É sabido que a engenharia aeronáutica busca na natureza soluções para melhorar o desempenho e a segurança das aeronaves. Pássaros, por exemplo, são referências de aerodinâmica para o desenvolvimento de projetos. No entanto, a indústria da aviação não para de buscar respostas que representem maior segurança, eficiência e economia. Nesse sentido, uma iniciativa começa a chamar atenção no mercado. Trata-se do Aeroshark, que a companhia aérea Latam passou a usar em sua frota de aeronaves.
O produto melhora o escoamento do ar em volta do veículo, diminuindo assim a resistência do voo no contato com o ar. A inovação, segundo o site UOL, partiu de engenheiros alemães da Lufthansa Technik, braço de manutenção do grupo Lufthansa. O trabalho é em parceria com a Basf, multinacional do setor químico. O produto é um filme adesivo transparente. Ele tem microestruturas em forma de sulcos (riblets). Quase invisíveis a olho nu, esses sulcos mudam o comportamento aerodinâmico da aeronave, reduzem o arrasto e aumentam a eficiência.
Latam usa inovação alemã
Inspirado na biomimética, campo que busca soluções na natureza para aplicá-las em engenharia e design, o projeto objetiva principalmente tornar os aviões mais sustentáveis, sem comprometer o desempenho. Depois de mais de 1,5 mil horas de testes e certificações em órgãos reguladores, a tecnologia já está em operação em voos comerciais.
The sharkskin-inspired film known as AeroSHARK is now flying on 27 aircraft and “soon” 28, says Lufthansa Technik which together with chemicals conglomerate BASF developed the solution, enabling airlines to save up to 1% of fuel burn on a 777. You can feel the film at #AIX2025 pic.twitter.com/TCyrW81LJm
— Runway Girl (@RunwayGirl) April 10, 2025
O primeiro modelo a receber o Aeroshark foi um Boeing 777F da Lufthansa Cargo, ainda em 2022. Assim como as ranhuras na pele dos tubarões reduzem o atrito com a água, os riblets desviam o fluxo de ar em torno do avião de forma mais organizada e menos turbulenta. Isso reduz a resistência ao avanço. Desse modo, há uma diminuição no consumo de combustível.
Recurso reduz uso de querosene e emissão de CO₂
Técnicos aplicam a película nas áreas mais críticas da aeronave, como a fuselagem e as estruturas que envolvem os motores. O adesivo tem alta durabilidade e resiste às condições extremas da aviação. Conforme o fabricante, o material pode durar até cinco anos, mesmo com a manutenção rotineira.
A estimativa é que o uso da tecnologia gere até 1% de economia no consumo de combustível por aeronave. Aparentemente pouco, isso representa milhares de toneladas de querosene e de emissões de CO₂ evitadas ao longo dos anos, sobretudo para empresas com grande volume de voos. Nos modelos de longo curso, como o Boeing 777, o impacto é ainda maior.
Lufthansa Technik, köpek balığı derisinden esinlenilerek üretilen ve özel yapısı sayesinde sürtünme direncini azalttığı için yakıt verimliliği sağlayan Aeroshark teknolojisinin Boeing 777 uçaklarında kullanılması için onay aldı. Daha az yakıt tüketimi, daha az karbon ayak izi 👌 pic.twitter.com/ZcqLaHwYFG
— herdem_aviation (@muratherdemm) January 26, 2023
A Lufthansa calcula que sua frota de cargueiros 777F poderá economizar mais de 4 mil toneladas de combustível por ano. A Latam é a primeira companhia da América Latina a adotar a tecnologia. Na Europa, Lufthansa e Swiss já aplicam o Aeroshark em parte de suas frotas. O custo da aplicação varia conforme o modelo da aeronave e a área coberta. As empresas dizem, contudo, que o investimento se paga rapidamente com a economia gerada.
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Fonte: Revista oeste