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Os 10 melhores filmes de vingança de todos os tempos, segundo Rolling Stone


Nada como um bom filme de vingança para provocar catarse, fazer o público torcer por justiça — ou algo bem próximo disso — e mostrar que, no cinema, acertos de contas podem ser tão emocionantes quanto brutais. De narrativas calculadas a explosões de fúria, o tema atravessa gêneros, estilos e culturas e continua empolgante.

No embalo da estreia de Cloud — Nuvem de Vingança, do japonês Kiyoshi Kurosawa, que já está em cartaz nos cinemas brasileiros — e você pode conferir a crítica clicando aqui —, a Rolling Stone Brasil organizou, em ordem de preferência, os 10 melhores filmes de vingança de todos os tempos. Confira a seguir:

10º John Wick: De Volta ao Jogo (2014)

Só o fato de matarem o cachorro de John Wick (Keanu Reeves, Matrix) bastaria pra justificar um banho de sangue cinematográfico. Mas o que faz o filme ser um dos grandes exemplares do cinema de vingança não é só o motivo — apesar de a morte do cão ser, sim, um gatilho emocional forte —, mas a forma.

Keanu Reeves, com poucas palavras e muito estilo, cria um justiceiro silencioso e implacável que praticamente redefine a estética da ação moderna. Cada tiro, cada golpe, cada passo dentro daquele submundo de assassinos tem propósito e o propósito é vingança.

A direção coreografada de Chad Stahelski (John Wick 3: Parabellum) em parceria com David Leitch (O Dublê), com influência direta do gun-fu e dos filmes de ação asiáticos, transforma o luto do personagem em pura arte visual.

John Wick não é apenas um homem em busca de vingança; ele é uma força da natureza que ninguém teve a sensatez de deixar em paz. O cachorro era tudo o que restava da esposa falecida e, ao tocarem nele, despertaram o bicho papão. Está em 10º na nossa lista porque é simples, elegante e brutal. A vingança de John Wick: De Volta ao Jogo veste terno preto e anda com postura reta em direção ao caos. — Angelo Cordeiro


O Corvo (1994)

O Corvo é vingança embalada em poesia sombria. Brandon Lee, em sua atuação eternamente marcada pela tragédia real nos bastidores, encarna Eric Draven, um músico assassinado brutalmente junto com sua noiva, que retorna dos mortos para punir cada responsável. É uma história de vingança que flerta com o sobrenatural, embebida em dor, amor e justiça. E o mais curioso: mesmo com toda a melancolia, há uma estranha beleza em ver esse justiceiro fantasmagórico pintando o rosto e caçando seus algozes em becos sujos e ruas molhadas de uma cidade que parece viver em luto constante.

A estética gótica do filme, com chuva incessante, trilha sonora que mistura The Cure e Nine Inch Nails, e visual de graphic novel noventista, transformou O Corvo em um cult instantâneo referenciado até os dias de hoje. Mas o que o coloca entre os grandes filmes de vingança não é só a pose, é também o coração partido que motiva cada passo do protagonista. A vingança aqui não é só uma missão, é uma necessidade: um ajuste de contas entre o amor que deveria durar pra sempre e o horror que tentou apagá-lo. “Não pode chover o tempo todo”, ele diz. Mas enquanto chover, a vingança viverá. — A. C.


Bela Vingança (2020)

Bela Vingança é bastante diferente da maioria dos filmes que você verá nesta lista. No filme de Emerald Fennell (Saltburn), Cassandra Thomas (Carey Mulligan, Maestro) não derrama sangue para lidar com os vilões. Na verdade, ela busca mexer com o seu psicológico, assim como eles mexeram com o dela no passado.

A princípio, a personagem se assemelha a uma super-heroína, ainda que não tenha superpoderes ou uniforme característicos. Cassie, na verdade, sacrifica o seu bem-estar e, principalmente, a sua segurança para proteger outras mulheres: em seu dia a dia, ela finge estar bêbada em bares e baladas para atrair preadores que, ao levá-la para casa, são confrontados com um choque de realidade quando ela revela a verdade.

Porém, o que poderia ser apenas um levante contra um histórico de abusos contra mulheres é enraizado em uma história ainda mais triste, que impede Cassie de prosseguir com a sua vida — mesmo quando isso parecia perfeitamente viável — antes de resolver essa questão.

