Mais de 400 artistas decidiram geo-bloquear suas obras nas plataformas de streaming em Israel em resposta ao que classificam como genocídio em Gaza, limpeza étnica na Cisjordânia e apartheid dentro de Israel.
O movimento No Music for Genocide reuniu esses músicos em uma iniciativa que busca pressionar o país através do boicote cultural.
Entre os participantes estão Massive Attack, que se tornou o primeiro grupo de uma major (Universal Music Group) a anunciar publicamente a remoção de sua música do Spotify na região. A lista inclui também Faye Webster, Arca, Japanese Breakfast, MIKE, King Krule, Fontaines D.C., Rina Sawayama, Aminé, Kelela, Amyl and the Sniffers, MJ Lenderman, Kneecap, Mannequin Pussy e a veterana Carole King.
Os organizadores explicaram que a iniciativa é “um boicote cultural pedindo aos artistas que removam sua música das plataformas de streaming em Israel”. Segundo o comunicado oficial, qualquer artista pode participar entrando em contato através do site nomusicforgenocide.net.
O movimento integra uma mobilização cultural mais ampla que tem ganhado força nos últimos meses. Mais de 4.000 cineastas assinaram carta aberta prometendo não trabalhar com instituições israelenses consideradas “cúmplices de genocídio”. Paralelamente, personalidades como Brad Pitt e Joaquin Phoenix estão produzindo The Voice of Hind Rajab, filme sobre a guerra em Gaza.
Entre os gêneros musicais representados estão indie rock, hip-hop, eletrônica, folk e pop alternativo, demonstrando que a adesão atravessa diferentes segmentos da indústria musical. Artistas de diversos países participam da iniciativa, incluindo músicos do Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Austrália. Se você é um artista no Brasil e quer se juntar à causa, basta entrar no site do No Music for Genocide e seguir o passo a passo.
A ação representa uma extensão do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), criado em 2005 por Omar Barghouti, que há duas décadas promove pressão econômica e cultural contra Israel por suas políticas relacionadas à Palestina. Diferentemente de boicotes tradicionais, o No Music for Genocide utiliza especificamente as ferramentas de geo-bloqueio das plataformas digitais para criar restrições de acesso por região geográfica, aproveitando recursos tecnológicos que não estavam disponíveis em movimentos anteriores.
+++ LEIA MAIS: Massive Attack sai do Spotify e bloqueia música em Israel por questões éticas
+++ LEIA MAIS: Israel detém Greta Thunberg e outros ativistas após deter navio de ajuda com destino a Gaza
Nascida na Argentina mas radicada no Brasil há mais de 15 anos, Daniela achou na música sua linguagem universal. Formada em radialismo pela UNESP, virou pesquisadora criativa e firmou seu pé no jornalismo musical no portal Popload. Gateira, durante a semana procura a sua próxima banda favorita e aos finais de semana sempre acha um bom show para assistir.
Fonte: rollingstone.com.br