A Justiça determinou nesta sexta-feira (26) a transferência de Sônia Teresinha Possa, 68 anos, para a prisão domiciliar em Curitiba. Condenada a 14 anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos de 8 de Janeiro, a contadora paranaense aposentada estava no Complexo Médico Penal de Pinhais (PR) tratando um câncer de pele maligno e, após apelos de familiares, advogados e políticos, deixou o regime fechado para cumprir a prisão sob monitoramento eletrônico.
O alvará de soltura expedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná ordena que a ida para sua residência na capital paranaense seja imediata, mesmo se não houver tornozeleira disponível. Evangélica, Sônia foi a Brasília em 2023, segundo parentes, apenas para conhecer a capital e orar pelo país. Sem provas de vandalismo, mas com fotos em seu celular, acabou condenada no STF, com votos contrários apenas dos ministros André Mendonça e Nunes Marques.
A idosa afastada da família desde 2023, passou mais de um ano na penitenciária de Piraquara (PR) antes de seguir para o complexo médico penal, onde, segundo a defesa, não recebia tratamento adequado. O filho Renan relatou à Gazeta do Povo perda de peso e humilhações da mãe.
Para apoiadores, como o vereador curitibano Guilherme Kilter (Novo), ela é vítima de injustiça. O relator dos processos relacionados ao 8 de Janeiro e à trama golpista, ministro Alexandre de Moraes, do STF, a enquadrou nos “delitos multitudinários”, mas críticos apontam falta de provas individuais e ainda pedem a sua libertação definitiva.
Em junho de 2024, Moraes, autorizou o professor aposentado Jaime Junkes, de 68 anos, a cumprir prisão domiciliar após apelos da defesa do idoso e parece favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Fonte: Revista Oeste