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Governo convoca novamente encarregado da Embaixada dos EUA


O Ministério das Relações Exteriores convocou novamente, na manhã desta sexta (8), o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil a prestar esclarecimentos sobre uma nova postagem feita na véspera com um “alerta” a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa foi a terceira convocação de Gabriel Escobar pelo governo brasileiro para explicar mensagens postadas nas redes sociais pela representação diplomática.

De acordo com apurações da Folha de S. Paulo e da GloboNews confirmadas por fontes à Gazeta do Povo, Escobar foi recebido pelo embaixador Flavio Goldman, que ocupa interinamente a secretaria de Europa e América do Norte no Itamaraty, e teria ouvido uma manifestação de profunda indignação da diplomacia brasileira.

Segundo relatos, o governo criticou o tom e o conteúdo das postagens recentes do Departamento de Estado e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que constituem uma clara ingerência em assuntos internos do Brasil, com ameaças e ataques à soberania em vez de negociar tarifas.

A convocação ocorreu um dia depois de Escobar ter se reunido com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para discutir o tarifaço dos Estados Unidos aos produtos brasileiros.

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Na mensagem publicada na quinta (7), um funcionário do Departamento de Estado americano alerta sobre a possibilidade de medidas contra “aliados” do ministro Alexandre de Moraes, que é alvo da Lei Magnitsky pela condução dos processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.

“O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”, afirma a publicação compartilhada, que havia sido postada na véspera pelo subsecretário de Estado para a Diplomacia Pública e Assuntos Públicos dos EUA, Darren Beattie.

Antes, no dia 18 de julho, o Departamento de Estado havia anunciado a revogação dos vistos de Moraes, de “aliados dele” no STF e seus familiares, que ficam assim impedidos de entrar nos Estados Unidos.

A intensificação de críticas dos Estados Unidos contra Moraes ocorre após a decisão do ministro, que determinou, na segunda-feira (4), a prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro.

Naquele mesmo dia, o Departamento de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão do Departamento de Estado norte-americano, realizou uma publicação criticando a ordem de Moraes, afirmando que o ministro “continua usando as instituições do Brasil para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.

O Departamento foi enfático ao afirmar que os Estados Unidos condenavam a decisão do magistrado brasileiro e prometeu que o o governo americano iria responsabilizar “todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas” de Moraes.



Fonte: Revista Oeste

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