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Oposição a Lula pede demissão do diretor-geral da PF após operação no Rio


A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, pela corporação ter se negado de participar da megaoperação contra o Comando Vermelho que levou 113 suspeitos à prisão e vitimou 119 pessoas.

Isso, porquê, Rodrigues reconheceu que a Polícia Federal foi consultada pelas autoridades do Rio de Janeiro sobre a operação da última terça (28), mas afirmou que não seria “razoável” participar. Pouco antes, o chefe dele, o ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, havia dito que o governo não teria sido informado da ação.

“Essa postura revela um governo fraco, desorientado e completamente omisso, incapaz de compreender que o crime organizado mudou de patamar — hoje atua como uma força paralela, com armamento pesado, poder econômico e domínio territorial. O governo Lula não fez absolutamente nada”, afirmou o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, nesta quarta (29).

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Zucco afirma que o governo federal “lavava as mãos” enquanto “policiais civis e militares colocavam a vida em risco, enfrentando bandidos fortemente armados e de alta periculosidade”. Para ele, as três negativas ao governador Cláudio Castro (PL-RJ), do Rio de Janeiro, por pedidos de auxílio mostram que o governo petista “abandonou o povo carioca à própria sorte”.

“Enquanto governadores de todo o país ofereceram apoio e solidariedade ao Rio de Janeiro, o governo federal se esconde atrás de discursos e burocracia. O Brasil está diante de uma guerra declarada pelo crime, e o governo Lula age como se fosse apenas mais uma crise de gabinete”, disparou o parlamentar.

A troca de farpas entre Castro e Lewandowski levou a uma reunião de emergência do governo na manhã de quarta (29) e a uma declaração ao fim do encontro em que o ministro se atravessou ao diretor-geral da Polícia Federal quando este informou sobre a superintendência fluminense ter sido consultada.

“A comunicação entre governador de estado e governo federal tem que se dar ao nível de autoridades de hierarquias mais elevadas. Uma operação desse nível, porte, não pode ser acordada entre o segundo ou terceiro escalão. Se fosse uma operação que exigisse a interferência do governo federal, o presidente da República deveria ser avisado, o vice-presidente que estava respondendo, ou o ministro da Justiça e Segurança Pública ou o próprio diretor-geral da PF”, afirmou Lewandowski.

Após as trocas de acusações, Castro e Lewandowski se reuniram no final da tarde e anunciaram a criação de um “escritório emergencial” para conter a crise da segurança pública no estado. O objetivo, segundo anunciaram, é de viabilizar ações 100% integradas e diminuir a burocracia no combate ao crime. O governador e o ministro ainda aproveitaram a reunião para distensionar a tensão criada com relação à Polícia Federal, minimizando a negativa da corporação.

“Eu inclusive sabia [do contato da PM com a PF], mas não fiz uso político disso. Tem algo que é o diálogo do dia-a-dia entre as forças de segurança. Aos que tentaram me acusar de uso político, nem sequer fiz isso, sabia desde o primeiro momento, mas esses diálogos são tão comuns, que nem falei como falta de apoio. Não coloquei, porque não era um fato importante”, destacou o governador.

Lewandowski disse que Castro tem “toda a razão”, pois a troca de informações é “muita corriqueira” entre as forças de segurança. “Essa troca de ideias e dados é sempre sigilosa. Existem operações que interessam as forças estaduais exclusivamente, outras só as forças federais”, disse.

“Muitas vezes há uma conjunção de esforços, mas está era uma operação que não dizia respeito a Polícia Federal, que é uma polícia judiciária, não é uma polícia ostensiva, de ocupação de territórios”, acrescentou o ministro.



Fonte: Revista Oeste

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