A Rolling Stone Brasil esteve presente no Teatro Renault, em São Paulo, para assistir à nova temporada de Wicked e mergulhar em uma atmosfera coletiva de encantamento. Antes mesmo da orquestra entoar as primeiras notas, já havia uma energia mágica no ar: plateia lotada, celulares guardados às pressas, gente com brilho nos olhos pronta para rever — ou conhecer pela primeira vez — A História Não Contada das Bruxas de Oz.
E quando o espetáculo começa, a resposta é imediata. A cada efeito de ilusionismo, que faz a Elphaba de Myra Ruiz surgir ou desaparecer em cena, a Glinda de Fabi Bang flutuar no palco, ou quando a cenografia se transforma diante dos nossos olhos, o público reage com um misto de surpresa e aplausos espontâneos. Wicked não é só teatro musical, é uma experiência sensorial que arranca suspiros e risadas em igual medida.
O ponto alto, sem dúvida, está nas protagonistas. Myra Ruiz cresce com intensidade emocionante até explodir em “Desafiar a Gravidade”, no fim do primeiro ato — momento em que o teatro inteiro vibra, quase como em um show de rock. Fabi Bang, por sua vez, é dona da maioria dos risos da noite: ela não apenas domina o timing cômico, mas ainda brinca com referências atuais, soltando memes que arrancam gargalhadas cúmplices da plateia. É delicioso ver como ela consegue equilibrar a grandiosidade da personagem com essa leveza contemporânea.
É preciso falar também sobre a novidade que transforma esta temporada em algo histórico: Gloria Groove como Madame Morrible, substituindo Karin Hils em sessões limitadas. Desde sua primeira entrada, a reação é de êxtase. Aplausos calorosos da plateia a recebem e Gloria não decepciona: constrói uma vilã cartunesca, aproveitando cada detalhe cênico e interações com os demais colegas de palco com presença magnética. Quando ela muda o tempo pela primeira vez, o teatro inteiro vai à loucura.

Mas não é só o elenco que impressiona. O espetáculo é também um triunfo visual: cenários que se transformam com fluidez e jogos de luzes são um deleite para os olhos dos espectadores; a produção brasileira mantém o padrão de grandiosidade da Broadway, com figurinos deslumbrantes que ampliam a imersão na história. É um espetáculo que surpreende tanto pelo detalhe minucioso quanto pela escala monumental.
Vale destacar também o ritmo da narrativa. O primeiro ato é mais conciso, com cerca de 1h45, conduzindo de forma envolvente a amizade improvável entre Elphaba e Glinda. Já o segundo ato, pós-intervalo de 15 minutos, é mais curto, com cerca de 1 hora, e se apresenta de forma mais corrida, recheado de desdobramentos rápidos e de referências diretas a O Mágico de Oz — elementos que fazem a trama se entrelaçar com a fábula já conhecida pelo público.

O clima da plateia é de comunhão: a cada música e cada gesto dos artistas, há quem se emocione, quem ria alto e quem bata palmas no ritmo — algo que deve ser feito sempre prezando pelo respeito aos demais, tanto os colegas de platéia, quanto aos atores. É impossível não notar o quanto Wicked continua relevante e mexendo com a emoção dos fãs. A mensagem de não julgar pelas aparências e de abraçar a diversidade encontra eco imediato em um público que vive, hoje, em meio a redes sociais e polarizações.
Você sai do teatro com a impressão de que Wicked não é apenas uma superprodução de impacto visual — que não deve em nada à produção da Broadway —, mas uma obra que se renova a cada temporada. Sim, há o deslumbre dos figurinos e dos cenários impecáveis, mas o que realmente fica é a sensação de partilha: um espetáculo que fala sobre amizade, preconceito e aceitação, e que une, por suas quase 3 horas de duração, uma sala inteira em riso, aplausos e emoção.

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Fonte: rollingstone.com.br