Segundo análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente à semana de 8 a 14 de agosto e publicada na última quinta-feira (14), os prêmios têm ajudado a sustentar parte dos preços da soja no Brasil, com o câmbio mantendo-se próximo de R$ 5,44 por dólar. Nesse cenário, as principais praças gaúchas registraram valores de R$ 122,00 por saca, enquanto em outras regiões do país os preços oscilaram entre R$ 117,00 e R$ 123,00 por saca.
Em paralelo, projeções da iniciativa privada indicam que a futura safra brasileira pode alcançar 178,2 milhões de toneladas em 2025/26. A StoneX avaliou que o número é baseado em expectativa de produtividade excelente. O Ceema ponderou, no entanto, que “além de muito cedo, tais números são, por enquanto, bastante otimistas, já que é preciso esperar o comportamento do clima nas diferentes regiões do país”. O relatório destacou ainda que o Mato Grosso enfrenta preocupações com a baixa umidade, considerada a menor em dez anos, no início do plantio autorizado a partir de 7 de setembro, após o vazio sanitário. O Sul do país também continua sob risco de seca.
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em levantamento recente, manteve a área de soja do estado em 13,08 milhões de hectares, alta de 1,67% em relação ao ano anterior. A produtividade média foi projetada em 60,4 sacas por hectare, recuo de 8,8% frente ao ciclo anterior. A produção final estimada é de 47,2 milhões de toneladas, queda de 7,3% em relação à colheita passada. O instituto destacou que ainda há incertezas relacionadas ao clima e ao nível de investimento dos produtores em tecnologia diante de custos elevados e preços relativamente baixos.
No Rio Grande do Sul, a Emater estimou redução de 0,8% na área a ser semeada em 2025/26, para 6,74 milhões de hectares. Apesar da retração, a entidade afirmou que, em condições climáticas normais, a produção poderá se recuperar após a quebra de 27% registrada na safra passada em comparação ao ano anterior. A expectativa é de que a colheita alcance 21,4 milhões de toneladas, avanço de 57,1% sobre o último ciclo, com produtividade média estimada em 3.180 quilos por hectare, o equivalente a 53 sacas.
Fonte: AGROLINK