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Motta defende voto distrital misto para barrar crime organizado no Congresso


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu nesta sexta (31) mudar o sistema eleitoral brasileiro e implantar o voto distrital misto a partir das eleições de 2030. A medida, segundo ele, busca impedir que o crime organizado financie campanhas e eleja representantes no Congresso Nacional.

A defesa pela mudança do modelo em vigor, que não valeria para a próxima eleição por conta de restrições constitucionais, ocorre em meio às discussões de medidas que endureçam as penas relativas ao crime organizado. Ele ainda defendeu uma radicalização no combate às organizações criminosas.

“Vamos enfrentar a discussão sobre a mudança de sistema eleitoral do nosso país, principalmente para as eleições proporcionais. Essa será uma pauta que eu irei colocar na ordem do dia a partir de agora”, declarou Motta em entrevista à GloboNews e ressaltando que as alterações não podem ocorrer a menos de um ano da disputa.

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O deputado afirmou que a presença de facções criminosas em comunidades e periferias já interfere de forma preocupante no processo eleitoral. Para ele, também é preciso endurecer as regras de eleição, para evitar que parlamentares sejam eleitos com financiamento do crime organizado, “que é quem tem acesso a dinheiro vivo, que é quem tem dominado muitos territórios nas comunidades mais populosas do país”.

“O crime organizado se infiltrou em várias camadas da sociedade brasileira, é natural que na política essas organizações tentem camuflar seus interesses. Se isso não for feito, vamos ter amanhã, quem sabe, o presidente da Câmara e do Senado tendo sido financiados pelo crime organizado e matérias sendo relatadas com esse interesse. Nós vamos estar perdendo o país para essas facções”, completou.

Motta avalia que o sistema atual de votação proporcional facilita o avanço dessas organizações, permitindo que candidatos com fortes estruturas financeiras ilegais consigam se eleger com base em recursos ilícitos. Para ele, o voto distrital misto traria mais equilíbrio e transparência ao processo.

O voto distrital misto é um modelo híbrido que combina o sistema proporcional com o distrital. Metade das cadeiras seria ocupada pelos candidatos mais votados em cada distrito geográfico, enquanto que a outra metade permaneceria vinculada às listas partidárias, como ocorre atualmente.

Motta considera que essa alternativa tem mais chances de aprovação entre os parlamentares e é a que encontra maior respaldo na sociedade por “preservar a política do financiamento criminoso”.



Fonte: Revista Oeste

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