A democrata Hillary Clinton, ex-primeira-dama presidencial derrotada por Trump nas eleições de 2016, afirmou nesta sexta-feira (15) que estaria disposta a nomear o republicano para o Prêmio Nobel da Paz caso ele consiga dar fim à guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em entrevista ao podcast “Raging Moderates”, a democrata afirmou que “se o presidente Trump fosse o arquiteto [do fim da guerra na Ucrânia], eu o nomearia para o Prêmio Nobel da Paz, porque meu objetivo aqui é não permitir a capitulação diante de [Vladimir] Putin, fomentada pelos Estados Unidos”.
Sua fala veio após Hillary enumerar as condições que deveriam ser reunidas para se chegar a uma paz aceitável: um cessar-fogo sem troca de territórios, a retirada russa de todos os territórios ucranianos ocupados, e que a Rússia não ameace a segurança da Europa; em resumo, “sem colocar a Ucrânia em uma posição em que tenha que ceder território ao agressor”.
A fala de Hillary Clinton vem horas antes de Trump e Putin se reunirem em Anchorage, no Alasca, em uma cúpula histórica para tratar da guerra na Ucrânia. O encontro, embora amplamente aguardado, terá ausências do governo ucraniano, países europeus e da ONU.
Trump nunca escondeu seu interesse em obter o Prêmio Nobel da Paz. Na última terça-feira, a Casa Branca iniciou uma “campanha” para que o republicano seja premiado.
Em postagem nas redes sociais, o perfil oficial da sede da Presidência americana afirmou que “o mundo clama” para que Trump receba a premiação e indica quais autoridades já se colocaram a favor, como Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, Nikol Pashinyan, primeiro-ministro da Armênia, Ilham Aliyev, presidente do Azerbaijão, Hun Manet, primeiro-ministro do Camboja, Brice Oligui Nguema, presidente do Gabão, Olivier Nduhungirehe, ministro das Relações Exteriores de Ruanda e o Governo do Paquistão.
“O presidente Donald J. Trump é o presidente da PAZ”, diz a legenda da postagem da Casa Branca.
Ministra palestina também já impôs condição
Além de Hillary, a ministra das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Farsin Aghabekian, afirmou que se Trump quer ser premiado com o Nobel da Paz, ele também precisa resolver o problema dos palestinos, “porque é um dos temas mais delicados do mundo”.
“Temos que fazer nossa voz chegar ao presidente Trump e às pessoas que tomam decisões ao seu redor nos Estados Unidos, porque, se eles querem forjar a paz na região, essa paz passa pelos direitos dos palestinos; sem isso nunca haverá paz nesta área”, disse Aghabekian em uma coletiva de imprensa realizada em Ramalla.
A ministra confirmou que, no momento, não há negociações diretas entre a ANP, que governa os territórios palestinos, e Trump, embora existam conversas indiretas.
“Se o presidente Trump quer ser nomeado para o Prêmio (Nobel) da Paz, esperamos que seja por resolver nosso problema também”.
Fonte: Revista Oeste