Durante sua breve, mas intensa e meteórica carreira, os Beatles recorreram a poucos artistas externos para gravarem seus álbuns revolucionários. Era como se os quatro garotos de Liverpool bastassem para si mesmos, precisando, no máximo, de um quinto elemento na figura do produtor George Martin.
Há, no entanto, algumas exceções, e Billy Preston talvez seja a principal delas. O tecladista nascido em Houston, no Texas (EUA), era também compositor e um tarimbado músico de estúdio, versado no funk, no soul, no R&B e, claro, no rock.
No fim dos anos 1960, quando a banda vivia dias difíceis e lutava para tentar gravar o que seria o disco Let It Be (1970), Billy Preston se tornou peça fundamental na química entre o quarteto.
Segundo o guitarrista George Harrison, em declaração ao lançamento Beatles Anthology (via Far Out), foi ele quem sugeriu Billy Preston para as sessões de gravação. O clima mudou da água para o vinho:
“Billy veio e eu disse: ‘Lembram do Billy? Aqui está ele – ele sabe tocar piano.’ Ele pegou o piano elétrico e, imediatamente, houve uma melhora de 100% na atmosfera da sala.”
Documentário atesta melhora
A melhora no ambiente, de fato, pode ser claramente percebida no documentário The Beatles: Get Back (2021). Preston desfaz a tensão a faz a banda compor e tocar melhor, como destaca Harrison:
“Ter essa quinta pessoa foi o suficiente para cortar o gelo que havíamos criado entre nós. Billy não sabia de toda a política e dos jogos que estavam acontecendo, então, em sua inocência, ele se envolveu e deu um toque extra à banda.”
O guitarrista acrecenta:
“Todos ficaram mais felizes por ter outra pessoa tocando, e isso tornou o que estávamos fazendo mais agradável. Todos tocamos melhor, e foi uma ótima sessão. Foi mais ou menos como está no disco.”
Billy Preston e os Beatles
Billy Preston acabou tocando quase no disco todo. Seu piano e órgão Hammond estão presentes em “Dig a Pony”, “I’ve Got a Feeling”, “One After 909”, “The Long and Winding Road”, “Get Back”, “Dig It” e “Let It Be”. Ao longo da carreira, ele trabalhou ainda com Little Richard, Sam Cooke, Everly Brothers, Ray Charles, Rolling Stones, entre outros, além de ter desenvolvido carreira solo. Faleceu em 6 de junho de 2006, aos 59 anos, devido a uma série de problemas de saúde.
+++ LEIA MAIS: O maior culpado pela infelicidade de George Harrison nos Beatles
+++ LEIA MAIS: O músico que inspirou os Beatles a criarem suas próprias canções
+++ LEIA MAIS: A história nunca contada de Billy Preston: documentário explora a vida e o legado do músico
Fonte: rollingstone.com.br