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Os 50 melhores one-hit wonders dos anos 2000, segundo Rolling Stone


A música pop passou por uma enorme reviravolta durante os anos 2000, quando as altas vendas de discos dos anos 1990 desabaram, as redes de lojas de discos fecharam em massa e as empresas de tecnologia começaram a atrair os ouvintes, afastando-os de seus walkmen e levando-os para os tocadores de música digital.

Mas o caos pode trazer momentos inesperados de maravilha, e a combinação de distribuição online (por meio de vendas de músicas, streams no YouTube e perfis no MySpace), fragmentação do público, competições de canto na TV e as habituais evoluções culturais — sem mencionar a MTV, que manteve o medidor de tendências TRL em sua programação até o final de 2008 — fez com que diversas estrelas cadentes se tornassem visíveis. Cinquenta delas, representando os melhores “one-hit wonders” da década, estão listadas abaixo.

A definição comum de “one-hit wonder” pode ser um pouco maleável, então vale destacar que alguns dos artistas que receberam esse título, na verdade, emplacaram vários sucessos. A dupla russa quase sáfica t.A.T.u. lançou um dos melhores singles da década com “All The Things She Said”, que alcançou o 20º lugar na Billboard Hot 100 em março de 2003; elas seguiram com a acelerada “Not Gonna Get Us”, que não entrou na Hot 100, mas foi um sucesso nas pistas e na MTV.

Afroman, rapper do Mississippi, emplacou o crônico e relaxado hino “Because I Got High” como um grande sucesso no ano 2000, alcançando a 13ª posição; embora a música seguinte, “Crazy Rap”, não tenha entrado na mesma parada, chegou ao top 10 no Reino Unido e em outros lugares. (Desde então, se tornou uma sensação nas plataformas de streaming e foi certificada com tripla platina em 2023.)

A banda de rock canadense Finger Eleven lançou, em 2007, “Paralyzer”, que elevou o nível de animação esportiva de “Take Me Out”, do Franz Ferdinand, e alcançou o sexto lugar na Hot 100; quatro anos antes, a balada sincera e acústica “One Thing” havia chegado ao 16º lugar. E assim por diante.

Abaixo, veja os 50 melhores “one-hit wonders” dos anos 2000, incluindo baladas neo-power e faixas de dancehall envolventes, nu metal, dancehall, crunk, clássicos proto-virais cult e sucessos inesperados nas paradas, segundo Rolling Stone.

Daniel Powter, “Bad Day”

“Onde está o momento de que mais precisamos?”, pergunta o cantor e compositor canadense Daniel Powter logo no início de sua lamentação de 2005. Mas “Bad Day” não é uma música para se afundar na tristeza; cantar aos berros seu insistente e melódico refrão pode arrancar um sorriso até do mais abatido dos ouvintes. Co-produzida pelo guru do pop Mitchell Froom e escrita por Powter como uma forma de se livrar da melodia que não saía de sua cabeça, “Bad Day” ficou cinco semanas no topo da Billboard Hot 100 no início de 2006 — e provavelmente continuará animando as pessoas, contra a própria vontade, até o fim dos tempos.

Hinder, “Lips of an Angel”

Se alguma banda provou que uma balada poderosa e melosa podia te levar longe nos anos 2000, foi Hinder, cuja crônica sobre um coração infiel, “Lips of an Angel”, chegou ao terceiro lugar na Hot 100 em outubro de 2006. O vocalista Austin Winkler oferece doces garantias durante uma ligação noturna de uma ex — um conceito que seria bem mais aceitável se não incluísse o verso: “Bem, minha garota está no quarto ao lado/Às vezes eu queria que ela fosse você”. O refrão, daqueles de levantar o isqueiro, até alivia um pouco o peso da traição, mas é difícil não se perguntar como teria sido uma música-resposta da mulher do outro lado da parede.

Dorrough, “Ice Cream Paint Job”

Esse ostentoso e minimalista hit do crunk exalta um carro customizado que é “creme por dentro, limpo por fora” e tunado ao máximo. Não só o carro de Dorrough tem telas de vídeo no painel (para assistir a Saved By the Bell, é claro) e um volante de madeira — ele também possui um sistema de som massivo, feito para fazer a rua tremer enquanto ele toca essa música, que alcançou a 27ª posição na Hot 100 em setembro de 2009. O hit ganhou diversos remixes e versões, incluindo remixes da Costa Leste e da Costa Oeste, além de um freestyle de Lil Wayne na mixtape No Ceilings.

Saving Jane, “Girl Next Door”

Liderada pela potente vocalista Marti Dodson, cuja voz encorpada tinha um timbre semelhante ao de Alanis Morissette, a banda de rock de Columbus, Saving Jane, estreou com esse pop-rock vibrante sobre o complexo de inferioridade de uma jovem, ampliado pela presença de uma colega aparentemente perfeita. (Rainha do baile, líder de torcida, Miss América, dona do beliche de cima: o que essa supermulher não consegue fazer?) O vocal firme de Dodson já entrega um pouco o desfecho — a garota da porta ao lado pode até ser o centro das atenções da escola, mas provavelmente não conseguiria cantar uma linha como “Todo mundo a ama/Mas eu só quero bater nela” com tanta convicção quanto Marti.

