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Irã manterá negociações nucleares com países europeus


O Irã anunciou nesta segunda-feira (21) que realizará negociações com França, Alemanha e Reino Unido sobre seu programa nuclear na próxima sexta-feira (25), em meio a dúvidas sobre a possível restauração de sanções internacionais contra o país islâmico.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ismail Baghaei, confirmou em entrevista coletiva semanal que as negociações com os países europeus ocorrerão em Istambul.

“A reunião entre Irã, Reino Unido, França e Alemanha ocorrerá no nível de vice-ministros das Relações Exteriores”, afirmou, detalhando que os vice-ministros das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht Ravanchi e Kazem Gharibabadi, representarão o país nas negociações.

No domingo passado, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araqchi, disse que a data da reunião estava sendo finalizada e que a “abordagem” da delegação iraniana para as negociações “será mais forte e firme” do que antes da guerra de 12 dias com Israel.

“O Irã buscará seus direitos com mais vigor após a guerra”, declarou.

Essas conversas ocorrerão após os países europeus emitirem avisos a Teerã de que, se não houver progresso nas negociações nucleares até o final de agosto, ativarão o mecanismo snapback, que restabelecerá automaticamente as sanções da ONU contra Teerã.

Araqchi fez acusações por meio de cartas ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao Conselho de Segurança da ONU, que o E3 (França, Alemanha e Reino Unido) “carece de legitimidade legal, política e moral para invocar os mecanismos do acordo nuclear e da resolução 2231”, que deu respaldo legal ao acordo em 2015.

O chefe da diplomacia iraniana sugeriu que os países europeus “se abstenham de qualquer ação que apenas aprofunde as divisões no Conselho de Segurança da ONU ou que tenham consequências negativas”.

O Irã realizou quatro rodadas de negociações com o E3 neste ano, separadamente das negociações com os EUA, com os quais também se envolveram em cinco rodadas de diálogo sem progresso devido a divergências sobre o enriquecimento de urânio de Teerã.

Os Estados Unidos exigiram zero enriquecimento de urânio, enquanto o Irã defendeu – e continua a defender – seu programa nuclear.

Essas negociações foram paralisadas pela guerra de 12 dias entre Irã e Israel, que começou em 13 de junho com bombardeios israelenses e terminou em 24 de junho com uma trégua anunciada por Washington, que também interveio no conflito para atacar as três principais instalações nucleares do Irã.



Fonte: Revista Oeste

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