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Rússia e China esnobam ameaça de Trump de tarifas secundárias


Integrantes dos governos da Rússia e da China minimizaram nesta terça-feira (15) a ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas secundárias a Moscou caso não haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, medida que atingiria os principais parceiros comerciais da ditadura de Vladimir Putin.

Segundo informações da agência de notícias estatal Xinhua, durante uma reunião com ministros das Relações Exteriores de países dos Brics em Pequim, incluindo o russo Sergei Lavrov, o indiano Subrahmanyam Jaishankar e o iraniano Abbas Araghchi, o ditador chinês, Xi Jinping, disse que China e Rússia devem “fortalecer o apoio mútuo em fóruns multilaterais”.

“[China e Rússia devem trabalhar para] unir os países do Sul Global e promover o desenvolvimento da ordem internacional em uma direção mais justa e razoável”, afirmou Xi.

Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, foi mais direto a respeito da ameaça de tarifas secundárias contra a Rússia.

“A China se opõe firmemente a todas as sanções unilaterais ilegais e à jurisdição de longo alcance. Não há vencedores em uma guerra tarifária, e coerção e pressão não resolverão os problemas”, declarou, segundo informações da agência France-Presse.

Na segunda-feira (14), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que aplicará tarifas de 100% sobre produtos importados da Rússia e secundárias no mesmo patamar a nações que compram do país de Putin caso não seja alcançado um acordo para interromper a guerra com a Ucrânia dentro de 50 dias.

No ano passado, China, Índia e Brasil atingiram recordes no comércio bilateral com a Rússia.

Nesta terça-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, afirmou à agência estatal Tass que as novas taxas, caso se concretizem, não levarão a um cessar-fogo na Ucrânia e que o único caminho é a diplomacia.

“Certamente, acima de tudo, destacamos que quaisquer tentativas de apresentar exigências ou, ainda mais, ultimatos são inaceitáveis para nós”, disse Riabkov.

“É necessário focar no trabalho político e diplomático. O presidente da Federação Russa afirmou repetidamente que estamos prontos para negociar e que o caminho diplomático é o que preferimos”, afirmou o vice-chanceler russo.

“No entanto, se não houver uma resposta adequada, se não conseguirmos atingir nossos objetivos por meio da diplomacia, a operação militar especial prosseguirá”, disse Riabkov, citando o termo que a ditadura de Putin utiliza para descrever a agressão à Ucrânia.



Fonte: Revista Oeste

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