O Governo de São Paulo e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) adiaram o leilão do Túnel Santos-Guarujá. Inicialmente marcado para 1º de agosto, o pleito será realizado em 5 de setembro. A atualização é resultado das contribuições recebidas durante o roadshow internacional realizado na Europa, que reuniu grandes players do setor de infraestrutura interessados no projeto.
Durante a missão nos países europeus, foram identificadas oportunidades de aprimoramento no modelo de concessão, na estrutura financeira e nas premissas técnicas do edital. Essas sugestões estão sendo incorporadas para elevar a qualidade do processo licitatório, aumentar a atratividade do ativo e garantir maior segurança jurídica e operacional ao projeto.
Com 1,5 km de extensão (sendo 870 metros sob o leito do canal), o túnel será o primeiro do tipo no Brasil. A obra adota a técnica internacional de túnel imerso, utilizada em países como Holanda, Japão, China e Coreia do Sul.
A infraestrutura contará com três faixas por sentido, incluindo uma via exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e uma galeria destinada a pedestres e ciclistas. O projeto prevê modernos sistemas de ventilação, iluminação e segurança. O modelo construtivo assegura menor impacto urbano, maior agilidade na execução, facilidade de manutenção e ganhos operacionais.
A concessão terá prazo de 30 anos, abrangendo a construção, operação e manutenção do sistema. A concessionária será remunerada por meio de tarifa de pedágio, contraprestação pública, aporte público e receitas acessórias. O critério de julgamento da licitação será o maior desconto sobre a contraprestação pública máxima.
Atualmente, a ligação entre Santos e Guarujá é feita por balsas, barcas e catraias, que transportam, diariamente, mais de 21 mil veículos, 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres. O projeto do túnel também prevê a geração de cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos.
Qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) e integrado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto prevê um investimento total estimado em R$ 6 bilhões — recursos públicos compartilhados entre o Governo de São Paulo e a União, além da participação da iniciativa privada.
Fonte: Jornal Da Orla