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Mercado de GLP está se desorganizando, diz Petrobras para volta à distribuição


A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta segunda (18) que o mercado de GLP – gás liquefeito de petróleo, conhecido como gás de cozinha – está se desorganizando “de novo” cinco anos após a estatal privatizar sua área de distribuição. Na última quinta (7), o conselho de administração aprovou que a companhia retome a atuação neste setor.

Magda Chambriard justificou a possibilidade de retomada da distribuição de GLP por constatar um aumento da margem de lucro “às vezes maior do que do pré-sal”, além de melhorar a extração de gás natural dos campos de exploração.

“O mercado [de GLP] está começando a se desorganizar de novo, por isso a Petrobras pode ir para distribuição. O GLP está se transformando em negócio altamente lucrativo e nós queremos participar. Temos de participar do mercado de GLP faturando e ajudando a discipliná-lo”, disse a executiva em entrevista à Agência Eixos.

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Magda Chambriard afirmou que a Petrobras estuda separar o preço do GLP industrial do preço do gás de cozinha, num movimento que coincide com a tentativa do governo de implementar o programa Gás para Todos, que pretende distribuir botijões gratuitamente a famílias de baixa renda.

Este também é um dos motivos para a estatal retomar a distribuição, da qual havia se separado ao vender a Liquigás em 2020, por R$ 4 bilhões, para um consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.

Segundo a presidente, o setor do agronegócio avalia usar GLP para secar grãos, embora ela considere essa alternativa “uma incongruência”.

“Sai mais caro importar o GLP do que colocar o gás natural. Temos melhorado a logística do gás natural e reduzimos o preço para as distribuidoras em quase 40%, mas ao mesmo tempo o GLP avança no preço no industrial, é uma indisciplina do mercado”, avaliou.

Ainda de acordo com ela, a Petrobras planeja ampliar o uso do gás natural para os setores químico e siderúrgico e reduzir ainda mais o custo com investimentos na infraestrutura. Magda Chambriard também destacou o crescimento da produção da Petrobras, que tem superado expectativas e registrado recordes, como no campo de Búzios.

“Ao longo deste ano até agora conectamos mais poços do que todo ano passado. Antes levava mais de um ano para conectar um poço, hoje são sete meses. Isso aumenta nossa produção, e vamos continuar fazendo isso”, afirmou.

No campo exploratório da Margem Equatorial, na bacia Foz do Amazonas, a Petrobras projeta perfurar pelo menos seis poços. A empresa se prepara para a Avaliação Pré-Operacional (APO) no dia 24, e a presidente informou que a companhia está “à beira de um consenso para perfuração do primeiro poço”, dependendo da licença ambiental do Ibama.

Magda esclareceu que os resultados da exploração podem não vir do primeiro poço, o Morpho, e que já há pedido de licença para os demais. A expectativa é que a exploração abra uma nova fronteira de produção, recompondo as reservas da estatal após o declínio do pré-sal.



Fonte: Gazeta do Povo

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