PUBLICIDADE

MUBI se explica após polêmica sobre parceria com investidora


A MUBI, plataforma de streaming voltada ao cinema autoral, se pronunciou após receber uma enxurrada de críticas por aceitar investimento de US$ 100 milhões da Sequoia Capital, firma de capital de risco do Vale do Silício. O problema? A mesma empresa também destinou recentemente US$ 10 milhões à startup de defesa Kela, fundada por ex-membros da inteligência israelense, uma ligação que reacendeu debates sobre financiamento indireto ao conflito em Gaza.

A controvérsia explodiu nas redes sociais, impulsionada por uma postagem viral no X (antigo Twitter), que acusava a MUBI de ter “sido comprada por capitalistas sionistas” e pedia seu boicote, relacionando a parceria a apoio militar a Israel. O coletivo Film Workers for Palestine também se manifestou com indignação, exigindo que a MUBI devolvesse o investimento.

Em resposta, a empresa publicou um comunicado no Instagram defendendo a decisão. Afirmou que a Sequoia, que também tem participações em gigantes como Apple, Google e Nvidia, é apenas uma entre diversas fontes de financiamento utilizadas pela MUBI desde sua fundação. “As crenças individuais de investidores não refletem os valores da MUBI”, escreveu a plataforma.

A MUBI nasceu em 2007 na Turquia, inicialmente com o nome The Auteurs, e sempre se posicionou como um serviço alternativo, priorizando o cinema independente. O fundador Efe Cakarel já afirmou publicamente que o foco da empresa nunca será blockbusters: “Se Michael Bay quisesse lançar um filme na MUBI, a resposta seria não. Isso é o que compromete a marca”.

Nos últimos anos, a plataforma cresceu consideravelmente e se tornou um nome forte no circuito de festivais e premiações. Em maio, investiu pesado no Festival de Cannes e comprou o drama Die My Love, estrelado por Jennifer Lawrence, por US$ 24 milhões. Além disso, a MUBI já exibiu filmes palestinos e produções sobre Gaza em seu catálogo.

Encerrando o comunicado, a empresa reforçou que continua sendo liderada por seus fundadores e reafirmou o compromisso de levar filmes ousados e visionários a audiências globais, independentemente das polêmicas em torno de seus investidores.

Tradução do comunicado:

“Desde a nossa fundação, a MUBI levantou recursos de diversas fontes para possibilitar seu crescimento. A decisão de contar com investidores externos sempre teve um único objetivo: acelerar nossa missão de levar filmes ousados e visionários a públicos ao redor do mundo. Foi com esse propósito que firmamos recentemente uma parceria com a firma de venture capital Sequoia Capital.

Com mais de 50 anos de atuação, a Sequoia tem um histórico consolidado de apoio a empreendedores, ajudando a transformar ideias em negócios que impactam o mundo. Seus investimentos abrangem uma variedade de setores, regiões e perfis de fundadores. Escolhemos trabalhar com a Sequoia porque a empresa — e, em especial, o sócio Andrew Reed — compartilha da missão da MUBI e deseja contribuir para que possamos ampliar nosso alcance e levar o bom cinema a ainda mais pessoas.

Nos últimos dias, alguns membros da nossa comunidade expressaram preocupações quanto à parceria com a Sequoia, considerando os investimentos da firma em empresas israelenses e as opiniões pessoais manifestadas por um de seus sócios. As crenças individuais de investidores não refletem os valores ou posicionamentos da MUBI.

Levamos a sério os questionamentos da nossa comunidade e seguimos firmes no nosso compromisso de permanecer uma empresa independente, liderada por seus fundadores”.

+++ LEIA MAIS: Twin Peaks entra no catálogo da MUBI; saiba em qual ordem assistir

+++ LEIA MAIS: A sombria história real que inspirou A Garota da Agulha, indicado ao Oscar 2025



Fonte: rollingstone.com.br

Leia mais

PUBLICIDADE