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Mulheres executivas apostam na imagem para reforçar liderança e quebrar estereótipos


Maio é tradicionalmente conhecido como o mês das noivas e das mães, dois papéis carregados de simbologias ligadas ao feminino, à tradição e ao cuidado. Mas, em tempos em que as mulheres ocupam cada vez mais espaços de liderança, esse também pode ser o mês para celebrar outra faceta do universo feminino: o poder.

 

Dados recentes reforçam a relevância dessa discussão. Segundo pesquisa da Bain & Company, o número de mulheres CEOs nas 250 maiores empresas do Brasil quase dobrou nos últimos cinco anos, passando de 3% para 6%. Apesar desse avanço, a representatividade feminina ainda é um desafio significativo. O estudo também aponta que a presença de mulheres em cargos executivos subiu de 23% para 34%, e em conselhos administrativos, de 5% para 10% entre 2019 e 2024.

 

Para Clara Laface, consultora de imagem pessoal e corporativa, é hora de resgatar o valor da feminilidade na construção da autoridade e do protagonismo da mulher no ambiente executivo. Historicamente, a feminilidade foi colocada em oposição à seriedade profissional.

 

“Essa associação surgiu em um contexto patriarcal, em que tudo que remetia ao universo feminino — como estética, sensibilidade e cuidado — era visto como superficial e incompatível com a racionalidade exigida no trabalho”, explica Clara. Com isso, características femininas passaram a ser vistas como sinais de vaidade ou fragilidade, enquanto a competência era atribuída a uma imagem mais austera e masculinizada.

 

No entanto, essa visão vem sendo desconstruída. Para Clara, a mulher não precisa abrir mão da sua identidade para ser levada a sério. “Elementos femininos, quando usados com intencionalidade, reforçam a autenticidade e a presença. A autoridade vem da combinação entre imagem, postura e domínio técnico”, afirma. A chave está em alinhar a aparência com a mensagem que se quer transmitir — sem perder de vista o contexto e a coerência.

 

Segundo a consultora, a imagem pessoal pode tanto potencializar quanto prejudicar a percepção de liderança. Cores, tecidos e acessórios desempenham um papel importante nessa construção. “Tons escuros e tecidos estruturados reforçam firmeza; já cores claras e tecidos fluidos transmitem acessibilidade. Acessórios bem escolhidos comunicam sofisticação, mas em excesso, podem gerar distração”, orienta. A construção visual deve ser estratégica, sem excessos nem neutralidade forçada.

 

Na busca por uma aparência mais “séria”, muitas mulheres ainda cometem erros comuns, como masculinizar demais o visual ou adotar um estilo genérico e sem personalidade. “Seriedade não está em parecer dura, mas em comunicar intenção e profissionalismo com equilíbrio”, diz Clara. A autenticidade é uma aliada poderosa, e se perder nela pode significar enfraquecer a própria presença.

 

Maio também convida a refletir sobre como equilibrar papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres — como mãe ou esposa — com a ambição profissional. “O segredo está em ressignificar esses papéis com autonomia. Reconhecer que são parte da identidade, mas não o seu limite. Quando a mulher assume suas escolhas com clareza, transforma expectativas culturais em potência”, afirma.

 

No fim das contas, o que Clara propõe é que a mulher executiva enxergue sua imagem como uma ferramenta de poder. “É totalmente possível ser elegante, feminina e ainda assim ser percebida como firme e competente. A feminilidade não é fragilidade — é diferencial”, conclui. Neste mês que celebra tantas versões da mulher, fica o convite: que tal celebrar também sua autoridade?





Fonte: BS9

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