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o trio que está sacudindo a cultura jovem na Irlanda do Norte — e além


Mo Chara (Liam Óg Ó hAnnaidh), Móglaí Bap (Naoise Ó Cairealláin) e DJ Próvaí (JJ Ó Dochartaigh) não são apenas os nomes por trás do Kneecap, grupo de hip hop da Irlanda do Norte — eles são a força motriz de uma revolução cultural. Misturando inglês com irlandês, sátira com crítica social, e realidade com absurdo, o trio surgiu das periferias de Belfast para se tornar um dos fenômenos mais provocativos e originais da música contemporânea.

Desde o começo, o Kneecap fez barulho com letras que escancaram as contradições do Reino Unido e a marginalização histórica do povo e da língua irlandesa. Faixas como “Get Your Brits Out” e “C.E.A.R.T.A” são hinos carregados de sarcasmo, críticas ao colonialismo e reflexões sobre identidade — tudo embalado por uma entrega explosiva e um humor gráfico que lembra os primeiros trabalhos de Eminem, como bem apontou o LA Times ou um pouco com os Beastie Boys se eles fossem nacionalistas irlandeses amantes da diversão, como declarou a Rolling Stone EUA.

Essa autenticidade — somada a uma inteligência lírica afiada — fez do grupo uma sensação em tempo recorde, com turnês esgotadas no Reino Unido e nos Estados Unidos, e uma base de fãs crescente mesmo entre quem não entende metade do que eles dizem. Como eles mesmos explicam, sua música “vem gritando das áreas frequentemente negligenciadas do Norte da Irlanda, falando numa língua que é muitas vezes ignorada”.

O passo mais ousado, no entanto, veio com o filme Kneecap: Música e Liberdade, uma produção híbrida entre biografia e ficção que mistura caos narrativo com energia política crua. O longa, financiado com verba pública via Screen Ireland, conta com Michael Fassbender no elenco e foi destaque em festivais como o Sundance, onde arrancou aplausos e polêmicas. A arrecadação surpreendente gerou um imbróglio legal que culminou num processo vencido pelo trio contra o Reino Unido — uma vitória que reforça o caráter insurgente de sua trajetória.

Recentemente, o grupo lançou a faixa “Better Way to Live”, em parceria com Grian Chatten, vocalista do Fontaines D.C. — uma colaboração que conecta duas das vozes mais potentes da música irlandesa atual, tanto em atitude quanto em discurso.

A apresentação do Kneecap no Coachella 2025, durante o segundo final de semana do festival, também gerou grande repercussão recentemente (inclusive uma briga com a Sharon Osbourne). O trio levou ao palco mensagens de protesto contra o genocídio em Gaza, reforçando seu posicionamento político diante de uma das maiores plateias do planeta — e provando que, mesmo sob os holofotes internacionais, continuam irredutíveis em seu ativismo.

Seja denunciando injustiças, celebrando a cultura local ou tirando sarro da própria fama, o trio segue fiel ao espírito que o lançou: desafiador, irreverente e, acima de tudo, necessário. O futuro pode ser incerto, mas uma coisa é clara — o Kneecap não está só fazendo rap. Está escrevendo história.

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Fonte: rollingstone.com.br

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