Hurricane Chris, “A Bay Bay”

O single de estreia do rapper Hurricane Chris, nascido em Shreveport, Louisiana, é uma saudação serpenteante e cheia de estática sobre se divertir ao máximo na balada. Seu refrão para levantar as mãos contrasta com os versos excitados, onde Chris se gaba de que a música que está tocando no clube é a sua música. Sua entrega acelerada nos versos soa como se ele estivesse tentando soltar todos os seus pensamentos orgulhosos antes que a multidão comece a gritar “A Bay Bay” mais uma vez, dando à faixa — que alcançou o sétimo lugar na Hot 100 em 2007 — uma energia elétrica e vibrante.

Webstar & Young B feat. The Voice of Harlem, “Chicken Noodle Soup”

O lançamento do YouTube em 2005 levou a um ressurgimento das danças virais, e o DJ de Harlem, Webstar, aproveitou o momento com uma faixa que celebrava um passo que fazia sucesso em seu bairro. Com a ajuda de uma garota de 14 anos que soltava fogo nos versos e atendia pelo nome de Young B — também conhecida como Bianca Bonnie — “Chicken Noodle Soup” ganhou as ruas, depois a internet, e eventualmente cruzou para o mundo pop, chegando ao 45º lugar na Billboard Hot 100.

“Era algo contagiante, uma coisa organicamente acesa que você não conseguia explicar,” disse Bianca à Billboard em 2019, após J-Hope, do BTS, e a estrela pop Becky G lançarem um dueto com sample de “Chicken Noodle Soup”. “Foi criado no Harlem, e agora é algo mundial.”

Vistoso Bosses, “Delirious”

A estilosa dupla de Atlanta, formada por Taylah P. e Kelci, eram primas, filhas de pais que trabalhavam na indústria musical, e começaram a colaborar em suas próprias músicas ainda adolescentes. Após serem contratadas por Michael “Mr. Collipark” Crooms — que também havia lançado Ying Yang Twins e Soulja Boy — elas lançaram seu sublime single de estreia, uma história minimalista de crush no hip pop que exibe seu mix de influências e uma química natural. (Ignore o remix com Soulja Boy, que neutraliza o charme juvenil do original.)

“Delirious” alcançou o 10º lugar na parada Billboard Hot R&B/Hip-Hop Songs em 2009, mas o álbum de estreia do Vistoso Bosses, Confetti, foi engavetado em meio à turbulência da indústria fonográfica no fim dos anos 2000.

Flobots, “Handlebars”

O primeiro sucesso do coletivo de alt-hip hop Flobots estourou da maneira tradicional: fãs na cidade natal da banda, Denver, começaram a ligar em massa para as rádios pedindo a música, e, conforme ela ganhava espaço, os pedidos só aumentaram — até que a faixa alcançou o 37º lugar na Hot 100 em 2008. Um hino político com uma pegada criativa, escrito “no auge da Guerra do Iraque”, como contou o vocalista Jonny 5 à Rolling Stone naquele ano, a música possui um charme fácil e meio improvisado, que reforça sua mensagem de usar a imaginação para o bem, em vez de acumular poder pelo poder.

Brooke Valentine, “Girlfight”

Um “Meeting in the Ladies Room” para a era do crunk&B, o single de estreia da poderosa vocalista Brooke Valentine é ameaçador e estrondoso, com Valentine pronta para “jogar os cotovelos” em quem quer que cruze seu caminho. Com Big Boi, do OutKast, e o embaixador mundial do crunk, Lil Jon, dando apoio, além de sintetizadores distorcidos produzidos por Lil Jon reforçando sua confiança, Valentine deixa claro que está pronta para brigar.

Toya, “I Do!!”

Brilhante e animado, o single de estreia da revelação soul de St. Louis, Toya, é vibrante e contagiante, capturando a sensação de uma paquera do outro lado da pista de dança, completa com um toque cintilante de sintetizadores. Toya era adolescente quando foi descoberta, em 2000, pelo empresário de Nelly, Tony Davis, e foi promovida como “o lado mais suave de St. Louis” quando estourou. “Eu realmente não sei o que isso significa, mas meio que gosto,” disse ela ao Riverfront Times em 2001 — e os ouvintes também, levando “I Do!!” ao 16º lugar na Hot 100 em dezembro daquele ano.

Trapt, “Headstrong”

O ethos do nu metal — a amálgama de grunge, metal e rap que dominou o mundo do rock no final dos anos 1990 — é sintetizado de forma sucinta no refrão do único hit Top 40 dos roqueiros californianos do Trapt: “Saia da frente, eu te enfrento”. O vocalista Chris Taylor Brown berra essa frase enquanto guitarras cortantes e baterias pesadas impulsionam esse rock estrondoso e petulante, fazendo de “Headstrong” — que alcançou a 16ª posição na Billboard Hot 100 em novembro de 2003 — mais do que uma música: uma ameaça. Brown continua defendendo essa bandeira até hoje, culminando em surtos previsíveis contra a “cultura do cancelamento” sempre que é criticado por falar demais online.

