A constelação de satélites da Starlink pode estar correndo risco de ter sua operação interrompida em determinadas regiões por causa de ameaças dos governos da Rússia e da China. É o que alerta um relatório da Secure World Foundation (SWF), divulgado no início de abril.
Segundo a organização não governamental especializada em sustentabilidade espacial, o problema tem relação com o uso militar da internet via satélite da SpaceX após a invasão da Ucrânia, há três anos. Com o início do conflito, os residentes do país recorreram à empresa de Elon Musk para se manterem online.
O serviço também passou a fornecer conectividade segura e de alta velocidade para as comunicações do governo de Volodymyr Zelensky e os militares ucranianos em 2022. Porém, diversas interrupções no sinal estão sendo notadas desde maio do ano passado, atrapalhando operações importantes das tropas locais.
Essas interferências são atribuídas a atividades russas. De acordo com o documento, Moscou possui “diferentes mecanismos” com capacidades avançadas para causar interrupções na rede de satélites da Starlink operando acima do território da Ucrânia e potencialmente afetando outros países, também.
Guerra espacial em curso
Um mecanismo chamado Tobol, originalmente criado para proteger os satélites russos, está entre as tecnologias para interromper os sinais da Starlink, como aponta o relatório. Além dele, Moscou utiliza uma arma mais avançada, chamada Kalinka, que detecta e causa interferências na constelação lançada pela SpaceX, dificultando as operações com drones ucranianos.
Essas ferramentas também foram usadas para bloquear os sinais de GPS na Holanda, França, Luxemburgo e Suécia, e para interromper a exibição de canais infantis nesses países. Em vez da programação normal, as emissoras teriam começado a mostrar imagens da guerra na Ucrânia.
Ainda de acordo com a SWF, a China vem investindo em tecnologias semelhantes, como submarinos com mastros retráteis equipados com laser. Essas embarcações poderiam chegar à superfície e disparar sinais de interferência direcionados à rede da Starlink e outros sistemas na órbita terrestre.
A guerra espacial em curso mencionada pelo documento aponta, também, que os Estados Unidos estão testando novos mecanismos de bloqueio de satélites com operação remota. Eles ajudariam a reforçar suas capacidades de guerra eletrônica no ambiente espacial, diante dos investimentos feitos pelos adversários.
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Fonte: TecMundo