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países árabes querem ser foco após tarifas dos EUA


Com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, os países árabes querem se tornar uma alternativa estratégica promissora para as exportações do agronegócio brasileiro. Segundo a Times Brasil, uma análise da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira revela o potencial de redirecionamento dos fluxos comerciais e a expansão da parceria entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe.

A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros – uma sobretaxa de 40% adicionada à alíquota de 10% vigente desde abril – forçou a busca por novos mercados. O objetivo brasileiro é duplo: mitigar os impactos dessa nova tarifa e ampliar a parceria comercial com os países árabes.

A Câmara Árabe-Brasileira mapeou 13 produtos que, apesar de serem os principais exportados para os Estados Unidos nos últimos cinco anos, agora poderiam ter suas vendas direcionadas ou ampliadas para o mercado árabe.

  • Café verde representa uma das maiores oportunidades. Enquanto os Estados Unidos cobram 50% sobre o produto brasileiro, ele chega aos países árabes com tarifa zerada. Em 2024, o Brasil exportou US$ 513,83 milhões em café não torrado para o mercado árabe, comparado aos US$ 1,896 bilhão para os Estados Unidos. Há potencial de expansão para Arábia Saudita, Kuwait e Argélia. Apenas a Arábia Saudita, que importou US$ 400 milhões em café em 2024, adquiriu somente US$ 49,12 milhões do Brasil, indicando vasto espaço para crescimento.
  • Carne bovina também se destaca, com alíquotas árabes variando de zero a 6% para carne congelada, muito abaixo dos 50% do mercado americano. Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita podem ampliar significativamente suas compras da proteína brasileira. O Egito, por exemplo  importou US$ 927,12 milhões em carne bovina em 2024, sendo apenas US$ 273,07 milhões do Brasil. No último ano, o Brasil exportou US$ 1,211 bilhão de carne bovina para os países árabes, superando os US$ 885 milhões exportados aos Estados Unidos.
  • Açúcar chega ao mercado árabe com tarifa de zero a 20%, enquanto os Estados Unidos cobram 50%. O produto foi um dos itens mais vendidos ao mercado árabe em 2024.

Outros produtos com potencial incluem semimanufaturados de ferro ou aço, madeira de coníferas, petróleo refinado e máquinas como bulldozers e carregadoras – todos com tarifas árabes significativamente menores que as americanas.

As Emirados Árabes Unidos, Egito e Arábia Saudita são os principais importadores de produtos brasileiros. A Câmara Árabe sugere atenção especial ao Egito (devido ao acordo comercial vigente com o Mercosul), Argélia (país populoso com alta demanda), Iraque e Líbia (economias petrolíferas com liquidez).

Para 2025, a expectativa é de estabilidade a leve crescimento nas vendas para a Liga Árabe. Embora não haja estimativa exata de quanto será redirecionado dos Estados Unidos, parte desse volume pode ser absorvida ainda este ano, especialmente carne bovina e café.



Fonte: Gazeta do Povo

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