Uma porta-voz do Departamento de Estado americano, Amanda Robertson, declarou que Brasil e Estados Unidos ainda podem negociar a política tarifária sobre importações após a esperada reunião entre o presidente Donald Trump e seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista à CNN na terça-feira (23), a representante da Casa Branca disse que Trump continua aberto a negociar as cobranças impostas em julho ao Brasil.
“O presidente Trump deixou claro desde o início do seu mandato que ele está aberto a negociar com qualquer país. Ele decidiu utilizar as tarifas como uma ferramenta porque ele considera que os acordos anteriores não foram favoráveis para as empresas americanas”, declarou Robertson.
A porta-voz destacou o breve encontro entre os líderes na Assembleia Geral da ONU, antes do discurso de Trump, no qual ele sinalizou que poderia se encontrar com Lula nos próximos dias. Desde que o republicano impôs a tarifa ao Brasil, em julho, os dois presidentes não se falaram diretamente.
Segundo a representante do Departamento de Estado americano, “as tarifas são uma medida que abre espaço para negociações, para os dois países falarem e chegarem a ter um acordo que pode beneficiar ambos os lados e que represente a realidade dos nossos mercados hoje”.
Em contrapartida, ela explicou à CNN que acordos anteriores não beneficiaram os Estados Unidos.
Nos últimos meses, Lula vem defendendo em entrevistas nacionais e internacionais que seu homólogo americano não demonstrou interesse em negociar as tarifas com o Brasil, principalmente devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, um antigo aliado de Trump.
Em seu discurso na ONU, o líder da Casa Branca renovou sua justificativa para o tarifaço dizendo que o Brasil mantém um acordo comercial injusto com os Estados Unidos, além de ter acusado o país de violar direitos humanos.
Fonte: Revista Oeste