Orianthi, “According to You”

Uma guitarrista prodígio australiana, que já tocou com Carlos Santana aos 18 anos, Orianthi estava preparada para o estrelato global quando foi escolhida a dedo para ser a guitarrista principal de Michael Jackson em sua malfadada turnê This Is It. A morte de Jackson, em junho de 2009, cancelou esses shows e levou Orianthi a seguir carreira solo, com “According to You” marcando sua estreia pop naquele outono. Um hino atrevido de despedida a um ex, vindo de alguém que encontrou coisa melhor, a música se insere diretamente no universo pós-“Since U Been Gone”, embora os solos de guitarra incendiários ao longo da faixa adicionem um brilho de lycra e laquê.

Los Lonely Boys, “Heaven”

Vindos do oeste do Texas, os Los Lonely Boys — trio formado por Henry, Jojo e Ringo Garza — tocavam uma mistura de blues texano, soul e música Tejana que eles mesmos chamavam de “Texican rock n’ roll” quando surgiram no começo dos anos 2000. “Heaven”, que apareceu no álbum de estreia autointitulado, foi divinamente inspirada: “Eu me ajoelhei, comecei a chorar e a rezar,” contou Henry à Rolling Stone em 2004. “E o bom Deus me disse: começa a escrever, cara.”

Deus se mostrou um ótimo olheiro musical: as guitarras ensolaradas e as harmonias elevadas, combinadas com letras bilíngues cheias de saudade que sonham com “um lugar melhor que esse em que estou vivendo”, ajudaram a música a liderar as paradas de Adult Contemporary, além de alcançar a 16ª posição na Hot 100 em agosto de 2004.

Kat DeLuna feat. Elephant Man, “Whine Up”

A cantora nascida no Bronx, Kat DeLuna, lançou um single de estreia cheio de energia, que fundia as batidas do dance pop do final dos anos 2000 com o espírito do carnaval dominicano, com a ajuda do futuro produtor de Lady Gaga, RedOne. “Ele falou comigo sobre o Marrocos, e eu contei que era dominicana, e éramos apenas essa equipe mundial… Começamos a brincar e a produzir na hora, e você acredita que a batida de ‘Whine Up’ simplesmente surgiu ali mesmo?”, contou ela à Remezcla em 2017. A vibrante e festeira “Whine Up”, que contou com a participação do mestre jamaicano do dancehall Elephant Man, alcançou a 29ª posição na Hot 100 em julho de 2007 e figurou nas paradas ao redor do mundo, o que deixou DeLuna orgulhosa. “Pra mim, não era apenas uma música. Eu realmente via como um movimento para as pessoas — algo muito internacional,” disse ela.

Caesars, “Jerk It Out”

O hit vibrante dos roqueiros de Estocolmo, Caesars, “Jerk It Out”, foi lançado originalmente em 2002, quando a banda ainda se chamava Caesars Palace. Três anos depois, eles limparam o nome, cortando a parte final para evitar problemas de direitos autorais, e “Jerk It Out” ganhou uma plataforma ainda maior que o rádio: foi destaque em um comercial do iPod Shuffle, a versão mais compacta do MP3 player icônico da Apple. Isso fez com que “Jerk It Out”, uma pepita de garage rock com riffs de órgão, surgisse em todos os lugares: anúncios, trailers, trilhas sonoras de videogames e filmes.

Eamon, “Fuck It (I Don’t Want You Back)”

Canalizando a fúria pós-término cuspida de um briguento de Staten Island em cerca de quatro minutos de catarse, o provocador “Fuck It (I Don’t Want You Back)”, de Eamon, testou a disposição das rádios em cumprir as regras da FCC (Comissão Federal de Comunicações) sobre palavrões e empolgou ouvintes que buscavam uma forma de expressar sua própria raiva. Apesar (ou talvez por causa) de seu palavreado abundante, “Fuck It” alcançou a 16ª posição na Billboard Hot 100 em fevereiro de 2004, inspirou uma música-resposta no mês seguinte e levou Eamon a colaborar com outro conterrâneo de Staten Island, Ghostface Killah, na (um pouco mais agradecida, mas menos bem-sucedida) “I Love Them Ho’s (Ho-Wop)”.

Metro Station, “Shake It”

Formada pelos irmãos de duas estrelas de Hannah Montana — Trace, irmão de Miley Cyrus, e Mason, irmão de Mitchel Musso —, a banda de emo-pop Metro Station lançou seu álbum de estreia autointitulado em 2007, pouco depois de ser descoberta no MySpace. O terceiro single do álbum, o compacto e lascivo synth-pop-punk “Shake It”, foi o que realmente estourou — seu refrão grudento e simples o transformou em um sucesso garantido nas festas, e suas influências de New Wave deram à faixa uma vibe retrô-nouvelle que a impulsionou até a 10ª posição na Hot 100 em junho de 2008.

