atmosfera promovida pela família santista, não há como desconsiderar as ações promovidas por representantes do órgão que, teoricamente, é responsável pela nossa segurança. Desde a chegada do ônibus da delegação até a saída do estádio, foram inúmeras atitudes desproporcionais.

Já no início da recepção ao ônibus, a viatura da escolta atropelou diversos torcedores na entrada da Rua Princesa Isabel. Além disso, ainda no tradicional corredor de fogo dos torcedores do Santos, policiais que desceram de suas viaturas agrediram torcedores que não seguiam a velocidade que os mesmos achavam necessária.

Dentro do estádio, tivemos uma das demonstrações mais explícitas da arbitrariedade e violência com que o torcedor do Santos é tratado na sua própria casa.

Um grupo de torcedores do Peixe, majoritariamente de origem periférica, esteve no camarote térreo da Vila, um lugar costumeiramente ocupado por pessoas de classe alta.

O grupo, bem como o estádio inteiro, estava exercendo seu direito de torcer, transformando a nossa casa em um verdadeiro Alçapão, sem colocar em risco a integridade física de ninguém, nem o andamento da partida.

Entretanto, sem explicar o porquê, um grupo de policiais retirou covardemente à base da força, os torcedores do camarote. Santistas que ficaram caídos receberam cacetadas e chutes de vários policiais ao mesmo tempo.

E importante ressaltar que o ambiente da nossa casa é familiar, e no momento da truculência, diversas crianças, mulheres (incluindo grávidas) estavam corredores e camarotes ao lado, sofrendo com o tumulto. Felizmente, nenhuma tragédia aconteceu.

Dessa vez, não podemos reclamar da conivência do clube, que através de Bozella

Jr. e Emerson Cholbi, literalmente pulou na frente por seus torcedores.

Mas agora é tarde, o clube criou esse monstro! Desde quando trocou as arquibancadas laterais por cadeiras e camarotes e deixou com que ambulantes fossem expulsos dos arredores da Vila na base da paulada. Hoje, nem mesmo um ex-Deputado Federal, membro do Comité de Gestão do clube e um Assessor da Presidência escapam da brutalidade.

Se bateram em funcionários do clube, trabalhando, no setor mais caro do estádio, imagina o que fazem com o povão nas arquibancadas e nas ruas!

Na verdade, não precisa imaginar, já que pudemos ver com nossos próprios olhos a Cavalaria e a Tropa de Choque reprimindo a comemoração de um dos gols mais importantes da história recente do Santos, e colocando a vida de milhares de famílias em risco por uma alegação de que foram atingidos por objetos.

A mídia não hesita em colocar nossas caras e os uniformes das nossas torcidas nas capas de jornais e manchetes na TV, quando acontece algum caso de violência por aí. E agora, onde estão?

As autoridades nos punem coletivamente com medidas paliativas, matam a cultura de estádio e prendem dirigentes de torcidas, tudo em nome da ordem. Mas na primeira oportunidade, nos chutam quando estamos no chão e abrem nossa cabeça na pancada.

Dessa vez, o clube sentiu na pele o que estamos gritando há anos, e embora a esperança de que a instituição Santos FC recupere a autonomia em sua casa seja pouca, seguiremos firmes na luta para que tenhamos nosso direito de torcer sendo respeitado.

Reafirmamos o compromisso com a festa popular e com o clima de Alçapão que, há mais de cem anos, faz da Vila um lugar respeitado por quem vem até aqui.

Contamos com a massa alvinegra para continuarmos fazendo da nossa casa um inferno pra quem não gosta do Santos Futebol Clube e da sua gente!

Vila Belmiro, meu Alçapão!

Quer que eu ajuste o título (mais curto ou mais direto), acrescente declaração do clube ou peça posicionamento da PM na matéria?