Gen V acelera em seu sexto episódio, e pisa fundo no acelerador da mitologia de seu universo. Se antes as conexões com The Boys eram temáticas e pontuais, agora elas se tornam diretas e explosivas com a chegada de uma figura central. No entanto, em meio a revelações que podem abalar o status quo dos super-heróis, o episódio dá espaço para continuar uma subtrama interessante: o sofrimento presente na complexa jornada de Cate Dunlap (Maddie Phillips, Muito Esforçado).
Após a fuga caótica de Elmira, o grupo encontra Stan Edgar (Giancarlo Esposito, Breaking Bad), um aliado inesperado. A presença do ex-CEO da Vought não é apenas um fan service; é a confirmação de que os eventos da Universidade Godolkin estão no centro de uma conspiração muito maior. Edgar abriga Marie (Jaz Sinclair, O Mundo Sombrio de Sabrina) e seus amigos, revelando segredos que redefinem a trama.
Descobrimos que o “Projeto Odessa” foi idealizado pelo próprio Godolkin e que, ao longo de anos, apenas dois “sujeitos” sobreviveram a ele: Marie e o Capitão Pátria (Antony Starr, G20). A série retoma com força os temas de eugenia e “sangue puro”, conceitos quase nazistas que são a espinha dorsal de The Boys. A confirmação de que Cipher (Hamish Linklater, Missa de Meia-Noite) mantém Godolkin em cativeiro, com o plano de eliminar 75% dos alunos “fracos”, solidifica essa temática entre as duas produções de forma inteligente e sombria.
Enquanto o roteiro avança com as peças maiores de Cipher, Godolkin e Stan Edgar, seria fácil se perder na escala da conspiração. No entanto, o fim do episódio brilha ao direcionar o holofote para o drama humano de Cate. Se nas críticas anteriores ressaltamos o protagonismo crescente de Marie, aqui é impossível fechar os olhos para essa personagem que já vem sofrendo a temporada inteira.
Desde o início, Cate tem sido uma marionete nas mãos de figuras de poder. Sua natureza de “people pleaser“, de sempre servir a alguém, é explorada de forma trágica. Ela serviu à Reitora Shetty (Shelly Conn, Terra Nova), foi manipulada pelo novo reitor e, agora, em seu desespero, vê nos poderes milagrosos de Marie uma possível saída. A atuação de Phillips transmite bem o fardo de uma jovem que nunca teve controle sobre a própria vida e seus poderes, sendo constantemente usada e descartada. A decisão final de Cate e Marie, deixando o resto do grupo para trás, é o clímax de uma jornada de dor e desconfiança que promete consequências devastadoras.
O sexto episódio de Gen V é um marco para a temporada. Ele entrega as respostas e as conexões que os fãs esperavam, elevando as apostas a um nível que ameaça até mesmo o intocável Capitão Pátria. Ao mesmo tempo, prova que sua força não está apenas na expansão do universo, mas na profundidade de seus personagens. Ao nos fazer questionar “de quem é a culpa pelo que Cate se tornou?”, a série mostra que, no mundo de The Boys, os maiores monstros nem sempre são os mais fortes, mas sim aqueles moldados pela crueldade alheia.
O que esperar da segunda temporada de Gen V?
Gen V explora as vidas de jovens super-heróis, alunos da Universidade Godolkin, administrada pela Vought International, colocando à prova os seus limites físicos, sexuais e morais enquanto eles concorrem aos melhores contratos paara atuar nas melhores cidades, assim como os heróis de The Boys.
No segundo ano, enquanto o resto dos Estados Unidos se adapta ao punho de ferro do Capitão Pátria (Antony Starr, G20), os alunos da Universidade Godolkin lidam com um misterioso novo reitor (Hamish Linklater), que prega um currículo que promete torná-los mais poderosos do que nunca.
Porém, é difícil se preocupar com aulas quando a guerra entre humanos e supers está se formando, dentro e fora do campus. Logo, o grupo fica sabendo de um programa secreto, que remonta à fundação da Universidade Godolkin, e pode ter implicações maiores do que eles imaginam. E o pior é que, de alguma forma, Marie faz parte disso.
Quem está no elenco do novo ano de Gen V?
Além de Jaz Sinclair, a segunda temporada de Gen V conta com os retornos de Sean Patrick Thomas (No Balanço do Amor), Lizze Broadway (Bones), Derek Luh (Runaways), Maddie Phillips (Caçadoras de Recompensas), London Thor (Lady Bird: A Hora de Voar) e Asa Germann (Dahmer: Um Canibal Americano).
Junto com Hamish Linklater, as novidades incluem Keeya King (Yellowjackets), Stephen Kalyn (Na Trilha do Perigo), Julia Knope (Sombra Lunar), Stacey McGunnigle (This Hour Has 22 Minutes), Tait Fletcher (Breaking Bad), Wyatt Dorion (Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra) e Georgie Murphy (O Acusado).
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Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.
Fonte: rollingstone.com.br