City High, “What Would You Do?”

Músicas pop que funcionavam explicitamente como parábolas morais eram raras no início dos anos 2000, o que fez com que “What Would You Do?”, lançada por esse trio de Nova Jersey em 2001, se destacasse no saturado cenário pop pós-Y2K. Produzida por Wyclef Jean, a faixa conta a história de um encontro com uma stripper em tempos difíceis e pode soar um pouco didática — “Garota, você não é a única com um bebê/Isso não é desculpa pra viver toda doida”, exalta um dos versos. Mas seu refrão suplicante a tornou atraente para as rádios, e ela alcançou a 8ª posição na Hot 100 em maio de 2001.

Unk, “Walk It Out”

O domínio de Atlanta sobre a cena hip hop dos anos 2000 continuou com essa faixa crunk deliciosamente divertida do DJ e hypeman Unk, cujos vocais enérgicos adicionaram uma centelha brincalhona aos caóticos sintetizadores e à batida implacável que ele criou. “Walk It Out” começou como um sucesso nas boates de Atlanta no início de 2006, depois se espalhou para rádios de todo o país ainda naquele ano. Em janeiro de 2007, saiu um remix com Jim Jones, André 3000 e Big Boi — a última vez que Big Boi e André 3000, do OutKast, apareceram juntos na mesma música — e, algumas semanas depois, “Walk It Out” atingiu seu auge, chegando ao 10º lugar na Hot 100.

O boom do blog-rock na segunda metade dos anos 2000 teve vários cruzamentos com o mundo offline, mas o mais cativante definitivamente veio do grupo sueco Peter, Bjorn and John. A faixa onírica de 2006, “Young Folks”, usava uma melodia de assobio insistente como forma de se cravar no cérebro de qualquer ouvinte desavisado — não de uma maneira ruim, veja bem, mas de uma forma instantaneamente inesquecível. A abordagem peculiar do trio ao twee sueco não chegou a entrar na Hot 100, mas abriu o episódio piloto de Gossip Girl em 2007 — o que, no caótico cenário pop do final dos anos 2000, era uma vitória quase tão importante quanto figurar nas paradas.

Hoku, “Another Dumb Blonde”

O single de estreia da filha de Don Ho não seguiu muito os passos do ícone da música havaiana — “Another Dumb Blonde”, contribuição de Hoku para a trilha sonora de Snow Day (2000), é um pop dançante animado, ainda que melancólico, sobre um namorado de olho comprido. A música atinge a euforia na ponte, quando a voz de Hoku sobe aos agudos enquanto ela vira a frase do refrão “você nunca me amou mesmo” em uma mais afirmativa: “eu nunca te amei mesmo”, selando o empoderamento perto do fim, quando ela dispara: “vá em frente e encontre o que você pre-ci-sa!” como um último empurrão para fora da porta. O hit alcançou a 27ª posição na Billboard Hot 100 em abril de 2000.

Asher Roth, “I Love College”

Transformando o riff de “Say It Ain’t So”, do Weezer, e a batida boom bap de “10% Dis”, da MC Lyte, em uma levada suave e próxima do reggae, o single de estreia do rapper da Pensilvânia Asher Roth celebra a pizza barata e as festas intermináveis que vêm com a vida universitária. Sua entrega incrédula capta perfeitamente o ar sempre surpreso do típico maconheiro de campus, e impulsionou “I Love College” à fama nos blogs (e fez de Roth uma estrela do spring break) em 2009. A faixa chegou ao 12º lugar na Hot 100 naquele ano, e Roth continua lançando músicas — embora ainda reste debate se ele é o orgulho ou o pesadelo de relações públicas de sua alma mater, a West Chester University.

Cherish feat. Sean Paul, “Do It to It”

O duo de irmãs de Atlanta, Cherish, alcançou o 12º lugar na Hot 100 com “Do It to It”, um hino serpenteante às noites de balada, com participação de Sean Paul, que evidencia as harmonias suaves de sangue das irmãs. As instruções insistentes do grupo — “Bounce wit’ it, drop wit’ it, lean wit’ it, rock wit’ it, snap wit’ it” — são transmitidas com uma cadência gentil, mas firme, que vai fazer até o mais dedicado adepto do sofá se mexer ao ritmo envolvente da faixa.

The Vines, “Get Free”

Uma década depois de “Smells Like Teen Spirit” ter explodido e anos após o auge da corrida do ouro do alt-rock, alguns jornalistas musicais ainda procuravam o “próximo Nirvana”, e essa banda de Sydney foi escolhida para esse papel antes do lançamento de seu álbum de estreia, Highly Evolved, em 2002. A faixa agressiva “Get Free”, que não entrou na Hot 100 mas recebeu bastante atenção nas rádios de rock americanas e na MTV, fez jus à expectativa: a voz estrangulada do vocalista Craig Nicholls soa como se tivesse sido mergulhada em soda cáustica à la Kurt Cobain, enquanto o ataque sonoro da banda faz com que cada segundo dos 2 minutos e 7 da música soe como uma bomba.

