PUBLICIDADE

O incrível teste de Chester Bennington para entrar no Linkin Park, narrado pelos colegas


Uma das grandes “cartas na manga” do Linkin Park, banda que adquiriu enorme popularidade na virada do século, era a performance de Chester Bennington. O cantor, que nos deixou em 2017, tinha uma voz poderosa, responsável por dar bastante personalidade ao som da banda.

Embora fosse jovem quando começou a se envolver com o Linkin Park — em 1999, ele tinha 23 anos —, Bennington teve um trabalho anterior com outro grupo: Grey Daze, com quem gravou dois álbuns, Wake Me (1994) e …No Sun Today (1997). Ambos os discos ficaram fora de catálogo devido a problemas com a gravadora.

Com o projeto encerrado, Chester foi recomendado por um colega, Jeff Blue, em março de 1999, para os membros de um grupo que ainda buscava um cantor: o Xero, futuramente nomeado Linkin Park. O vocalista se juntou a Mike Shinoda (voz e vários instrumentos), Brad Delson (guitarra), Dave Farrell (baixo), Joe Hahn (sintetizadores) e Rob Bourdon (bateria) em uma união que conquistou o mundo.

Em 2020, Shinoda, Delson, Farrell e Hahn relembraram ao canal oficial do Linkin Park (via site Igor Miranda) qual foi a reação deles ao ouvir a voz de Bennington pela primeira vez. Inicialmente, eles contaram que o saudoso colega gravou uma demo de “Pictureboard”, música que acabou disponibilizada oficialmente apenas no relançamento deluxe do álbum de estreia Hybrid Theory, no fim do ano em que a entrevista foi concedida.

Brad Delson declarou:

“Acho que ‘Pictureboard’ foi a primeira que ouvi na voz de Chester. Lembro de pegar a fita e perguntar para os caras o que eles achavam, pois Chester havia acabado de se candidatar. E eu estava… não chorando de alegria, mas quase chorando. Tipo, uau! Não sei nem o que senti.”

Mike Shinoda e Chester Bennington, do Linkin Park – Foto: Jason Squires / WireImage

O guitarrista destacou, ainda, as capacidades vocais de Chester Bennington já na primeira demo. Ele disse:

“Era uma voz pequena e vulnerável nos versos, daí você ouvia todos os timbres e harmonias na parte pesada. Aquilo me deixou impressionado e nós falamos na hora: ‘precisamos conhecer esse cara’.”

Talento de Chester Bennington não era só em estúdio

Na sequência, Mike Shinoda destacou que o talento de Chester Bennington foi comprovado novamente nos primeiros ensaios. O multi-instrumentista comentou:

“Éramos muito protetivos com a identidade da banda, com o que queríamos fazer. Tínhamos essa visão do que deveria estar no foco, e ainda não estava lá, mas queríamos acertar. Quando Chester chegou, não podíamos parar de falar sobre o quanto ele era talentoso. Quando fizemos nossas primeiras demos, ele ainda estava se descobrindo como vocalista.”

Linkin Park em 2003
Linkin Park em 2003 – Foto: L. Cohen / WireImage

Ainda durante o bate-papo, Shinoda pontuou que a chegada de Bennington fez o Linkin Park trabalhar, mesmo que aos poucos, na construção de uma nova identidade. Ele declarou:

“Não foi como se ele tivesse só cantando alguma coisa e eu ficasse ‘uau’. Foram pequenos passos. Pensávamos em como ele poderia se expressar de forma única e como isso se encaixaria na nossa música. De início, eu o gravava cantando, depois dizia o que achava, então, foi um progresso lento.”

A busca por uma identidade

A música “She Couldn’t”, gravada nos primórdios e lançada como single apenas em 2020, já antecipava um pouco da identidade do Linkin Park, só que ainda mais para o futuro. Shinoda arremata:

“Ele não grita na música, não há guitarras pesadas, e isso indicava nossa identidade mais adiante, lá para os anos de 2007, 2010. Estava tudo lá, só tínhamos que descobrir.”

Hoje, o Linkin Park segue com Emily Armstrong na vaga deixada por Chester. Porém, sempre ao falar a respeito de seu antigo cantor, os remanescentes adotam um tom respeitoso e garantem: ele é insubstituível.

Veja também:

+++ LEIA MAIS: A banda que impediu o Linkin Park de atingir o topo da parada nos EUA
+++ LEIA MAIS: As 3 melhores músicas do novo álbum do Linkin Park, segundo crítico da Rolling Stone
+++ LEIA MAIS: O grande diferencial do novo álbum do Linkin Park, segundo Brad Delson
+++ Siga a Rolling Stone Brasil @rollingstonebrasil no Instagram
+++ Siga o jornalista Igor Miranda @igormirandasite no Instagram





Fonte: rollingstone.com.br

Leia mais

PUBLICIDADE