“O Brasil entrou definitivamente na era da sucessão patrimonial”
Agrolink
– Leonardo Gottems
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“O Brasil entrou definitivamente na era da sucessão patrimonial” – Foto: Divulgação
A transição geracional no agronegócio brasileiro está se tornando um fator decisivo na dinâmica do mercado de terras. Segundo estimativas, mais de US\$ 9 trilhões em ativos devem ser transferidos no Brasil até 2040, principalmente ligados ao setor agropecuário. Esse fenômeno global, conhecido como grande sucessão intergeracional, exige planejamento para evitar fragmentação patrimonial, perda de produtividade e venda forçada de propriedades para quitação de tributos.
O desafio vai além da esfera familiar. Sem sucessão estruturada, muitas propriedades podem ser liquidadas por falta de herdeiros interessados ou preparados, pressionando o mercado fundiário com excesso de oferta em regiões de menor liquidez. Por outro lado, ativos com sucessão bem resolvida, estrutura jurídica organizada e gestão profissional tendem a ganhar valor, sendo vistos como oportunidades estratégicas por fundos, empresas e investidores institucionais.
“O Brasil entrou definitivamente na era da sucessão patrimonial. Com o envelhecimento da população rural e o perfil cada vez mais diverso dos novos detentores de capital, discutir o tema deixou de ser opção e passou a ser uma necessidade estrutural para o futuro do setor”, afirma Marcos Camilo, CEO da Pulse Capital.
A profissionalização das fazendas e a entrada de herdeiros com perfil técnico e visão empresarial também elevam o padrão de governança e eficiência produtiva. Estruturas como holdings, protocolos familiares e doações em vida com usufruto ajudam a preservar o patrimônio e garantir continuidade, mesmo diante de interesses divergentes entre gerações.
O impacto sobre os preços das terras será desigual: áreas produtivas, com acesso à logística e estabilidade jurídica, devem se valorizar, enquanto regiões menos atrativas ou com conflitos sucessórios correm risco de desvalorização. O Brasil vive um ponto de inflexão. Quem planejar a sucessão com antecedência sairá na frente no novo ciclo do campo.
Fonte: AGROLINK