Criação da modalidade privilegiada do delito de organização criminosa, com pena reduzida, e visita íntima a membros de organizações criminosas. Essas são as duas críticas do senador Sergio Moro (União-PR) ao projeto de lei antifacção do presidente Lula (PT). O projeto deve ser enviado ao Congresso nesta sexta-feira (31).
Moro sugere a retirada dos benefícios aos criminosos do texto antes do envio. O senador lembra uma fala recente do Lula, em que o petista diz que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também.” O presidente recuou, após a repercussão negativa da declaração. Para Moro, porém, a verdadeira prova de que Lula não pensa assim ocorreria no projeto. Com a retirada dos tópicos, argumenta o senador, Lula conseguiria “mostrar que está de fato ao lado do cidadão e não dos faccionados”.
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Moro aponta “cavalo de troia” na proposta
Para o senador, os pontos apontados vão de encontro ao “bom combate ao crime”. O projeto faz parte de um conjunto de propostas tanto da oposição quanto do governo, em resposta à Operação Contenção. Fruto da ação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e as polícias do estado, a operação buscou conter o avanço do Comando Vermelho na capital fluminense. A estratégia contou com a participação de 2,5 mil agentes de segurança pública, quatro dos quais morreram em combate. A polícia conseguiu prender 113 pessoas, além de apreender 91 fuzis.
Se o Governo Lula quer mesmo enviar hoje o projeto de lei antifacção ao Congresso, isso é até bem-vindo, mas sugiro que retire, desde logo, dois pontos que vão na direção contrária do bom combate ao crime: a) não cabe criar um crime de participação em organização criminosa…
— Sergio Moro (@SF_Moro) October 31, 2025
O senador chama o texto, da forma como está, de “cavalo de Troia”. De acordo com a mitologia grega, Atena teria sugerido a Ulisses dar um cavalo de madeira de presente aos troianos, como sinal de paz. O cavalo, no entanto, possuía soldados gregos em seu interior. Durante a noite, os soldados saíram do cavalo e atacaram os troianos, enquanto eles dormiam. O termo foi popularizado para simbolizar uma atitude aparentemente positiva, mas com intenções negativas ocultas.
Fonte: Revista Oeste