Kandi, “Don’t Think I’m Not”

Kandi Burruss já havia desfrutado da fama pop como integrante do grupo vocal de R&B dos anos 1990, Xscape, e seus créditos como compositora para Destiny’s Child, Pink e TLC mostraram como seu talento se manteve após os anos no grupo. “Don’t Think I’m Not”, seu single solo animado de 2000, celebra a superação de um ex — não com algo nefasto, mas vivendo uma vida plena e feliz sozinha. A música alcançou o 24º lugar em outubro de 2000, sendo seu único hit solo a figurar na parada, mas Burruss continuou brilhando, chegando até a ser escalada para o The Real Housewives of Atlanta em 2009.

Das Racist, “Combination Pizza Hut and Taco Bell”

Talvez a única maneira de responder à decisão da Yum Brands de abrigar suas várias marcas de fast-food sob o mesmo teto tenha sido esta faixa surrealista e arrastada do coletivo de hip hop do Brooklyn, Das Racist, lançada inicialmente no MySpace em 2008. A música não chegou às paradas, mas a maneira como os MCs Himanshu “Heems” Suri e Victor “Kool A.D.” Vazquez transformaram o fenômeno de olhar para palavras por longos e confusos períodos de tempo em uma experiência pop intensa e eufórica criou um sucesso viral que alterou o panorama musical.

The Calling, “Wherever You Will Go”

Enquanto o rock parecia estar ficando mais enxuto e agressivo no início dos anos 2000, com a ascensão paralela do nu metal e do garage rock pós-Strokes/White Stripes, a banda de Los Angeles The Calling seguiu na direção oposta com seu single de 2001, “Wherever You Will Go” — uma balada emotiva e marcada por violões sobre amor e mortalidade. A voz rouca do vocalista Alex Band intensificava o romantismo crescente da canção, que atinge o ápice em um refrão celebrando o compromisso, feito sob medida para casamentos, festas de aniversário e outras comemorações de laços duradouros. “Wherever” alcançou a quinta posição na Billboard Hot 100 em março de 2002 e liderou a parada Adult Top 40 por 23 semanas — feito superado apenas por “Smooth”, de Santana com Rob Thomas, e igualado por “Cruel Summer”, de Taylor Swift, no embalo da Eras Tour em 2024.

Kevin Lyttle feat, Spragga Benz, “Turn Me On”

Kevin Lyttle inicialmente gravou “Turn Me On” como uma balada, mas em 2003 ela foi remixada em uma faixa de dancehall acelerada que alcançou o quarto lugar na Billboard Hot 100 em agosto de 2004. A voz melosa de Lyttle suaviza suas investidas, enquanto os sintetizadores de pegada old-school ao redor acrescentam uma urgência irresistível à canção.

Lil’ Romeo, “My Baby”

Romeo “Lil’ Romeo” Miller é filho de Master P, fundador da No Limit Records, e assinou com o selo do pai para lançar seu álbum de estreia. O herdeiro da No Limit teve muitos recursos à disposição em seu primeiro single, evidenciado pela forma como transformou “I Want You Back”, dos Jackson 5, em uma celebração de si mesmo. Colocando sua voz ainda pré-adolescente em destaque, o exuberante “My Baby”, que chegou ao terceiro lugar na Billboard Hot 100 em junho de 2001, foi a maior ostentação de playground — não apenas por causa do sample caro, mas também pela maneira como ele mencionava seus tios Silkk the Shocker e C-Murder, exaltava suas habilidades no basquete e passava boa parte da música fugindo das intenções românticas de uma jovem determinada.

MIMS, “This Is Why I’m Hot”

O single de estreia de Shawn Maurice Mims alcançou o primeiro lugar em março de 2007, graças a uma base instrumental minimalista e sinuosa, interpolação bem aplicada que homenageava o mundo além de sua cidade natal, Nova York, e algumas das mais tautológicas (e memoráveis) ostentações já registradas. Eu sou foda porque sou estiloso / Você não é porque não é”, ele declara de forma relaxada, mas firme — e quem somos nós para discutir com esse tipo de lógica irrefutável?

The Darkness, “I Believe in a Thing Called Love”

“Cock rock” não era apenas um gênero para a banda britânica The Darkness: era uma razão de existir, como proclamava orgulhosamente o grito de guerra de 2003, “I Believe in a Thing Called Love”. Com letras insinuantes e safadas, entregues pelo vocalista Justin Hawkins com seus saltos de oitava, e um solo de guitarra avassalador, executado por seu irmão Dan, “I Believe in a Thing Called Love” era bobo, mas não uma piada. Não era exatamente o tipo de música que tocaria no rádio nos anos 2000, mas tocou um nervo do rock retrô, e seu revivalismo tardio dos anos 1980 permanece potente até hoje graças à habilidade e ao carisma do The Darkness.

