Após retornar de uma viagem de 11 minutos ao espaço no início de abril, Katy Perry se viu no centro de uma tempestade de críticas. A reação foi tão intensa que até uma rede de fast food perguntou publicamente: “Podemos mandá-la de volta?” Eles mais tarde afirmaram respeitar a artista, mas se recusaram a se desculpar.
Se serve de consolo, a cantora e compositora Lily Allen lamentou ter contribuído para a avalanche de críticas. Em seu podcast Miss Me? logo após a missão especial, Allen questionou os ocupantes do voo organizado pela empresa Blue Origin pela tentativa de dar à missão a imagem de um marco feminista.
A cápsula foi ocupada por Perry, as jornalistas Gayle King e Lauren Sánchez —noiva do fundador da Blue Origin, Jeff Bezos—, a defensora dos sobreviventes de agressão sexual e indicada ao NobelAmanda Nguyễn, a produtora de filmes e documentarista Kerianne Flynn e a ex-cientista de foguetes da NASA, Aisha Bowe.
“A única que realmente deveria ser parabenizada é a cientista Bowe. Também há uma ativista dos direitos civis”, disse Allen na ocasião. Depois, ela sentiu que injustamente destacou Perry em uma situação na qual outras mulheres poderiam ter compartilhado as críticas.
Eu gostaria de pedir desculpas por ter sido cruel com Katy Perry na semana passada. Na verdade, não havia necessidade de eu trazer o nome dela para isso. E foi meu próprio machismo internalizado. Tenho pensado muito sobre isso e foi completamente desnecessário fazer parte da crítica contra ela.”
Allen não recuou do espírito de seus comentários, que incluíram pontos compartilhados com vários outros questionamentos à viagem feitos por celebridades e pelo público geral.
Estamos à beira da recessão, as pessoas estão realmente lutando para fazer o dinheiro render e colocar comida na mesa”, disse ela, chamando a atenção para o “péssimo momento” da viagem que dominou o noticiário. “Quero dizer, que diabos isso tudo significa? O quê? Por quê? Para quê?”
No entanto, ela reconheceu que Katy Perry não estava sozinha. “Discordo do que eles fizeram, mas ela não foi a única pessoa a participar. Ela era possivelmente a mais famosa —e a que mais divide as opiniões das pessoas.
Não sei, havia algo em mim que decidiu escolher ela como alvo… Bem, enfim, eu só sinto muito. Eu teria ficado magoada se tivesse sido eu e alguém da minha área usasse meu nome assim.”
Gayle King foi a primeira mulher do grupo a responder publicamente às críticas e também chamou atenção para um elemento de misoginia. “Você nunca vê um homem, um astronauta masculino, indo ao espaço e as pessoas chamando isso de um passeio”, disse a jornalista. “Sempre é referido como um voo ou uma jornada, então sinto que isso é um pouco desrespeitoso com o que a missão foi e o trabalho que a Blue Origin faz.”
A viagem foi celebrada como um marco feminista por ser o primeiro voo espacial totalmente feminino desde 1963, quando a cosmonauta Valentina Tereshkova se tornou a primeira mulher no espaço. “Minha pergunta é: vocês já foram ao espaço? Vão ao espaço ou vão à Blue Origin e vejam o que eles fazem. Só depois vocês podem voltar e dizer que isso é uma coisa horrível”, afirmou King.
Artigo publicado em 28 de abril de 2025 na Rolling Stone. Para ler o original em inglês, clique aqui.
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Fonte: rollingstone.com.br