Li a entrevista que Lula concedeu ao Le Monde, ainda no Palácio do Planalto, antes de viajar para a França. E eu confesso que ele teve um bom desempenho nessa entrevista. Mas fiz algumas anotações aqui.
Ele defende uma governança mundial, ou seja, apresenta-se como globalista. Ele repetiu que temos, mais do que nunca, necessidade de uma governança mundial. Depois, disse que, no Brasil, é grave o peso das redes sociais. Lula está com medo do peso das redes sociais – que, na visão dele, “não têm nada de social”.
WhatsApp: entre no grupo e receba as colunas do Alexandre Garcia
Acho que ele não sabe o que é social, para dizer isso. A rede social tem milhões de brasileiros, e isso é social. Você convivendo com outro: isso é uma sociedade. Eu não sei se ele confunde social com caridade ou benemerência, alguma coisa, mas enfim…
Aí perguntam se ele vai ser candidato. Lula diz que não será candidato se não estiver com 100% de saúde. A gente já interpreta: “poxa, ele está querendo dizer, então, que não vai ser candidato”.
Depois, ele faz a seguinte ressalva: “Só posso garantir uma coisa: não permitirei o retorno da extrema-direita ao poder”. Uma vez, alguém disse que, para tomar o poder, faria o diabo. Agora, Lula diz: “Não permitirei”. O que será?
Há uma frase dele na entrevista seguinte, já lá na França, que me deixou preocupado. Ele disse que a eleição com inteligência artificial será 100% de mentira. Isso me preocupa bastante.
Ele está querendo dizer que é melhor não fazer eleição? Não sei, não entendi. Ou ele está admitindo que, se fizer campanha, vai ser 100% de mentira, usando inteligência artificial? Coisas estranhas. Eu não sei o que ele realmente quer dizer com essas coisas.
Moraes vira alvo de pedido de indenização nos EUA
A Rumble e a Trump Media entraram na Justiça, na Flórida, contra o ministro Alexandre de Moraes, pedindo indenização por danos contra elas, por decisões do ministro em relação a pessoas em território americano.
Eu acho que vai ser complicado. Ainda que ele seja condenado a pagar a indenização, é difícil cobrá-la, porque ela precisa ser cobrada aqui no Brasil.
Tem que haver uma ação de cobrança aqui, começando pelo Departamento de Justiça de lá, passando pelo Departamento de Estado, chegando ao Itamaraty e ao Ministério da Justiça. E aqui haverá advogados a defender o ministro Moraes, que podem trancar isso tudo.
Só não entendi bem por que quem o defende é a Advocacia-Geral da União, já que está sendo processada a pessoa do ministro, e não a instituição Supremo. Mas, enfim, isso é uma coisa a ser discutida.
A estreia de Ancelotti
Por fim, eu, que não entendo nada de futebol, queria dividir com vocês: não sabia quem era esse tal de Ancelotti.
É um italiano que está ganhando um dinheirão aqui no Brasil. Não sei quanto, mas sei que tem muita mordomia, muita. E teve um jogo da seleção brasileira com o Equador que terminou em 0 x 0. Aí eu lembro dos meus amigos americanos que diziam assim: não sei como é que o esporte principal de vocês é este esporte dos ingleses.
Um americano diria: “Poxa, ficaram uma hora e meia chutando uma bola e não fizeram nenhum ponto”. Que graça tem isso para um americano, que gosta de basquete?
E aí eu pensei: interessante que a palavra “gol”, que a gente usa no futebol aqui no Brasil, significa em inglês meta, objetivo, alvo. Se não acerta nenhuma no alvo, depois de uma hora e meia chutando uma bola, realmente é de se pensar. E vão pagar um dinheirão para um técnico, sendo que o técnico não entra em campo?
Fonte: Revista Oeste