O presidente Lula (PT) obteve aumento em suas intenções de voto em relação a um mês atrás, ao mesmo tempo em que a população passa a ter uma imagem mais positiva do presidente após o anúncio de benefícios tidos pela oposição como eleitoreiros. As informações são da pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta sexta-feira (24).
Na pesquisa eleitoral, Lula avançou diante do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) a um ano das eleições presidenciais. Lula viu suas intenções de voto no segundo turno aumentarem de 50,6% para 52%, enquanto o governador caiu de 45,2% para 44%. O petista também obteve mais de 50% das intenções de voto frente a outros candidatos de direita ainda no primeiro turno, com exceção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra quem teria uma vantagem de 7,5 pontos (veja abaixo os dados da pesquisa eleitoral para primeiro e segundo turno).
Além disso, a pesquisa mostra que a avaliação positiva (48% consideram ótimo/bom) do presidente superou numericamente a percepção negativa (47,2% acham ruim/péssimo) pela primeira vez desde outubro do ano passado, embora a diferença esteja dentro da margem de erro da pesquisa, de um ponto percentual para mais ou para menos. A aprovação se manteve estável em relação ao mês passado, com 51,2%, enquanto a desaprovação foi de 48,1%.
A pesquisa Atlas/Bloomberg mostra que desde agosto Lula vem, aos poucos, melhorando sua popularidade. Analistas e políticos avaliam que a campanha do governo em “defesa da soberania” após o tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, ajudou a alavancar os resultados do presidente recentemente.
Mas a pesquisa da AtlasIntel/Bloomberg também sugere que projetos e programas do governo que entraram em vigor recentemente ou estão em fase de aprovação também podem ter sua parcela de contribuição com os resultados melhores que o petista vem obtendo na pesquisa.
Por exemplo, 84% disseram que consideram a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil uma medida boa para o Brasil. Embora o projeto tenha sido aprovado no começo do mês com o apoio da oposição na Câmara dos Deputados, a proposta ficou vinculada ao petista por ser uma promessa de campanha.
Outras políticas anunciadas recentemente pelo governo, como o desconto na conta de luz e a distribuição de botijões de gás para famílias de baixa renda e o fim da obrigatoriedade de frequentar autoescola para tirar a carteira de motorista (que ainda está em fase de consulta pública) têm aceitação superior a 60% entre os entrevistados.
Para 53,5% dos entrevistados pela AtlasIntel, essas políticas fazem com que eles tenham uma imagem mais positiva do governo Lula, enquanto 26,1% passaram a ter uma percepção mais negativa do petista e 20,8% disseram não ter mudado de opinião.
Por outro lado, corrupção e impostos ainda pesam contra Lula. Para 57% das pessoas, Lula errou ao propor impostos sobre compras online de até US$ 50 em sites estrangeiros (a chamada “taxa das blusinhas”) – 33% acreditam que ele acertou e 10% não sabem. Outro ponto mal avaliado foi o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): 49% consideram um erro, 41% consideram um acerto e 10% não sabem.
Os respondentes também elencaram os piores problemas do país. Cada pessoa poderia escolher 3 tópicos de uma lista. No topo do ranking, aparece a corrupção, com 60% das menções. Em segundo lugar, criminalidade e tráfico de drogas, com 57,3% das menções. Em terceiro lugar, a polarização política, com 21,2% dos apontamentos.
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Pesquisa eleitoral para presidente no 1º turno
Cenário idêntico ao das eleições de 2022
- Lula: 48,8% (setembro: 48,1%);
- Bolsonaro: 41,3% (setembro: 42,1%);
- Ciro Gomes: 3,1%;
- Simone Tebet: 2,3%;
- Outros candidatos de 2022: 1,4%;
- Branco/Nulo: 2,7%;
- Não sei: 0,4%;
Obs: Ciro, Simone e outros candidatos somaram 6,8% em outubro, frente a 7,3% em setembro.
Cenário com Tarcísio
- Lula: 51,3% (setembro: 48,2%);
- Tarcísio: 30,4% (o mesmo de setembro);
- Ronaldo Caiado: 6%;
- Ratinho Júnior: 3%;
- Romeu Zema: 2,5%;
- Branco/Nulo: 5%
- Não sei: 1,9%;
Obs: Caiado, Ratinho Jr. e Zema tinham, juntos, 15,6% em setembro. Agora somam 11,5%.
Cenário com Michelle Bolsonaro
- Lula: 51%;
- Michelle Bolsonaro: 26,2%;
- Ronaldo Caiado: 9,1%;
- Ratinho Júnior: 5,1%;
- Romeu Zema: 4,6%;
- Branco/Nulo: 3,2%;
- Não sei: 0,8%;
Cenário sem Tarcísio
- Lula: 51%;
- Ronaldo Caiado: 15,3%;
- Romeu Zema: 10,6%;
- Ratinho Júnior: 10,4%
- Branco/Nulo: 9,4%;
- Não sei: 3,4%;
Cenário sem Lula
- Haddad: 43,1%;
- Tarcísio: 30,1%;
- Ronaldo Caiado: 7%;
- Ratinho Júnior: 3,5%;
- Romeu Zema: 2,6%;
- Branco/Nulo: 10,8%
- Não sei: 2,9%;
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Pesquisa eleitoral para presidente no 2º turno
Lula vs Tarcísio
- Lula: 52% (setembro: 50,6%);
- Tarcísio: 44% (setembro: 45,2%);
- Não sei/branco/nulo: 5%
Lula vs Michelle Bolsonaro
- Lula: 52%;
- Michelle: 43%;
- Não sei: 5%
Lula vs Jair Bolsonaro
- Lula: 52%;
- Bolsonaro: 44%;
- Não sei: 4%
Lula vs Romeu Zema
- Lula: 52%;
- Zema: 35%;
- Não sei: 14%
Lula vs Ronaldo Caiado
- Lula: 52%;
- Caiado: 36%;
- Não sei: 12%
Lula vs Ratinho Júnior
- Lula: 51%;
- Ratinho Júnior: 37%;
- Não sei: 12%
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Metodologia
A pesquisa ouviu 14.063 pessoas pela internet, com escolha aleatória, entre os dias 15 e 19 de outubro. A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos. O nível de confiança da margem de erro é de 95%
Por que a Gazeta do Povo publica pesquisas eleitorais
A Gazeta do Povo publica há anos todas as pesquisas de intenção de voto realizadas pelos principais institutos de opinião pública do país. As pesquisas de intenção de voto fazem uma leitura de momento, com base em amostras representativas da população.
Métodos de entrevistas, composição e número da amostra e até mesmo a forma como uma pergunta é feita são fatores que podem influenciar no resultado. Por isso é importante ficar atento às informações de metodologias, encontradas no fim das matérias da Gazeta do Povo sobre pesquisas eleitorais.
Pesquisas publicadas nas eleições de 2022, por exemplo, apontaram discrepâncias relevantes em relação ao resultado apresentado na urna. Feitos esses apontamentos, a Gazeta do Povo considera que as pesquisas eleitorais, longe de serem uma previsão do resultado das eleições, são uma ferramenta de informação à disposição do leitor, já que os resultados divulgados têm potencial de influenciar decisões de partidos, de lideranças políticas e até mesmo os humores do mercado financeiro.
Fonte: Revista Oeste
 
				
 


 
								 
								