Nesta quarta-feira, 6 de agosto, é celebrado o Dia do Rap Nacional. Institucionalizada em 2008, a data foi criada para homenagear e fortalecer o gênero responsável por retratar o cotidiano e promover a consciência de classe, além de inspirar pessoas de diferentes realidades e gerações.
Nascido nos Estados Unidos a partir de influências musicais africanas e jamaicanas, o rap chegou ao Brasil especialmente na década de 1980 e encontrou um terreno fértil para criar bases sólidas na cultura do país. Por isso, referências do rap nacional lembraram da data nesta quarta-feira.
“O rap é minha formação acadêmica, me deu discernimento, serviu como diálogo que era ausente para um jovem de periferia, uma ferramenta de luta contra o racismo, um resgate de identidade e também um negócio”, afirmou Rael. “Me deu sustento, respeito e autonomia. A importância do rap é ser esse microfone aberto para quem quiser chegar com a sua história, sua verdade, para ser quem você quiser ser e isso é incrível. O resto é consequência.”
Outra referência do gênero, Zudizilla também celebrou a data. “O Dia do Rap Nacional poderia cair na mesma data do dia dos pais, já que estão tão perto um do outro e que, tantas vezes, o rap supriu essa demanda de educar, aconselhar, elevar a autoestima e alertar sobre as mazelas de um mundo que se acostumou com as injustiças”, comentou. “Eu gostaria de agradecer aos guerreiros de outrora, que pavimentaram o caminho e conseguiram instituir através de seu amor, uma data para que a gente celebre aquilo que todos os dias nos acompanha. Muito obrigado, rap nacional, vida longa e continue salvando vidas!”
Representando a voz feminina essencial para fazer do hip hop um gênero ainda mais democrático, Layza fez questão de ressaltar que, além de tudo, o rap é uma ferramenta de transformação e realização de sonhos.
“Eu não escolhi o rap — foi ele que me escolheu. Eu nem sabia quem eu era até Deus e a vida me mostrarem, através do rap quem eu realmente sempre fui. Mais que música, o rap é identidade, resistência e cura. Ele me deu autoestima, coragem e direção. Me reconectou com a minha voz, com a minha história e com minha missão. Hoje, eu posso mostrar para o mundo que a neguinha que subestimaram sonha alto, pensa alto e faz acontecer. Nunca fui só mais uma. Minha revolução é a minha rima.”
Vencedora do BET Awards 2025, Ajuliacosta deu eco à celebração. “Eu sou feliz por fazer parte de um movimento que me ensinou tanto e levo essa responsabilidade para de fato fazer diferença e ocupar com muito respeito o lugar que me foi dado.”
Por fim, Tonyyymon, indicado ao prêmio Sabotage 2022 na categoria MC, destacou que o rap é um espaço de aprendizado. “Não existiu pessoa ou ferramenta que me ensinou mais como o rap nacional, me tornando uma pessoa apta a entender o mundo de uma forma mais ampla. Até porque quando falamos sobre rap, falamos sobre um emaranhado de coisas que o acompanha: as ideias, relações, as movimentaçõe. E todo esse ecossistema moldou a minha trajetória para eu buscar ser um homem cada vez melhor, consciente e mais criativo.”
+++LEIA MAIS: O disco dos Racionais que ‘antecipou a estética sonora do Trap’ de SP e Brasil
+++LEIA MAIS: Por que Jimi Hendrix teria adorado hip-hop, segundo seu engenheiro de som
Fonte: rollingstone.com.br