Nine Days, “Absolutely (Story of a Girl)”

Uma canção alegre e melancólica que combina acordes animados com inúmeros pedidos de desculpa de um namorado não muito exemplar, o único hit da banda de alt-rock de Long Island Nine Days cavalga uma abertura cheia de sílabas — “Esta é a história de uma garota / que chorou um rio e afogou o mundo inteiro” — rumo ao paraíso do jangle pop. Alcançando a sexta posição na Billboard Hot 100 em julho de 2000, a pegajosa “Absolutely” tem a dose certa de autodepreciação bem apresentada para fazer o vocalista e guitarrista John Hampson parecer um cara legal no final das contas.

Eden’s Crush, “Get Over Yourself”

Embora a febre das girl bands que tomou conta do Reino Unido nunca tenha se materializado totalmente do outro lado do Atlântico, a série de TV Popstars, que gerou o mega grupo vocal Girls Aloud, teve duas temporadas exibidas pelo canal WB. Sua primeira temporada resultou na formação do Eden’s Crush, em 2001, e, embora em 2025 esse quinteto seja provavelmente mais lembrado por ter revelado a indicada ao Tony Nicole Scherzinger, ele chegou à cena pop com um sucesso marcante. “Get Over Yourself”, que alcançou a oitava posição na Billboard Hot 100 em 2001, é um petulante e enérgico Pop&B no estilo do Destiny’s Child, com uma instrumentação cintilante que emoldura harmonias raivosas sobre um ex controlador.

D4L, “Laffy Taffy”

Um verdadeiro retrato de sua época, a ode ao “booty shaking” do grupo de snap-hop de Atlanta D4L surfou em várias tendências dos anos 2000 — hip hop de Atlanta, modas de dança, músicas prontas para toques de celular e vendas digitais — até alcançar o topo da Billboard Hot 100 por uma semana no início de 2006. Sua batida minimalista a tornava irresistivelmente pegajosa, enquanto suas letras absurdas (“I’m lookin’ for Mrs. Bubble Gum, I’m Mr. Chick-O-Stick” — “Estou procurando a Sra. Chiclete, sou o Sr. Chick-O-Stick”, etc.) adicionavam ainda mais diversão à mistura.

Nina Sky feat. Jabba, “Move Ya Body”

As gêmeas nascidas em Porto Rico, Nicole e Natalie Albino, criaram um marco cultural quando lançaram “Move Ya Body” em abril de 2004. Fundindo o riddim Coolie Dance com as harmonias tensas das irmãs — e adicionando algumas referências bem colocadas a “Can You Feel the Beat”, de Lisa Lisa — o hit certificado de verão, que alcançou a quarta posição na Billboard Hot 100 em agosto de 2004, refletia o variado background musical das Albino enquanto soava totalmente conectada ao seu momento.

La Roux, “Bulletproof”

Os britânicos Elly Jackson e Ben Langmaid retomaram o som do início dos anos 1980 com seu projeto de synth-pop La Roux, que lançou seu gélido, porém irresistível, álbum de estreia em 2009. “Bulletproof”, o terceiro single do disco, alcançou a oitava posição na Billboard Hot 100 em junho de 2010 e foi um estudo de contrastes. Soava combativa em seus versos afiados, nos quais Jackson criticava um ex que buscava reconciliação, mas derretia no refrão, quando Jackson alongava o título num lamento que sugeria uma resolução vacilante.

Tweet feat. Missy Elliott, “Oops (Oh My)”

Essa ode sedutora ao amor-próprio ganha parte de sua força de uma batida etérea de Timbaland, mas é o vocal arrebatado de Tweet que realmente move a canção. Ao narrar uma sessão noturna de admiração pela própria beleza, sendo subitamente dominada por ela, ela soa agradavelmente surpresa, acrescentando uma atmosfera de sonho que só é reforçada pela participação de sua amiga Missy Elliott, que surge do nada como uma narradora onisciente (e entusiasmada). “Oops (Oh My)” alcançou a sétima posição na Billboard Hot 100 em abril de 2002, mas sua mensagem de afirmação ressoa até hoje.

American Hi-Fi, “Flavor of the Weak”

O líder do American Hi-Fi, Stacy Jones, iniciou sua carreira em bandas de rock barulhentas como Veruca Salt e Letters to Cleo, e sua visão sobre o power pop enérgico sempre teve um viés punk. “Flavor of the Weak”, o single de estreia da banda, que chegou ao 41º lugar na Billboard Hot 100, é um relato animado, mas irritado, sobre uma mulher que não é devidamente valorizada pelo namorado. Rimando “stoned” com “Nintendo” — o que Jones e os vocais de apoio fazem em uma harmonia triunfante — é apenas um dos muitos toques inspirados dessa joia.