Antes Bela Vingançafosse mais um filme sobre derramamento de sangue; ao invés disso, a produção toca em uma ferida profunda e incômoda e, apesar de seus clichês, é eficiente tanto ao passar uma importante mensagem quanto ao apresentar uma vingança das boas. — Henrique Nascimento


O Profissional (1994)

Em O Profissional, o cineasta francês Luc Besson (O Quinto Elemento) pega um matador de aluguel solitário, coloca uma menina de 12 anos traumatizada em sua vida e, do nada, temos um dos pares mais improváveis do cinema de vingança

Jean Reno (Wasabi) vive Léon, um assassino metódico e quase infantil em sua rotina, que se vê obrigado a cuidar de Mathilda (Natalie Portman, em sua estreia nos cinemas) depois que a família dela é massacrada por um policial psicopata, vivido por Gary Oldman (Drácula de Bram Stoker), como um dos vilões mais surtados e memoráveis dos anos 1990.

Mas o que torna O Profissional um filme de vingança tão singular é o fato de que essa vingança nasce de um vínculo frágil e quase proibido. Mathilda quer vingança com fogo nos olhos, Léon só quer protegê-la — e, aos poucos, o desejo dela se torna missão dele.

A violência aqui vem embalada por silêncios, olhares e plantas cuidadas com carinho. É um filme que dosa tiroteios estilizados com uma carga emocional inesperada, em que a vingança se torna, de certa forma, uma forma torta de amor. E quando Léon diz “esta planta está em boas mãos agora”, a gente sabe que a missão dele se cumpriu com sangue, sacrifício e dignidade. — A. C.


Kill Bill: Volume 1 (2003) e Kill Bill: Volume 2 (2004)

Um dos principais destaques na carreira de Quentin Tarantino (Era Uma Vez em… Hollywood),Kill Bill é um mergulho de cabeça do diretor na cultura asiática, especialmente em longas clássicos de artes marciais. Em dois volumes, a produção conta a história de Beatrix Kiddo, também conhecida como A Noiva (Uma Thurman, Pulp Fiction: Tempo de Violência), uma força da natureza em busca de vingança após ter a sua vida arruinada por antigos colegas do crime, quando decidiu abandonar essa vida para se casar.

Acrescido de pitadas de western americano e splatter-movie, além de um humor que beira o ridículo — embora tratado com muita inteligência —, a produção é uma farofa feita com os melhores ingredientes à disposição, que a transformam em uma das histórias de vingança mais empolgantes dos últimos anos. — H. N.


A Vingança de Jennifer (1978)

Poucos filmes de vingança carregam o peso e a importância de A Vingança de Jennifer (I Spit on Your Grave, no original). Lançado em 1978 e banido em diversos países, o filme causou repulsa e, ao mesmo tempo, foi abraçado como um grito de revanche feminina crua, além de ter sido precursor do estilo.

A trama é direta: Jennifer (Camille Keaton) é uma escritora que vai para o interior em busca de sossego, mas acaba sendo brutalmente violentada por um grupo de homens. O que vem depois é o nascimento de uma justiceira implacável, fria, calculista e feroz.

O que diferencia esse filme de tantos outros do subgênero rape & revenge é o olhar seco, sem trilha sonora, sem floreios, quase documental. A vingança de Jennifer não é estilizada nem cinematograficamente bonita; ela é desconfortável, e é aí que reside sua força.

Não é um filme fácil de assistir, mas impossível ignorar. Em plena década de 1970, colocar uma mulher tomando as rédeas da narrativa com tamanha brutalidade foi, para muitos, um ato revolucionário. A vingança aqui não busca redenção, mas justiça em sua forma mais primitiva. E por falar em justiça, se estamos fazendo essa lista, é por causa deste filme! — A. C.


Garota Exemplar (2014)

Garota Exemplar é como um conto de fadas ao contrário: o longa de David Fincher, responsável por suspenses de sucesso como Seven: Os Sete Crimes Capitais(1995) e Zodíaco(2007), baseado no best-seller de Gillian Flynn, começa com um final feliz entre os seus protagonistas, Amy (Rosamund Pike, Saltburn) e Nick Dunne (Ben Affleck, Batman vs. Superman: A Origem da Justiça), que vai degringolando bem diante de nossos olhos.

