A motociata convocada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça (29), em Brasília, levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a reforçar a segurança do edifício-sede, que será um dos pontos por onde o ato passará nas proximidades.
O reforço na segurança foi confirmado à Gazeta do Povo pela Corte após uma apuração do jornal O Globo indicar o percurso que será percorrido pelos motociclistas. Em princípio, o ato iniciará às 15h na Granja do Torto, onde é realizado um evento automobilístico, e irá até a Catedral e a Rodoviária, já na área do Eixo Monumental, próximo à Praça dos Três Poderes.
Há a expectativa de que Bolsonaro participe do ato, mesmo com o uso de tornozeleira eletrônica. Ele não pode se ausentar de Brasília. A defesa do ex-presidente afirmou à reportagem não ter informação da participação dele na motociata.
“Patriotas de todo o Brasil estarão reunidos na Granja do Torto, para um momento histórico ao lado do nosso eterno presidente. Mesmo impedido de sair de Brasília por ordem judicial, mesmo com as sequelas da facada que quase tirou sua vida, Jair Bolsonaro segue lutando com coragem pelo Brasil”, disse o PL em uma postagem nas redes sociais.
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A apuração aponta que o percurso e a segurança dos motociclistas foram decididos em uma reunião realizada na segunda (28) com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
“A concentração da motociata será na parte externa do Brasília Capital Moto Week, na Granja do Torto, segue pelo Eixo Norte, vai até a Rodoviária, contorna pelo Eixão Norte até a Granja do torto novamente. Haverá o fechamento da N1 e S1, alça Leste (trecho a partir do Museu da República)”, disse a secretaria em nota.
A presença de Bolsonaro na motociata é citada, ainda, em postagens de apoiadores como Damares Alves (Republicanos-DF) e Gustavo Gayer (PL-GO).
Bolsonaro é alvo de uma série de medidas cautelares por supostamente estar em conluio com o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para tentar coagir o Judiciário brasileiro no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Eles estariam articulando as sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil, como o tarifaço de 50% e a suspensão de vistos americanos de ministros da Corte.
Entre as medidas cautelares, Moraes impôs a “proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros”, o que foi interpretado como uma restrição a conceder entrevistas e violando o direito à liberdade de expressão. Isso, porque, o compartilhamento de trechos por plataformas de terceiros poderia ser encarado como descumprimento da decisão.
Fonte: Revista Oeste