Os fãs de séries que reclamam há anos das longas esperas entre temporadas finalmente receberam uma resposta oficial. Matt e Ross Duffer, criadores de Stranger Things, não apenas defendem os longos intervalos entre temporadas como prometem continuar com essa estratégia em seus próximos projetos.
Faz exatos 10 anos que Stranger Things começou a ser filmada, e a espera entre a quarta e quinta temporadas se tornou a mais longa da história da série. A quinta temporada será lançada em três partes a partir de 26 de novembro, mais de três anos depois da anterior. Para uma série que começou com intervalos relativamente curtos, essa extensão de tempo representa uma mudança significativa na estratégia de produção.
Durante o Entertainment and Technology Summit da Variety em Los Angeles, os irmãos Duffer foram diretos sobre sua filosofia de produção. “Fico cansado assistindo temporadas de 20 episódios”, declarou Matt Duffer. “Não crescemos interessados nisso. Só assistíamos filmes. É estranho termos acabado na TV, porque tínhamos quase zero interesse em televisão”.
A defesa dos intervalos longos veio na sequência: “Se programas de TV saem todo ano, é um retorno decrescente. Gosto da expectativa”. Essa declaração resume uma mudança fundamental no pensamento sobre produção televisiva, onde a qualidade e o impacto cultural parecem ter prioridade sobre a frequência de lançamentos.
O fenômeno não se limita a Stranger Things. Séries como The Last of Us, Severance, Round 6 e Wandinha também adotaram intervalos extensos entre temporadas, gerando ondas de frustração nas redes sociais. Posts virais de fãs reclamando dos longos períodos de espera se tornaram comuns, refletindo uma tensão crescente entre expectativas do público e realidades de produção.
Euphoria, que não possui a complexidade de pós-produção de Stranger Things, também levou anos para retornar. Bridgerton enfrenta críticas similares pelos 18 meses entre cada temporada de oito episódios. O padrão se estabeleceu como nova normalidade na indústria televisiva.
É importante considerar o contexto dos últimos cinco anos. A pandemia global, seguida pelas greves de roteiristas e atores, criou circunstâncias únicas que paralisaram produções inteiras. Esses fatores externos contribuíram significativamente para os atrasos generalizados na indústria.
Ainda assim, algumas séries conseguem manter cronogramas anuais. The Bear e Only Murders in the Building provam que é possível, mas representam exceções cada vez mais raras no cenário atual.
Com seu novo contrato na Paramount, os Duffer Brothers deixaram claro que não pretendem mudar de abordagem. Para quem esperava temporadas mais longas ou intervalos menores, a mensagem é clara: prepare-se para continuar esperando. A questão que fica é se essa estratégia de “expectativa construída” realmente compensa a frustração crescente do público.
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Fonte: rollingstone.com.br