Na história, Amy desaparece misteriosamente, colocando Nick no centro das atenções. Nesse meio tempo, conhecemos a história do casal e, conforme a investigação se desenrola, o marido vai se transformando do homem perfeito ao principal suspeito da morte da esposa… Justamente como ela havia planejado. — H. N.


Oldboy (2003)

Responsável por atrair mais olhares para o cinema sul-coreano, Oldboy redefiniu o que é vingança com requintes de crueldade, dor e um final que faz o espectador questionar tudo o que testemunhou. A premissa já é um soco: um homem é sequestrado e mantido em cativeiro por 15 anos sem saber o motivo. Quando é finalmente libertado, ele tem cinco dias para descobrir quem fez isso com ele e por quê. Parece simples? Sim, mas nada em Oldboy é simples, graças à mente criativa de Park Chan-wook (A Criada).

A vingança aqui não é só violenta, ela é psicológica, filosófica e profundamente trágica. É o tipo de história que não tem heróis, só vítimas e algozes que se confundem. A icônica cena do corredor, com um martelo e meia dúzia de capangas, já entrou pro panteão da ação como uma obra de arte coreografada.

Mas o verdadeiro baque vem quando tudo se revela no final. Porque a pergunta que Oldboy joga no colo do espectador não é “o que você faria por vingança?”, mas: “e se você descobrisse que sua própria dor é parte de um plano muito maior e ainda mais cruel?” É genial, devastador e impossível de esquecer. Não à toa, abre o nosso pódio. — A. C.


Bastardos Inglórios (2009)

Bastardos Inglórios é o tipo de vingança que só poderia sair da mente de Quentin Tarantino: sangrenta, estilizada, com diálogos afiados e uma liberdade histórica que não se importa com os fatos em nome do prazer cinematográfico.

A ideia é ousada: um grupo de soldados judeus, liderados por Brad Pitt (F1: O Filme), tentando um péssimo sotaque italiano, tem uma única missão: “matar nazistas”. Ao mesmo tempo, Shosanna (Mélanie Laurent, Truque de Mestre), uma sobrevivente judia, que viu a sua família ser assassinada, bola seu próprio plano de vingança. E quando essas duas linhas se cruzam em um cinema em chamas… bem, o Terceiro Reich vai pelos ares.

O que faz Bastardos Inglórios tão especial é o quanto ele se diverte com a vingança. É como se Tarantino dissesse: “se é pra reescrever a história, vamos fazer isso com estilo, tiroteios, e Hitler se dando mal.” O filme deixa o espectador torcendo por cada explosão, cada facada, e cada bala — porque, por mais absurdo que pareça, há algo profundamente catártico em ver os vilões mais odiados do mundo levando a pior em um espetáculo de cinema dentro do cinema. É uma vingança grandiosa, exagerada e deliciosamente merecida. Como o próprio personagem de Pitt diria: “Essa é uma obra-prima. — A. C.


Ben-Hur (1959)

Colocar o clássico Ben-Hur no topo da lista pode até parecer estranho para alguns. Afinal, estamos falando de um épico bíblico, com toga, sandália e muito discurso sobre perdão. Mas não se engane: por trás das paisagens do deserto e das trombetas romanas, há uma das histórias de vingança mais poderosas e bem encenadas do cinema clássico.

Judah Ben-Hur, interpretado por Charlton Heston (Os Dez Mandamentos) com aquela intensidade esculpida em mármore, é traído pelo melhor amigo Messala (Stephen Boyd, A Queda do Império Romano) e jogado numa espiral de dor que passa por escravidão, perdas e, claro, corridas de biga que parecem saídas de um Velozes & Furiosos versão Império Romano.

A grandeza de Ben-Hur está no fato de que ele transforma a vingança em um dilema espiritual. O desejo de retaliar move Judah, mas o filme o desafia a olhar além disso. Ainda assim, quando ele aparece na arena de bigas, com olhos ardendo de fúria e as rédeas nas mãos, é impossível não sentir a tensão de uma revanche, que demorou anos para ser construída.

A corrida de bigas é a cena que marcou a história do cinema, mas a verdadeira vitória está na transformação interna do personagem. É a vingança elevada ao épico, onde o perdão talvez seja o golpe mais difícil de aplicar. E isso, meu amigo leitor, só os grandes filmes conseguem fazer. — A. C.

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Fonte: rollingstone.com.br

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