A apresentação de Bad Bunny no intervalo do Super Bowl LX, marcada para 8 de fevereiro de 2026, já tem data marcada para uma operação de imigração. Corey Lewandowski, conselheiro de Donald Trump e figura próxima ao Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, confirmou que agentes do ICE (Immigration and Customs Enforcement) estarão presentes no evento.
A declaração veio dias após o anúncio oficial de Bad Bunny como headliner do show do intervalo. Em participação no podcast The Benny Show, transmitido em 1º de outubro, Lewandowski foi questionado pelo apresentador Benny Johnson se “o ICE fará fiscalizações no Super Bowl durante o show de Bad Bunny“. A resposta foi direta: “Não há lugar onde você possa fornecer refúgio seguro para pessoas que estão ilegalmente neste país. Nem no Super Bowl, nem em nenhum outro lugar. Nós vamos encontrá-lo, prendê-lo, colocá-lo em uma instalação de detenção e deportá-lo”.
O conselheiro ainda reforçou: “Saibam que esta é uma situação muito real sob esta administração, o que é contrário a como costumava ser”.
Bad Bunny, nome artístico de Benito Antonio Martínez Ocasio, foi confirmado como o artista do intervalo do Super Bowl em 28 de setembro. O porto-riquenho de 31 anos se apresentará no Levi’s Stadium, em Santa Clara, Califórnia, em um show patrocinado pela Apple Music. Em comunicado, o músico afirmou que a performance é “para meu povo, minha cultura e nossa história”.
No dia seguinte ao anúncio, Bad Bunny declarou à Apple Music 1: “Estou muito animado pelos meus amigos, minha família. Porto Rico, todas as pessoas latinas ao redor do mundo. Estou animado com minha cultura. Estou animado com tudo, não apenas por mim. A praia onde gravamos [o anúncio] é a praia da minha cidade natal. Então é algo muito especial para nós”.
A escolha do artista, no entanto, gerou controvérsia. Bad Bunny evitou turnês nos Estados Unidos durante a Debí Tirar Más Fotos World Tour por medo de que o ICE realizasse operações em seus shows. Em entrevista recente à revista i-D, o rapper explicou: “Houve muitas razões pelas quais não me apresentei nos EUA, e nenhuma delas foi por ódio — já me apresentei lá muitas vezes. Todos [os shows] foram bem-sucedidos. Todos foram magníficos”.
“Mas havia a questão de que a p—- do ICE poderia estar do lado de fora [do meu show]”, revelou. “E é algo sobre o qual estávamos conversando e muito preocupados”.
Após a confirmação do Super Bowl, Bad Bunny ironizou a situação em uma postagem no X: “Tenho pensado sobre isso nos últimos dias e, depois de discutir com minha equipe, acho que vou fazer apenas uma data nos Estados Unidos”, referindo-se ao show do intervalo como sua única aparição no país.
Lewandowski chamou a escolha de Bad Bunny de “vergonhosa” durante sua participação no podcast. “É tão vergonhoso que eles decidiram escolher alguém que parece odiar tanto a América para representá-los no jogo do intervalo”, disse. “Deveríamos estar tentando ser inclusivos, não exclusivos. Há muitas bandas e artistas de entretenimento que poderiam estar tocando nesse show, que estariam unindo as pessoas e não as separando”.
O Super Bowl LX acontece em fevereiro de 2026, e a tensão entre a celebração cultural proposta por Bad Bunny e a presença prometida de agentes de imigração já configura um dos momentos mais controversos da história do evento.
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Nascida na Argentina mas radicada no Brasil há mais de 15 anos, Daniela achou na música sua linguagem universal. Formada em radialismo pela UNESP, virou pesquisadora criativa e firmou seu pé no jornalismo musical no portal Popload. Gateira, durante a semana procura a sua próxima banda favorita e aos finais de semana sempre acha um bom show para assistir.
Fonte: rollingstone.com.br