Baha Men, “Who Let the Dogs Out”

Embora essa faixa irreverente do coletivo junkanoo das Bahamas, Baha Men, tenha alcançado apenas a 40ª posição na Billboard Hot 100 em outubro de 2000, a maneira imperativa com que sua pergunta-título é berrada (e seguida do eco latido “who, who, who”) fez dela uma das faixas mais inesquecíveis dos anos 2000. Isso é ainda mais notável, considerando suas origens: como contou o autor de “Dogs” e integrante do Baha Men, Anslem Douglas, ao Huffington Post em 2016, trata-se, na verdade, de “uma música que critica os homens”, destinada a envergonhar aqueles que arruínam festas sendo agressivos demais com as mulheres.

Truth Hurts feat. Rakim, “Addictive”

A Primeira-Dama da Aftermath, Truth Hurts, teve seu single de estreia marcado por uma polêmica envolvendo amostras sonoras: o trecho de Bollywood costurado ao longo da faixa, retirado da música “Thoda Resham Lagta Hai”, de Lata Mangeshkar (1981), foi utilizado sem a devida autorização, o que gerou um processo federal de direitos autorais contra a gravadora e os produtores de Truth Hurts.

O vocal potente de Truth, que adicionava intensidade ao seu relato sobre um relacionamento tão ruim que chega a ser bom, realmente não precisava de nenhuma base instrumental, muito menos de uma envolta em questões legais. Felizmente, parte dos problemas em torno da faixa se resolveram em 2021, quando “Addictive”, que alcançou a nona posição na Billboard Hot 100 em 2002, finalmente ficou disponível nos serviços de streaming.

The Click Five, “Just the Girl”

Os neo-new wavers do The Click Five se formaram na Berklee College of Music, em Boston, e recrutaram um colega especialista em pop — o prolífico Adam Schlesinger, que vinha do sucesso crossover da irreverente “Stacy’s Mom” — para compor “Just the Girl”, que alcançou a 11ª posição na Billboard Hot 100 em setembro de 2005. Sintetizadores açucarados, backing vocals de “ahh-ahh” e o vocal descontraído do vocalista Eric Dill oferecem a cobertura perfeita para o núcleo power pop dessa faixa apaixonada.

Lumidee, “Never Leave You (Uh Oooh, Uh Oooh)”

Girando a partir do riddim Diwali rumo à pura felicidade pop, esse sucesso de 2003 da cantora nascida no Harlem, Lumidee, é uma jam de verão sublime, graças à combinação de sua batida que lembra pular corda com momentos de chamada e resposta dignos do recreio, além do vocal ofegante de Lumidee. “Never Leave You” alcançou apenas a 54ª posição na Billboard Hot 100 em junho de 2003, mas sua estrutura simples e seus múltiplos ganchos — especialmente aquele “uh oooh” — fizeram com que resistisse ao teste do tempo.

Blu Cantrell, “Hit ’Em Up Style (Oops)”

Hoje, a história contada em “Hit ’Em Up Style (Oops!)” seria relatada em uma série de 21 partes no TikTok, completa com compras ostentosas na Nieman Marcus e vídeos instrutivos sobre como “voltar e acertar o estilo”. Em 2001, uma canção de R&B bastava — e isso provavelmente foi para melhor, considerando a performance arrebatadora da cantora nascida em Rhode Island aqui. O sample de “The Boys’ Night Out”, de Frank Sinatra, só torna a vingança cara detalhada em “Style” ainda mais doce, e o ápice da música na segunda posição da Billboard Hot 100 transforma a revanche em algo sublime.

Crazy Town, “Butterfly”

Embora o hipnótico rap-rock “Butterfly” não tenha sido o cartão de visitas do álbum de estreia do Crazy Town, The Gift of Game (1999), seu lançamento como single, em outubro de 2000, mudou o jogo para a banda de Los Angeles. Misturando rimas elípticas, uma libido escancarada e um sample de “Pretty Little Ditty”, dos Red Hot Chili Peppers — que adiciona vibrações místicas à canção —, “Butterfly” foi uma versão rap-metal da power ballad que alcançou o topo da Billboard Hot 100 em março de 2001.

Seu sucesso não satisfez completamente a banda: “Temos muito a provar por causa de ‘Butterfly’. Precisamos provar que somos garotos punk agressivos — uma banda de verdade e não um ato pop”, disse Shifty Shellshock à Rolling Stone em 2001. Mas a música abriu caminho para que outros grupos de ‘bad boys’ mostrassem seu lado mais sensível.

Khia, “My Neck, My Back (Lick It)”

O single de estreia de Khia, lançado em 2002, pode ter alcançado apenas a 42ª posição na Billboard Hot 100, mas isso provavelmente se deve mais a uma questão técnica do que a outra coisa — é uma faixa absolutamente explícita, com Khia ditando suas exigências de prazer em detalhes suculentos, enquanto sintetizadores baratos fervilham ao fundo. Conseguir que ela fosse tocada regularmente nas rádios dos EUA teria envolvido muitas reuniões sobre o quão imprópria é a frase “lick it good”.

