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Jadsa encara a MPB pop e visceral no novo álbum big buraco


Depois de abrir caminhos tortuosos e elogiados com Olho de Vidro (2021), Jadsa retorna com um disco que é, ao mesmo tempo, salto e aterrissagem. Em big buraco, seu novo álbum, a artista baiana troca as camadas densas e experimentais por canções mais diretas, embaladas por sopros, teclados, levadas suingadas e letras que soam como conversa de coração aberto — mas sem perder o veneno nas entrelinhas.

Gravado em apenas sete dias no estúdio Wolf, no Rio de Janeiro, o disco nasceu rápido, quase no improviso, mas com a energia certeira de quem sabe o que quer dizer. “Esse modo de fazer foi uma escolha”, explica a própria. E o que ela queria era som com cara de rádio, com cheiro de fruta, com a força do Brasil que resiste cantando. Tem Elis Regina setentista, samba Rio-Bahia, neo-soul, reggae, hip-hop e o tipo de MPB que não tem medo de groove nem de crítica.

Ao lado do produtor Antonio Neves, Jadsa convocou um time afiado de músicos e deixou que as canções respirassem. As ideias vinham por gestos, sons de boca, e viravam arranjos prontos em poucas horas. O resultado? Um álbum orgânico, quente, cheio de frescor e humanidade — que soa popular sem soar fácil. “Eu queria essa cor”, diz, ao falar do desejo por algo mais acessível, mas com densidade emocional.

É nesse espírito que faixas como “tremedêra”, “1000 sensations” e “no pain” ganham nova vida, renascendo como canções completas depois de versões mais cruas em trabalhos anteriores, como o projeto TAXIDERMIA, feito com João Milet Meirelles. Aqui, elas aparecem remodeladas, como se Jadsa tivesse recolhido pedaços do passado para costurar uma nova pele — mais aberta, mais cantante, mais vulnerável.

Mas big buraco também é farsa, encenação, persona. Jadsa interpreta a cantora pop de um Brasil improvável, mas real. Sorridente, ela canta sobre a vida, o amor, o mar e a mãe — até cair no buraco do título, na faixa final, quando escancara o abismo de um país que finge festa, mas vive à beira do colapso:

Big descaso / Big desdém / Big fuzil / Big Brazil”.

Nesse jogo entre afeto e crítica, entre o solar e o trágico, Jadsa entrega seu disco mais acessível, e talvez o mais ousado. Um trabalho que flerta com tudo — e que te seduz antes de te cutucar. Porque, no fim, o buraco é grande. E Jadsa está lá dentro, cantando com todas as vozes que carrega.

Capa big buraco

Tracklist de big buraco:

  1. big bang
  2. tremedêra
  3. sol na pele
  4. mel na boca
  5. big luv
  6. no pain
  7. 1000 sensations
  8. big mama
  9. your sunshine
  10. um choro
  11. samba pra Juçara
  12. big buraco

Ouça aqui.

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Fonte: rollingstone.com.br

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