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Ex-assessor de Bolsonaro deveria estar em liberdade, diz WSJ


O jornal americano The Wall Street Journal (WSJ) afirmou em um editorial publicado no domingo (27) que Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro, deveria estar em liberdade. Ele cumpre prisão domiciliar em Ponta Grossa, no Paraná.

No editorial, publicado minutos depois de um artigo da colunista Mary Anastasia O’Grady, o jornal apresenta argumentos questionando a investigação do tribunal brasileiro no caso no caso do ex-assessor. O WSJ menciona registros falsos de viagem no Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) dos Estados Unidos, em Orlando, envolvendo Martins, descrito na publicação como parte do “círculo íntimo” de Bolsonaro.

O ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro é apontado pelo STF como um dos aliados do ex-presidente Bolsonaro que supostamente viajaram aos EUA após a derrota das eleições presidenciais de 2022. Ele nega as acusações e diz que não viajou para o país em 30 de dezembro daquele ano.

De acordo com o WSJ, “o tribunal brasileiro vem utilizando registros falsos do CBP para deter o Sr. Martins, sob a alegação de risco de fuga, desde março de 2024, na investigação de um suposto golpe de Estado de Bolsonaro contra o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva”.

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Na visão do jornal americano, Filipe Martins deveria estar em liberdade enquanto prepara sua defesa, “no entanto, a Sra. Noem [Secretária de Segurança Interna dos EUA Kristi Noem] e o Secretário de Estado Marco Rubio não se manifestaram sobre o que pode estar errado em Orlando” até o momento, denunciando que o caso se trata de obstrução à equipe jurídica do ex-assessor de Bolsonaro.

“O problema é maior do que o Sr. Martins, já que a falsificação de dados de viagem compromete a segurança nacional dos EUA”, acrescenta o editorial.

O jornal relembrou a tarifa de 50% anunciada para o Brasil em 9 de julho que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto, próxima sexta-feira. O WSJ enfatizou que a principal queixa de Trump para impor a medida é o processo contra Bolsonaro no STF.

“A deterioração da democracia brasileira é preocupante. Mas a ameaça tarifária não comoveu Lula nem o politizado Supremo Tribunal Federal”, diz ainda o jornal.

O WSJ defende no editorial que Trump deveria iniciar as ações contra o Brasil dentro dos Estados Unidos, com uma “investigação transparente sobre como registros falsos relativos ao Sr. Martins foram publicados em um site do CBP, depois desapareceram e reapareceram. Isso teria o benefício adicional de inocentar o Sr. Martins da acusação de fugir ilegalmente de seu país”.

No texto da colunista Mary Anastasia O’Grady, ela explica que o primeiro documento falso de entrada nos EUA envolvendo Martins serviu de pretexto para mantê-lo na prisão por seis meses. Desde então, ele segue em prisão domiciliar, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Na decisão do ministro em que autorizou a prisão do ex-assessor de Bolsonaro, Moraes argumenta que ele “exercia posição de proeminência nas tratativas jurídicas, através da intermediação com pessoas dispostas a redigir os documentos que atendessem aos interesses do grupo mais radical”.

Apesar do nome de Filipe Martins constar na época no sistema do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), os registros de saída do país nunca foram identificados pelos investigadores.



Fonte: Revista Oeste

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