O presidente da Argentina, Javier Milei, fez nesta quarta-feira (24) seu discurso no debate da Assembleia Geral da ONU e reivindicou que a organização realize reformas semelhantes às que ele implementou desde que chegou à Casa Rosada, em dezembro de 2023.
O mandatário começou defendendo seu programa de corte de despesas e redução do Estado, alegando que a longo prazo seus resultados serão mais consistentes do que o populismo do excesso de gastos públicos.
“É necessário encontrar um equilíbrio para que o pão de hoje não signifique a fome de amanhã, garantindo assim um aumento sustentado do bem-estar, algo que nós, economistas, chamamos de crescimento econômico”, afirmou Milei.
“Esse crescimento pode às vezes parecer lento e às vezes ser momentaneamente interrompido porque o progresso nunca é linear, mas é precisamente sua consistência a longo prazo que tem sistematicamente revolucionado o mundo e tirado bilhões da pobreza”, disse o presidente argentino.
Nesse sentido, Milei falou que organismos internacionais como a ONU também devem implementar medidas para uma administração mais enxuta e eficaz.
“Ao longo dos anos, esta organização adquiriu funções alheias ao seu espírito original, criando camadas sobre camadas de organismos, agências e programas, até atingir uma hipertrofia de administrações ineficazes na resolução dos problemas para os quais foram criadas”, acusou.
Milei então sugeriu mudanças na atuação da ONU, como “intervir em uma questão somente quando for evidente que o problema excede comprovadamente as capacidades nacionais de ação”.
“Em todos os outros casos, a iniciativa deve ser devolvida aos Estados, que possuem legitimidade democrática e são responsáveis perante seus povos”, destacou.
Milei também defendeu um “princípio de eficiência institucional” nas Nações Unidas. “Assim como a Argentina iniciou um processo de otimização, eliminando estruturas redundantes e devolvendo recursos aos contribuintes, entendemos que a ONU precisa de um caminho semelhante”, argumentou.
“Isso envolve a realização de auditorias confiáveis, o encerramento de programas ineficazes, a consolidação de agências únicas e a garantia de que o financiamento esteja condicionado a resultados verificáveis.”
No encerramento do seu discurso, Milei fez referência ao assassinato do ativista conservador americano Charlie Kirk, morto durante um evento numa universidade no estado de Utah no último dia 10.
“Estamos testemunhando uma escalada inaceitável da violência política por parte da esquerda em nível global, uma violência que conhecemos muito bem na Argentina. É inaceitável recorrer à força onde a razão falha. Portanto, condenamos veementemente esses procedimentos que violam as normas básicas da convivência democrática”, disse o presidente argentino.
Fonte: Revista Oeste