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O Futuro do Escolástica Rosa: Um Patrimônio em Discussão

O Instituto Dona Escolástica Rosa, localizado na Praia da Aparecida, em Santos, será tema de uma audiência pública na Câmara Municipal nesta quarta-feira (26). O imóvel, que abrigou por décadas uma instituição de ensino, encontra-se em estado de ruína e tem sido foco de polêmicas quanto ao seu destino. O encontro, convocado pelo vereador Paulo Miyasiro (Republicanos), busca discutir soluções para o futuro desse patrimônio histórico da cidade.

Um Patrimônio em Risco

O Escolástica Rosa foi doado à Santa Casa de Santos no final do século XIX, mas, devido a dívidas acumuladas, a instituição ofereceu o imóvel como garantia em uma dívida com a União. O abandono do prédio é visível, necessitando de uma restauração que, segundo especialistas, demandaria pelo menos três anos de obras e um investimento de R$ 50 milhões.

A decadência do complexo arquitetônico, que é tombado pelo Condephaat e Condepasa, tem gerado preocupação entre educadores, políticos e a sociedade civil. Entre os presentes na audiência estarão a dirigente regional de ensino, Rose Cristina, o arquiteto Gustavo Nunes, responsável pelo projeto de restauração, e representantes da Prefeitura de Santos.

A Disputa pelo Destino do Imóvel

Uma das propostas que mais gerou polêmica é a transformação do Escolástica Rosa em uma escola militar, sugestão feita pela deputada federal Rosana Valle (PL). Essa ideia encontrou forte resistência da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado), que defende que o espaço seja utilizado para educação pública, sem vinculação militar.

A coordenadora regional da Apeoesp, Tânia Maria Grizzi de Moraes, destaca que o testamento de João Octávio dos Santos, que doou o imóvel à Santa Casa, previa sua destinação à educação de crianças órfãs e jovens carentes. Para os opositores da militarização, a instalação de uma escola voltada à formação de policiais contrariaria a intenção original do doador.

A Participação Popular na Decisão

Além da audiência na Câmara, movimentos sociais têm se mobilizado para impedir a militarização do imóvel. A Frente Feminista da Baixada Santista já realizou atos em defesa da manutenção do Escolástica Rosa como espaço educacional e cultural.

O vereador Paulo Miyasiro enfatiza que a discussão deve ser coletiva e transparente: “Esse é um caso típico de interesse público, e a solução deve priorizar a vontade da sociedade”.

A decisão sobre o futuro do Escolástica Rosa está nas mãos das autoridades, mas a pressão popular promete influenciar os próximos passos. O que se espera é que a história e a função social do imóvel sejam preservadas, garantindo que ele continue sendo um espaço de educação e formação cidadã.

O debate está lançado, e a população santista tem voz nessa decisão crucial para o futuro da cidade.

Fonte: Diário do Litoral

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