Invocação do Mal 4: O Último Ritual estreou nos cinemas com a promessa de encerrar a saga da família Warren e cumpre bem essa função. No entanto, mais do que um fechamento de ciclo, o longa é um filme deMichael Chaves (Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio), diretor que novamente demonstra não ter total domínio sobre como conduzir o terror de forma realmente eficiente.
Neste capítulo final, acompanhamos o caso da família Smurl, que afirmava viver sob tormento de forças sobrenaturais em sua casa. Se nos filmes anteriores os fenômenos sobrenaturais serviam como pano de fundo para aprofundar a relação de Ed e Lorraine Warren (interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga, respectivamente), aqui os roteiristas já não escondem: a trama é essencialmente sobre o casal e sua filha. A liberdade poética se sobrepõe à recriação fiel do caso real, e chega a ser confuso identificar quem é, de fato, o “demônio final” da história.
O terror de Chaves segue a mesma fórmula: tudo que funciona vem de elementos já explorados por James Wan nos primeiros longas, como o plano-sequência caótico que acompanha a família ou a câmera paciente que assume o ponto de vista da entidade. Quando precisa criar tensão, o diretor recorre a sons estridentes e ambientes escuros, resultando em sustos previsíveis a quilômetros de distância. É uma pena.
Ainda assim, é curioso notar que, mesmo sem reinventar o gênero, o filme ganha um clima inesperadamente carinhoso. Isso porque o foco na família Warren não se traduz apenas em investigações ou confrontos com o sobrenatural, mas também em pequenos momentos cotidianos e afetuosos.
Há aniversários, conversas íntimas e uma atmosfera diferente na fotografia e na trilha sonora, que em muitos trechos se afasta da tensão do horror para criar algo mais acolhedor. Essa escolha, mesmo que arriscada, dá ao longa um ar de despedida agridoce e, por vezes, até fofo.
Essa abordagem não derruba completamente o filme e, curiosamente, o torna até divertido. Invocação do Mal 4 não reinventa a roda nem oferece grandes reflexões, mas pode agradar aos fãs que desejam se despedir dos Warrens em uma narrativa mais centrada em sua dinâmica familiar do que no terror em si.
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Fonte: rollingstone.com.br