A carreira de Lady Gaga na música é mais que consolidada. Mas esse não é o único caminho que a cantora seguiu. Na verdade, não foi nem a primeira opção artística da Mother Monster. “O primeiro sonho que tive na minha vida foi ser atriz”, revelou ela antes de confessar, no Globo de Ouro em 2016 — quando ela venceu Melhor Atriz por American Horror Story— que a carreira como cantora “funcionou primeiro”.
Na atuação, o currículo de Gaga não é tão vasto, mas já pode ser considerada potente. A seguir, a Rolling Stone Brasil relembra todos os filmes e séries com Lady Gaga no elenco.
Machete Mata (2013)
Na grande estreia no cinema, Lady Gaga não tinha nem mesmo um nome — era conhecida apenas por “A Camaleoa”, vilã conhecida por roubar identidades, em Machete Mata. Dirigida por Robert Rodriguez, a sequência de Machete (2010) trazia a artista de volta às suas origens, com uma estética que remetia aos seus primeiros trabalhos, como “Paparazzi” e “Telephone”, em uma curta, mas explosiva participação.
Sin City: A Dama Fatal (2014)
Após Machete Mata, Robert Rodriguez também dirigiu Lady Gaga em Sin City:
A Dama Fatal, baseado na graphic novel homônima de Frank Miller. A participação da artista no longa, no entanto, é ainda menos expressiva do que a de sua estreia nas telonas: Gaga vive
uma garçonete mal-humorada, que ajuda o personagem de Joseph Gordon-Levitt (500 Dias Com
Ela) com um copo de água e uma nota de um dólar, combustíveis suficientes para que ele siga com
o seu plano de vingança contra o Senador Roark, interpretado por Powers Boothe (Morte Súbita).
American Horror Story: Hotel (2015)
Responsáveis não só por grandes produções, mas também por impulsionar artistas como Lea Michele, Taissa Farmiga, Darren Criss e Evan Peters ao estrelato, Ryan Murphy e Brad Falchuk apostaram em Lady Gaga para liderar a quinta temporada de American Horror Story, série tão provocativa quanto a própria artista. Porém, para ela, só essa relação não era suficiente para encarar o desafio: “Não faço as coisas simplesmente porque elas são provocantes ou chocantes”, esclareceu ao The Hollywood Reporter. “A história que [Ryan Murphy] conta sobre como o ser humano se esforça para sobreviver dentro dos desafios do universo… Isso, para mim, é o que torna a busca por sexo da personagem tão boa.”
Aprovada por Gaga, ela fez apenas uma exigência a Murphy: interpretar uma mulher perigosa. Ele, é claro, obedeceu e criou Elizabeth Johnson, também conhecida como A Condessa, proprietária do Hotel Cortez, onde se passa a história. Portadora de um misterioso vírus, ela usava o seu charme para atrair as suas vítimas e, com o seu parceiro, Donovan (Matt Bomer), alimentar a sede de sexo e sangue. Além de render o seu primeiro Globo de Ouro, a experiência na série foi transformadora para a estrela, que até chegou a retornar para uma ponta na história seguinte, Roanoke. “Eu realmente queria trabalhar em algo em que poderia honestamente colocar o meu coração e a minha alma, e acreditar naquilo completamente”, explicou.
Nasce Uma Estrela (2018)
Após dar os seus primeiros — pequenos, mas brilhantes — passos na tão sonhada carreira como atriz, Lady Gaga estrelou o seu primeiro longa-metragem em 2018, em uma nova versão de Nasce Uma Estrela, escrita, dirigida e co-estrelada por Bradley Cooper (Maestro). Na história, um experiente músico descobre uma jovem e talentosa artista, por quem se apaixona, mas os seus problemas com álcool prejudicam o relacionamento entre os dois. Enquanto Cooper é o músico veterano, Jack, Gaga interpreta a artista iniciante, Ally, papel que, no passado, pertenceu a grandes artistas como Janet Gaynor, Judy Garland e Barbra Streisand.
O legado de Nasce Uma Estrela não a intimidou: “Para mim, a parte mais desafiadora desse processo foi ser tão vulnerável quanto a personagem precisava”, confessou ao E! News. Para superar o obstáculo, Gaga contou com a ajuda de Cooper: “Ele fez eu me sentir muito confortável”, afirmou. “Desafiou-me de formas que não havia sido desafiada antes e sou tão grata a ele por isso.” O esforço valeu a pena: teve seu trabalho reconhecido com uma indicação a Melhor Atriz no Oscar e, embora não tenha vencido a categoria, conquistou a primeira estatueta dourada com a vitória do sucesso “Shallow”, feita em parceria com Cooper, em Melhor Canção Original.
Casa Gucci (2021)
A relação entre Lady Gaga e Bradley Cooper deu tão certo que, antes de embarcar em sua nova aventura cinematográfica, a artista consultou o amigo, que a incentivou a dizer “sim” ao papel de Patrizia Reggiani em Casa Gucci, longa de Ridley Scott lançado em 2021, que rendeu mais uma indicação de Gaga ao Globo de Ouro de Melhor Atriz. Baseado no livro A Casa de Gucci: Uma história sensacional de assassinato, loucura, glamour e ganância, de Sara Gay Forden, o longa aborda a história da família fundadora da grife Gucci, com foco nos eventos que antecederam o assassinato de Maurizio Gucci, vivido por Adam Driver (Megalópolis), na década de 1990. Infelizmente, o filme não teve o mesmo impacto de Nasce Uma Estrela e, na maior premiação do cinema, conseguiu apenas uma indicação à categoria de Melhor Maquiagem e Cabelo, o que deixou Jared Leto, colega de elenco de Gaga, contrariado: “Foi uma surpresa chocante”, afirmou à Variety. “Ela é uma artista incrível e faz um trabalho muito corajoso. Deve ser celebrada por tudo isso.”
Coringa: Delírio a Dois (2024)
Adicionar Lady Gaga à sequência de um dos maiores sucessos cinematográficos da última década parecia ser a ideia perfeita para cunhar um novo estouro de bilheteria. No entanto, quando Coringa: Delírio a Dois estreou no Festival de Veneza, em setembro passado, o longa dividiu a crítica. Mais tarde, quando o novo capítulo da história de Arthur Fleck, interpretado por Joaquin Phoenix, chegou nas telonas, o resultado foi bem distante do que Coringa havia testemunhado em 2019. Acusado de promover a violência e se levar a sério demais no primeiro filme, o diretor Todd Phillips virou a sua obra de ponta-cabeça e transformou Coringa: Delírio a Dois em um musical, ideia rejeitada pelos fãs desde o início.
Custou caro: do bilhão de dólares arrecadados pelo antecessor, a continuação conseguiu apenas um quinto desse valor, minguando uma bilheteria mundial de pouco mais de US$ 200 milhões. Para Gaga, o trabalho pode não ter sido o grande destaque positivo de sua carreira como atriz, mas inspirou o seu retorno à música: antes de lançar o seu aguardado sexto álbum, Mayhem, a artista cunhou Harlequin, dedicado inteiramente à personagem no longa, a vilã Arlequina: “Foi incrível poder conhecer essa personagem através da música, através do roteiro, através da dança, por meio de toda essa colaboração espetacular”, justificou.
*Matéria publicada originalmente na edição especial impressa da Rolling Stone Brasil sobre Lady Gaga. Veja mais informações abaixo.
Especial impresso da Rolling Stone Brasil sobre Lady Gaga
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Fonte: rollingstone.com.br