PUBLICIDADE

setlist e o que esperar do show no The Town 2025


Somente desde a retomada das viagens pós-pandemia, Bruce Dickinson esteve no Brasil para compromissos públicos em sete ocasiões distintas. E estará conosco pela oitava vez neste domingo, 7, como atração do The Town 2025.

Além de shows com o Maiden e em carreira solo, o multifacetado cantor — que também é piloto de avião com experiência em voos comerciais, escritor, historiador graduado, esgrimista que já competiu internacionalmente, radialista, apresentador de TV e mestre cervejeiro — veio para realizar palestras de temáticas distintas.

Sua apresentação no palco Skyline no The Town faz parte da turnê que promove o álbum solo The Mandrake Project (2024). Apenas no que diz respeito a este trabalho, ele veio ao Brasil no fim de 2023 para participar da CCXP e apresentar o videoclipe da música “Afterglow of Ragnarok” em primeira mão, depois voltou entre abril e maio do ano passado para uma turnê de sete shows e, agora, retorna somente para o festival paulistano, que acontece no Autódromo de Interlagos.

Bruce Dickinson em 2024 – Foto: Mariano Regidor / Redferns

Mas como é assistir a um show solo de Dickinson? O que esperar desse tipo de apresentação?

Análise do repertório de Bruce Dickinson

Primeiro de tudo: quem compra ingresso para conferi-lo cantar músicas do Iron Maiden vai se decepcionar. Praticamente as canções vêm de seus álbuns lançados à parte de sua banda principal. Além disso, nada de pirotecnia ou artes de telão mirabolantes, pois a ideia é oferecer uma performance totalmente centrada na música, com quase nada de atrativos visuais.

Há, contudo, a promessa de quebrar a regra de “sem Iron Maiden” no The Town. Em entrevistas, Bruce Dickinson disse que pretende cantar “Revelations”, faixa do álbum Powerslave (1984) que marcou sua primeira visita ao Brasil com o Maiden, tocando no Rock in Rio — festival dos mesmos realizadores do The Town. O vocalista garantiu, inclusive, que a ideia é executá-la como forma de celebrar os 40 anos do show inaugural, em 1985.

Normalmente, três álbuns compõem a base do repertório solo de Bruce. Além do novo The Mandrake Project, estão bem representados os discos Accident of Birth (1997) e The Chemical Wedding (1998). Também são lembrados Balls to Picasso (1994) e Tyranny of Souls (2005). Mas isso pode mudar se considerarmos que o set de um festival é mais curto.

Se Iron Maiden pode entrar no setlist, há a chance de o maior hit solo de Dickinson cair fora do repertório. A power ballad “Tears of the Dragon” nem sempre é tocada: durante apresentação no festival francês Hellfest, por exemplo, ela não esteve presente.

Bruce Dickinson em 2025
Bruce Dickinson em 2025 – Foto: John McMurtrie

Possível setlist de Bruce Dickinson

Veja um possível setlist, considerando o tempo menor de show oferecido pelo The Town (e sem descartar a presença de “Tears of the Dragon”, que apareceu no repertório do Rocklahoma Festival na última quinta-feira, 4):

1. Accident of Birth
2. Abduction
3. Laughing in the Hiding Bush
4. Revelations (Iron Maiden)
5. Shadow of the Gods
6. Chemical Wedding
7. Resurrection Men
8. Rain on the Graves
9. Tears of the Dragon
10. The Tower

A banda de Bruce Dickinson

Para a turnê, Bruce Dickinson tem sido acompanhado por Philip Naslund (guitarra), Chris Declercq (guitarra), Tanya O’Callaghan (baixo), Dave Moreno (bateria) e Mistheria (teclados). Seu parceiro de longa data, Roy Z, estaria envolvido, mas acabou se desvinculando às vésperas do início da excursão por razões que não foram esclarecidas — daí as entradas de Naslund e Declercq.

Dos nomes citados, os mais notórios são os de Tanya O’Callaghan e Dave Moreno. A primeira, irlandesa, se notabilizou em especial pelo envolvimento recente com o Whitesnake, em sua turnê de despedida que foi interrompida — e ainda não teve conclusão — devido à saúde do vocalista David Coverdale. Ela também tocou com Dee Snider, Steven Adler, entre outros, além do próprio Bruce, na turnê que celebrou Jon Lord (Deep Purple). Já o segundo, americano, passou pelo Puddle of Mudd e Love/Hate, além do Tribe of Gypsies, liderado pelo já citado Roy Z e responsável por oferecer vários músicos à carreira solo de Dickinson.

Tanya O'Callaghan (Foto: Mariano Regidor / Redferns)
Tanya O’Callaghan (Foto: Mariano Regidor / Redferns)

O sueco Philip Naslund esteve no Raid, enquanto o suíço Chris Declercq tocou com Blaze Bayley, vocalista que substituiu Bruce no Iron Maiden entre 1994 e 1999. Por fim, o italiano Mistheria é dono de longo currículo: trabalhou com Rob Rock, o brasileiro Edu Falaschi e uma infinidade de projetos que vão de Vivaldi Metal Orchestra a Tower of Babel, além da carreira solo.

Análise do show

Em trecho de resenha para o site Igor Miranda, o jornalista Guilherme Gonçalves fez a seguinte observação ao acompanhar uma apresentação em Brasília, no dia 27 de abril de 2024:

“Enérgico, provocativo e disposto a tirar o séquito de fãs do Iron Maiden da zona de conforto. Essa foi a tônica de um Bruce Dickinson que, para além da já decantada performance vocal irrepreensível, entregou um show de excelência. […] Desta vez, com os holofotes apontados não para o Maiden, mas para músicas que, mesmo sem serem contempladas há décadas, envelheceram muito bem e mereciam esse resgate.”

Por sua vez, para o mesmo veículo, Rolf Amaro realizou os seguintes apontamentos em sua crítica do show em São Paulo:

“Nesta turnê inaugural, Bruce Dickinson mostrou, por sua vez, que é uma entidade com vida própria, independente do Iron Maiden. Esse desprendimento ao projeto mais popular é feito para poucos. Um dos que conseguiu isso foi Dave Grohl, que construiu uma carreira que dispensa qualquer associação ao Nirvana para vender discos e ingressos. Ciente e seguro disso, Bruce não tem problema em deixar a banda que o apoia livre. Philip Naslund corre pelo palco, joga palheta a todo momento, interage testa a testa com Tanya O’Callaghan. Mistheria, o tecladista que lembra muito Tuomas Holopainen (Nightwish), corre por todo palco com seu instrumento portátil, muito usado pelo Roupa Nova aqui no Brasil.”

Rolling Stone Brasil especial: Iron Maiden

Iron Maiden na capa: a Rolling Stone Brasil lançou uma edição de colecionador inédita para os fãs da banda de heavy metal. Os maiores álbuns, a lista dos shows no Brasil, o poder do merchadising do grupo e até um tour pelo avião da banda você confere no especial impresso, à venda na Loja Perfil.

Rolling Stone Brasil especial: Iron Maiden

+++ LEIA MAIS: A grande crítica de Bruce Dickinson às bandas de rock atuais
+++ LEIA MAIS: Bruce Dickinson tem 3 brasileiros em seu ‘novo’ disco; falamos com um deles
+++ LEIA MAIS: A curiosa razão que fez Rock in Rio 1985 ser o melhor, segundo Bruce Dickinson

+++ Siga a Rolling Stone Brasil @rollingstonebrasil no Instagram
+++ Siga o jornalista Igor Miranda @igormirandasite no Instagram





Fonte: rollingstone.com.br

Leia mais

PUBLICIDADE