O Papa Leão XIV fez sua aparição neste domingo (18) a bordo do novo papamóvel elétrico, durante a cerimônia de início oficial de seu pontificado. O veículo, desenvolvido especialmente para o Vaticano, alia tecnologia de ponta a uma tradição que remonta a décadas.
O novo modelo é baseado no Mercedes-Benz G580 EQ, a versão elétrica da Classe G. Embora mantenha a estética robusta e clássica da linha, o carro possui quatro motores elétricos posicionados junto às rodas, garantindo tração integral permanente — importante para as condições específicas dos deslocamentos pontifícios, geralmente realizados em ritmo lento e com alta exigência de estabilidade.
A principal novidade em relação à versão anterior, utilizada até abril de 2025, do papa Francisco, é a presença do brasão oficial de Leão XIV no veículo.
Segundo dados do ciclo WLTP, o papamóvel consome entre 27,7 e 30,4 kWh a cada 100 quilômetros e opera com emissão zero de CO₂ – dentro à linha pastoral iniciada por Bento XVI e consolidada por Francisco na encíclica Laudato Si’, que trata da ecologia integral.
Papamóvel: design adaptado e presença simbólica
Apesar de estrear junto com o pontificado de Leão XIV, o projeto de adaptação do veículo tomou cerca de um ano, envolvendo engenheiros e designers da Áustria, Alemanha e Itália, onde Roma foi sede da coordenação geral. A carroceria foi modificada com atenção aos detalhes funcionais e simbólicos do serviço papal. Na parte traseira, o modelo conta com um assento único e central para o pontífice, ajustável em altura e com rotação, além de dois bancos laterais para acompanhantes.
Do ponto de vista estrutural, a porta traseira esquerda foi removida e substituída por uma extensão contínua da carroceria moldada à mão, enquanto a porta direita recebeu dobradiças invertidas para facilitar o acesso do papa. O teto foi parcialmente removido a partir da coluna B, o que garante visibilidade plena do pontífice, característica essencial nas aparições públicas. Em caso de mau tempo, há um teto adicional projetado para ser instalado conforme a necessidade.
A pintura segue o padrão histórico dos veículos papais: branco perolado, tonalidade símbolo de pureza e simplicidade, adotada oficialmente pelo Vaticano nos automóveis pontifícios desde o século passado.
Design do novo papamóvel preserva elementos visuais de modelos anteriores
Apesar de ser um automóvel moderno, o novo papamóvel preserva elementos visuais dos modelos clássicos, mantendo o vínculo simbólico com os pontífices anteriores. A Mercedes-Benz tem uma longa história de colaboração com o Vaticano, iniciada ainda na década de 1930, quando o Papa Pio XI foi presenteado com um Nürburg 460 Pullman Saloon. Desde então, modelos como o 300 Landaulet, o G500 — muito associado à imagem de João Paulo II — e agora o G580 EQ marcaram presença na história recente dos sucessores de Pedro.
Fonte: Revista Oeste