O Departamento de Educação dos Estados Unidos (ED, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (19) que colocou a Universidade de Harvard em status de Monitoramento Elevado de Caixa (HCM), devido a preocupações sobre a condição financeira da instituição de ensino superior.
Em comunicado, a pasta da gestão Donald Trump informou que a atribuição desse status traz a exigência de que a Harvard use seus próprios recursos para pagar auxílios federais aos estudantes antes de sacar recursos do ED.
“Os alunos continuarão tendo acesso ao financiamento federal, mas a Harvard será obrigada a cobrir os desembolsos iniciais como uma medida de segurança para garantir que a Harvard esteja gastando os recursos dos contribuintes de forma responsável”, informou o ED.
A pasta exigiu que a universidade emita uma carta de crédito irrevogável de US$ 36 milhões ou forneça outra proteção financeira que seja aceitável para o ED, como garantia de que cumprirá “suas obrigações financeiras com os alunos e o departamento”.
Na nota, o ED alegou que a direção da Harvard tomou medidas para emitir mais de US$ 1 bilhão em títulos de dívida para financiar suas operações e que a própria universidade apontou em documentos “que os recentes desdobramentos em nível federal poderiam ter um ‘efeito adverso material sobre o perfil financeiro atual e futuro e o desempenho operacional da universidade’”.
A direção da Harvard ainda não se pronunciou sobre a nova medida da gestão Trump. No início de setembro, uma juíza dos Estados Unidos, indicada ao cargo pelo ex-presidente democrata Barack Obama (2009-2017), derrubou o bloqueio de US$ 2,6 bilhões em verbas federais que a gestão Trump havia imposto à Harvard em abril.
O governo do republicano havia adotado a medida ao acusar a instituição de ensino superior de Massachusetts de discriminação, por considerar que a universidade não vinha fazendo o suficiente para combater o antissemitismo nos seus campi e que havia adotado políticas de admissão de alunos e contratação de funcionários não “baseadas no mérito”, entre outros pontos.
Outras ações do governo Trump contra a Harvard que foram parar nos tribunais foram uma proclamação para proibir a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos para estudar na universidade e o cancelamento da permissão para matricular alunos estrangeiros.
Fonte: Revista Oeste