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Robert De Niro é um ‘velho quebrado’, diz o vice-chefe de gabinete de Donald Trump


Vencedor do Oscar de Melhor Ator por Touro Indomável (1980), Robert De Niro é considerado um dos atores e cineastas mais influentes de sua geração. Aos 82 anos, ele é um crítico de longa data de Donald Trump.

No programa The Weekend on Sunday, da MSNBC, no último domingo, 19, o ator iniciou uma polêmica. Ele sugeriu que Trump desejará permanecer no cargo de presidência quando seu segundo mandato terminar, e demonstrou preocupação com essa possibilidade.

“Ele armou tudo, acho que Stephen Miller é o Goebbels do Gabinete”, disse, em referência a Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha nazista. “Ele é nazista, sim, e é judeu. Ele deveria ter vergonha de si”, complementou sobre Miller (via NME).

Stephen Miller, ativista político estadunidense de extrema-direita, foi conselheiro sênior do Presidente dos Estados Unidos durante o primeiro mandato de Trump e hoje é Vice-Chefe de Gabinete para Políticas Públicas na Casa Branca. Figura relevante do movimento MAGA, ele foi um dos grandes responsáveis pela campanha de deportação de migrantes do governo.

Stephen Miller (Foto: Alex Wong/Getty Images)

No dia 22 de outubro, Miller foi questionado sobre os comentários de De Niro no programa da Fox, Hannity. Entretanto, em vez de combater as acusações feitas, ele manifestou diversas ofensas ao trabalho do cineasta.

Robert De Niro é um velho triste, amargo e destruído, que está principalmente enfurecido porque não faz um filme que valha a pena assistir há pelo menos 30 anos”, insultou.

No período mencionado, De Niro estrelou em uma série de filmes aclamados pela crítica, como O Lado Bom da Vida (2012), Trapaça (2013) , Coringa (2019) e O Irlandês (2019). O ator também recebeu indicações ao Oscar, BAFTA, SAG Award e Globo de Ouro por seu papel em Assassino da Rua das Flores (2024), de Martin Scorsese.

Miller continuou, dizendo: “Este homem vem se degradando diante das câmeras com um filme horrível atrás do outro durante toda a minha vida adulta, e ninguém o leva a sério. Nem pela família, nem pelos amigos, nem pela comunidade. Ele é apenas uma sombra de homem e todos ignoram tudo o que ele diz.”

Curiosamente, um perfil de Miller na Vanity Fair de 2020 revelou que ele tinha pôsteres emoldurados de dois filmes de De Niro, Cassino (1995) e Os Bons Companheiros (1990), na parede de seu quarto quando era adolescente. O portal Daily Beast também mencionou que, no passado, o político havia dito que Cassino seria seu filme favorito.

O posicionamento de De Niro

Em meio ao acirramento do clima político nos Estados Unidos, o embate entre De Niro e Miller evidencia as tensões crescentes entre os artistas e o governo Trump.

Em maio de 2025, durante a cerimônia de abertura da 78º edição do Festival Cinema de Cannes, na França, De Niro já havia afirmado que o presidente dos EUA representava uma ameaça global. “No meu país, lutamos arduamente pela democracia que antes considerávamos garantida. Isso afeta a todos nós aqui, porque a arte é o cadinho que une as pessoas, como esta noite. A arte busca a verdade. A arte abraça a diversidade. É por isso que a arte é uma ameaça”, declarou em discurso.

Ele continuou realizando comentários extensos sobre as decisões de Trump frente às artes e à liberdade de expressão. “O presidente filisteu dos Estados Unidos se fez nomear chefe de uma de nossas principais instituições culturais [o Kennedy Center]. Ele cortou o financiamento e o apoio às artes, humanidades e educação.”

Outras declarações do ator reforçaram sua postura crítica em relação à atual administração dos EUA. Após os protestos do movimento No Kings no último fim de semana quando mais de sete milhões de pessoas em todos os 50 estados foram às ruas contra Trump e suas políticas —,  De Niro pediu aos americanos que continuem lutando. “Não há outra maneira de enfrentar um valentão”, observou. “Você tem que enfrentá-lo e lutar até o fim.”

Na entrevista ao The Weekend, ele reforçou que o presidente deseja prejudicar a América. “Trump não entende nada de humanidade, pessoal”, disse. “Ele não tem empatia. Não sei onde — o que ele é, mas é um alienígena e quer prejudicar este país.”

+++ LEIA MAIS: Bruce Springsteen apoia o movimento No Kings: ‘O inferno está se abrindo nos Estados Unidos’


Gabriela Nangino (@gabinangino)

Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo, Gabriela é mineira e apaixonada por arte e cultura. Ela também já foi dançarina e seu principal hobbie é conhecer todos os cinemas de rua de SP. Foi estagiária no Jornal da USP e, na Rolling Stone Brasil, fala sobre música, filmes e séries.



Fonte: rollingstone.com.br

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