O presidente do PSD, Gilberto Kassab, defendeu que a anistia e a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sejam discutidas pelo Congresso. A defesa do ex-presidente ocorre em meio às negociações entre o governo e o partido com vistas à eleição de 2026 – ele diz que terá candidato próprio, sinalizando a possibilidade de deixar a base aliada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em um tom dúbio de defesa, Kassab sinaliza que Bolsonaro poderia ter o direito à elegibilidade restabelecido e ser anistiado da prisão domiciliar que vem cumprindo desde a semana passada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos para sanções ao Brasil.
“Em algum aspecto, analisar o envolvimento dele [Jair Bolsonaro], a participação dele nos processos, eu não acho errado. Ele pode ser anistiado em relação à questão de prisão, em relação a uma punição que não seja a inelegibilidade, ou até em relação a outras questões que não envolvam a elegibilidade. Ou por que não também discutir a questão da elegibilidade”, questionou em entrevista à GloboNews nesta quinta (14).
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A anistia “ampla, geral e irrestrita” foi colocada pela oposição como uma condicionante para encerrar a ocupação das mesas diretoras da Câmara e do Senado, na semana passada, e também para a suspensão do tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. A esta proposta Kassab diz ser contra. No entanto, uma anistia mais “ajustada” ele afirma ser possível.
“Quando você fala em anistia, você não está falando em nenhuma aberração. Eu não tenho nenhum constrangimento em defender que seja debatido esse tema, mas que seja debatido também com cautela. Uma anistia pode ser feita de uma maneira modular, pode ser feita com muita calma”, afirmou.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou também na quinta (14) que não há clima para se aprovar uma anistia ampla, geral e irrestrita. Mas, defendeu uma proposta alternativa principalmente aos condenados por menor grau de participação nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Eleições 2026
Kassab afirmou já ter comunicado ao presidente Lula que o PSD terá candidatura própria à presidência da República em 2026. O partido atualmente comanda três ministérios da Esplanada, mas já estuda nomes para a disputa presidencial, como os governadores Ratinho Jr., do Paraná, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, recentemente filiado ao partido.
“Ficou claro para o presidente, e isso ficou registrado nesse almoço, que o PSD caminha para ter candidatura própria para a presidência da República. Temos dois pré-candidatos”, disse.
O dirigente partidário afirmou que o PSD pretende consolidar um destes dois nomes para a corrida eleitoral, mas também já declarou apoio a uma possível candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, à sucessão de Lula. Este, no entanto, ainda não admitiu publicamente essa possibilidade, afirmando que pretende concorrer à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
Fonte: Revista Oeste