PUBLICIDADE

System of a Down encerra turnê na América Latina com noite apoteótica em Interlagos


Após passar por Colômbia, Peru, Chile e Argentina, o System of a Down desembarcou no Brasil para encerrar a turnê Wake Up! South America Stadium Tour com shows em Curitiba (Estádio Couto Pereira), Rio de Janeiro (Estádio Nilton Santos) e São Paulo, onde se apresentou em duas datas no Allianz Parque, no dias 10 e 11, e fez seu último show em uma noite apoteótica nesta quarta-feira, 14 de maio, no Autódromo de Interlagos.

Quem compareceu a pelo menos um dos espetáculos do System of a Down no Brasil, com certeza, guardará a lembrança de estar presente em um dos últimos concertos da banda armênio-americana para sempre na memória. Pelo menos é o que dizem os boatos. Para muitos, a banda não fará mais apresentações, mas nada foi confirmado oficialmente.

Desde 2005, os membros da banda passam por discussões e brigas que ganham as manchetes de jornais e revistas, mesmo assim, as turnês continuaram, com presença dos roqueiros em solo brasileiro no Rock in Rio 2011 e 2015. O vocalista Serj Tankian já chegou a afirmar em sua autobiografia Down with the System: Um livro de memórias (ou algo assim) que odeia turnês, por tudo isso, o show da noite de quarta-feira se tornou ainda mais especial.

Show intenso e público empolgado

Marcada para iniciar às 21h, logo após as aberturas das bandas AFI e Ego Kill Talent, a apresentação em um dos templos mais emblemáticos do automobilismo mundial atrasou poucos minutos, o que não desanimou a grande massa presente — o número oficial não foi divulgado, ficando estimado em torno de 70 mil pessoas, a capacidade máxima do local. Assim que Serj Tankian (vocalista), Daron Malakian (guitarrista), Shavo Odadjian (baixista) eJohn Dolmayan (baterista) surgiram no palco, o coro ecoou pelas curvas e retas do autódromo.

O System of a Down iniciou o espetáculo com a clássica “X“, do álbum Toxicity (2001) e o público logo se inflamou, parecia que todos os presentes sabiam que aquela era uma noite rara e uma oportunidade única de estar diante dos músicos. Nem mesmo a noite fria de poucas nuvens, em torno dos 18 graus, foi capaz de desanimar os presentes. Quem estava parado era forçado a se agitar, dada a lotação dos espaços. O calor do povo, e dos sinalizadores, esquentava.

Foram 38 músicas tocadas no total, naquele que se tornou um dos shows mais longos da história da banda — e o mais longo da turnê, consequentemente —, com exatas 2h20 de apresentação de muita intensidade e energia. Vale lembrar que, nos concertos do Allianz Parque, o grupo de nu metal tocou 32 músicas, um aumento significativo em comparação a outras noites no país, o que estendeu o show em Interlagos em aproximadamente meia hora a mais que o habitual.

Momentos inusitados

De interações pontuais com o público, Serj e Daron convidavam e incitavam todos para aplaudir, dançar, agitar as mãos e gritar em dadas canções, o que não era negado pelo público, que contribuía em retorno com entonação e empolgação. Momentos inusitados também aconteceram na noite paulistana, como quando Serj estendeu o microfone para o baterista John, durante “Bubbles“, música do álbum, Steal this album! (2002), e este lhe respondeu com um hilário “fuck you” (confira o momento abaixo).

Abrindo o terço final do show, o guitarrista Daron entonou “Careless Whisper“, de George Michael, o que tirou risadas da plateia. A execução de “Cigaro“, do álbum Mezmerize (2005), também foi um capítulo à parte. Em tom melódico, durante a intro, Daron brincou com a letra da canção: “Ela é muito estúpida, mas eu sou estúpido também“.

Logo após a brincadeira, o guitarrista aproveitou para agradecer às pessoas que fizeram a turnê acontecer, dos montadores dos palcos, àqueles que cuidaram do backstage, e até as equipes de segurança que zelaram pelos músicos e pelo público, fazendo uma menção ao fato da coibição de sinalizadores: “Nós não gostamos de violência, retirem as pessoas com carinho“.

O show dos sinalizadores

Durante o evento em Interlagos, algumas pessoas foram retiradas por estarem portando o artefato proibido pela 30e, produtora do show. No entanto, muitos acabaram conseguindo passar pela revista e, agrade ou não, eles embelezam o espetáculo, principalmente o número de “Toxicity“, do álbum homônimo, já na parte final da noite.

Antes de um dos momentos mais aguardados pelos presentes, Daron conduz, provocando: “Se vocês notarem, nós não usamos pirotecnia no palco, mas nossos fãs trazem a p**** do fogo!!!“. Nesse momento, todos já sabem: é hora de acender os sinalizadores, o spinning around, também conhecido como mosh pits ou rodas punks, vai começar. 

Quem foi capaz de ficar com os pés no chão deve ter sentido o solo de Interlagos tremer. Diversos mosh pits se formaram no autódromo e um drone do próprio System of a Down percorreu toda a amplitude do espaço. O vídeo foi compartilhado no Instagram oficial da banda e do baterista John. Confira a seguir:

O fim?

Sem que o público presente pudesse enxergar o palco, tomado pela fumaça dos sinalizadores, o grupo entonou a última canção da noite, “Sugar“, do álbum System of a Down (1998). Ao seu encerramento, dezenas de fogos de artifício tomaram o céu do bairro localizado no extremo sul da cidade, celebrando o fim da turnê Wake Up! South America Stadium Tour. Mas será também o fim da banda?

O que fica para aqueles que compareceram a pelo menos uma das apresentações é a sensação de ter voltado ao início dos anos 2000 e presenciado o auge da banda, que não parece ter mais de 20 anos de carreira. A mesma energia e empolgação continuam presentes ali, tanto da parte dos músicos, quanto do público, fiel até o último instante.

Para aqueles que não puderam comparecer, resta acompanhar os vídeos compartilhados por aqueles que foram testemunhas de um show tão apoteótico, o que provavelmente dá uma certa vontade de fazer parte daquilo e torcer para que esta não tenha sido a última vez do System of a Down em terras brasileiras.

Nos resta então torcer para que os roqueiros se resolvam entre si e retornem, para que novamente muitos mosh pits façam o chão tremer e que os sinalizadores iluminem novas noites ao som de um ótimo rock’n’roll. O recado foi dado. O rock continua forte e presente na alma e na vida das pessoas. Até uma próxima — tomara —, System of a Down.

+++LEIA MAIS: System of a Down faz verdadeira festa no segundo grande show em SP

+++LEIA MAIS: System of a Down aumenta popularidade com shows no Brasil; veja músicas mais tocadas



Fonte: rollingstone.com.br

Leia mais

PUBLICIDADE