No programa Última Análise desta quarta-feira (13), os convidados analisaram o impacto da última sanção de Donald Trump que, desta vez, atingiu o programa “Mais Médicos”, criado durante o governo de Dilma Rousseff. Os funcionários do governo Lula e ex-servidores do Ministério da Saúde, Mozart Júlio Sales e Alberto Cleiman, tiveram seus vistos revogados devido ao envolvimento no programa.
O ex-procurador Deltan Dallagnol lembrou que os médicos cubanos eram obrigados a vir ao Brasil e trabalhar, muitas vezes, em condições que brasileiros não aceitariam. “Parte dos seus salários eram desviados compulsoriamente para o governo cubano. No fundo, sempre foi uma forma escamoteada de financiar a ditadura de Cuba. Vamos lembrar que ela sofre embargos econômicos dos EUA desde 1960”, ele diz.
“Isso tem menos a ver com o Brasil e muito a ver com Cuba. O secretário Rúbio é bastante ligado com a questão cubana”. Marco Rubio é filho de pais cubanos, que imigraram para os Estados Unidos em 1956, antes da ascensão de Fidel Castro no regime. Segundo Escorsim, a punição de Trump ao “Mais Médicos” reflete também uma movimentação mais ampla dos EUA na América Latina, que agora passa a ser mais observada, neste novo mandato.
Já o jurista André Marsiglia afirma que se trata de uma ação diplomática de Donald Trump para coibir a disseminação dos ideais cubanos pelo programa “Mais Médicos”. Segundo ele, “os americanos não querem que exista dentro da América Latina a instalação e desenvolvimento de um regime socialista, que se infiltre na cultura e se espalhe pelo continente”, afirma.
O “pacotaço” de Lula
O presidente Lula assinou, também nesta quarta (13), medida provisória que destina um crédito de ao menos R$ 30 bilhões para minimizar o impacto das tarifas de 50%. Do total de 4 mil produtos exportados para os Estados Unidos, cerca de 700 ficaram de fora da sobretaxa. Ainda assim, o tarifaço atingirá 35,9% das exportações brasileiras, afetando itens estratégicos como carne, café e frutas.
Para Dallagnol, as medidas do pacote são “paliativas” e, ainda, terão um custo para o contribuinte. “Elas não vão vir sem custo, pelo contrário. Vão custar 5 bilhões. Já os subsídios de financiamento, com juro em 10% ao ano, provocará um custo adicional de 3 bilhões por ano”, ele estima.
Direita se une em coro por 2026
O governador paulita Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) disparou fortes críticas contra Lula, ontem (13), afirmando que “o Brasil não aguenta” mais o PT. A fala ocorreu durante um evento em São Paulo e teve a participação de governadores aliados, como Ronaldo Caiado (União-GO), de Goiás, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Eduardo Leite (PSDB-RS), do Rio Grande do Sul.
“Até que enfim os governadores entraram arena eleitoral, onde Lula parece que está jogando sozinho. Isso porque Bolsonaro, seu adversário, foi calado pelo STF. Eles tem que fazer exatamente isso”, afirmou Escorsim. O escritor explica que não há saída para a direita a não ser se unificar para as eleições do ano que vem.
Ainda, o jurista André Marsiglia faz uma previsão para 2026: “Não tem como não ser um plebiscito (entre Lula e os “anti-Lula”). Espero que seja um plebiscito em que a vontade popular prevaleça”, ele faz a ressalva.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.
Fonte: Revista Oeste