“My Neck, My Back” foi um verdadeiro cometa de hit, que provavelmente teria recebido mais reconhecimento nas paradas na era pós-rádio — basta ver como “Fat, Juicy, and Wet”, a colaboração entre Sexyy Red e Bruno Mars, está indo bem sem as regulações da FCC para reprimi-la. Mais um motivo para celebrar Khia por ter colocado a satisfação feminina em primeiro plano e transformado isso em ouro pop.

Hoobastank, “The Reason”

Conhecida como uma banda de funk-metal, a Hoobastank, da Califórnia, alcançou o segundo lugar na Billboard Hot 100 em junho de 2004 com “The Reason”, uma neo-power ballad tão apologética quanto autocrítica. “Eu não sou uma pessoa perfeita”, “Desculpe por ter te machucado” — são frases típicas de quem está prestes a terminar um relacionamento. Mas o Hoobastank inverte o roteiro em “The Reason”, na qual o vocalista Doug Robb brada suas promessas de se esforçar mais e ser uma pessoa melhor — aquele tipo de postura ajoelhada que rende os lamentos mais satisfatórios do rock.

J Kwon, “Tipsy”

O MC J-Kwon, nascido em St. Louis, acertou em cheio com seu single de estreia, uma homenagem — com sample de “We Will Rock You” — a “todo mundo bêbado na pista de dança”. Montada sobre as palmas sincronizadas do hit que sacode estádios do Queen, com algumas batidas de teclado bem colocadas e o modo como J-Kwon transforma as primeiras sílabas da palavra “everybody” num rugido, “Tipsy” chegou ao segundo lugar da Billboard Hot 100 em abril de 2004. Talvez tivesse atingido o topo se não fosse pela dominação cultural de “Yeah!”, de Usher, com temática semelhante. Mas a justiça veio duas décadas depois, quando “A Bar Song (Tipsy)”, de Shaboozey — que interpolava “Tipsy” —, chegou ao número um nos EUA e no mundo.

Willa Ford, “I Wanna Be Bad”

Canalizando as grooves brilhantes do R&B do fim dos anos 1990, com uma pitada da afirmação de Samantha Fox de que garotas “safadas” também precisam de amor, o single de estreia da cantora pop Willa Ford é ao mesmo tempo um produto de sua época e uma lembrança de outras eras do pop. Ford entrega suas investidas coquetes — direcionadas a um pretendente já comprometido — com uma determinação provocante, enquanto seus ad-libs só aumentam a atmosfera carregada. “I Wanna Be Bad” chegou à 22ª posição na Billboard Hot 100 em agosto de 2001, mas Ford aproveitou o sucesso — e sua inegável ousadia — para emplacar como apresentadora e interpretar Anna Nicole Smith em uma cinebiografia de 2007.

Lil Mama, “Lip Gloss”

Um rap minimalista e cheio de atitude — sua base é composta apenas por palmas e batidas de pé — sobre a aplicação correta de maquiagem, o single de estreia de Lil Mama, “Lip Gloss”, lançado em 2007, foi um sucesso intergeracional: embora a MC nascida no Brooklyn falasse sobre “dominar” seus colegas de escola, o sentimento de confiança ao escolher um cosmético certeiro era amplamente identificável. “Lip Gloss” chegou à décima posição na Billboard Hot 100 em junho de 2007, mas sua produção direta faz com que soe tão atual quanto uma camada recém-aplicada de brilho labial, mesmo décadas após seu lançamento.

Wheatus, “Teenage Dirtbag”

Por onde começar com o hino perfeitamente afinado da banda Wheatus, de Long Island, feito para os metaleiros apaixonados do mundo, que o vocalista Brendan Brown escreveu como um tardio “foda-se” aos pânicos satânicos da época? Sua estrutura de versos e refrões com dinâmica de “quieto-alto-quieto” revela as emoções ocultas sob as camisetas do Slayer; a oferta do protagonista de “dois ingressos para o Iron Maiden, baby” à sua paixão demonstra que ele está, astutamente, levando-a a um espetáculo de arena e não apenas a um show de clube decadente.

De alguma forma, “Teenage Dirtbag” não entrou na Billboard Hot 100 após seu lançamento em 2000 — um fato pelo qual os programadores de rádio deveriam se envergonhar, já que a música alcançou o número um ou dois nas paradas do mundo todo. Ela ainda tem “hit” escrito por toda parte e a longevidade para provar isso, mesmo um quarto de século depois de seu lançamento. One Direction a incluiu em sua turnê Take Me Home, a pop futurista australiana Peach PRC deu a ela um remake hyperpop em 2022, e virou figurinha carimbada no TikTok.

Tão doce quanto desafiadora, “Teenage Dirtbag” faz com que seus momentos mais altos soem como um amplificador caindo, e seu refrão é tão contagiante que até os preppies mais engomadinhos acabam cantando — e talvez até balançando a cabeça — em uníssono.

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Fonte: rollingstone.com.br

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